Temer enfrenta protesto em seu primeiro compromisso oficial fora de Brasília

Jornal GGN – O presidente interino Michel Temer foi até o Rio de Janeiro na última terça-feira (14) e visitou obras olímpicas, se reuniu com o presidente do Comitê Olímpico Internacional e teve de lidar com protestos, neste que foi seu primeiro compromisso oficial fora de Brasília.

Acompanhado de diversos ministros no Parque Olímpico, o presidente interino se encontrou com Thomas Bach, do COI, que se mostrou confiante com as obras para os Jogos Olímpicos. Do lado de fora, manifestantes que vieram da ocupação do Palácio Gustavo Capanema, representação do Ministério da Cultura no Rio de Janeiro, gritavam “Fora Temer”. Cerca de 20 soldados do Exército foram chamados para conter o protesto, e uma das participantes do ato afirmou que “vai haver muito protesto durante a Olimpíada”.

A visita do interino ao Rio também teve uma “microentrevista”, na qual Temer falou por cerca de cinco minutos. A coletiva acabou de maneira abrupta quando ele foi questionado sobre os protestos que ocorriam do lado de fora do Parque Olímpico.

Da BBC Brasil

Protestos, obras olímpicas e ‘microentrevista’: O primeiro compromisso oficial de Temer fora de Brasília

 

Em seu primeiro compromisso oficial fora de Brasília desde que assumiu o poder, o presidente interino Michel Temer se reuniu no Rio nesta terça-feira com o presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, visitou obras olímpicas, foi alvo de protestos e deu uma curta entrevista a jornalistas – na qual respondeu a pouquíssimas respostas.

Dentro do Parque Olímpico, Temer encontrou-se com o chefe do COI acompanhado de diversos ministros, entre eles os chefes das pastas do Esporte, Saúde e Justiça. A comitiva incluiu também o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), e do governador em exercício, Francisco Dornelles (PP).

Após o primeiro contato com o presidente interino, que deve abrir a Olimpíada daqui a 52 dias, o chefe do COI se disse “ainda mais confiante” de que o Rio sediará “grandes Jogos Olímpicos”.

Em meio a uma grande aglomeração – que incluiu ministros quase tropeçando uns nos outros – , Temer concedeu uma pequena entrevista coletiva, cuja curta duração frustrou a imprensa nacional e internacional.

O presidente interino falou por menos de cinco minutos, nos quais respondeu a meia dúzia de perguntas. E encerrou a fala de forma abrupta quando questionado sobre os protestos que ocorriam do lado de fora do Parque Olímpico.

“Tenho a convicção de que estamos produzindo algo extraordinário para o Brasil e o mundo”, disse Temer ao abrir sua fala.

Questionado sobre a possibilidade de o julgamento do impeachment acontecer em meio aos Jogos e se achava que a presidente afastada Dilma Rousseff seria convidada para a cerimônia olímpica, respondeu com um “tanto faz”.

“A Olimpíada será uma oportunidade de reconciliação do país”, disse, sem dar mais detalhes.

Sobre o orçamento e os repasses do governo federal, Temer disse que “o sucesso da Olimpíada é o sucesso do Brasil”, e afirmou aos jornalistas que há um “comprometimento financeiro” com os Jogos.

Ao falar da obra mais importante para a logística e mobilidade urbana dos Jogos, a linha 4 do metrô carioca, o presidente interino disse que nos próximos dias deve “equacionar os detalhes finais” do repasse de R$ 1 bilhão necessário para finalizar a ligação Zona Sul-Barra do metrô, projeto mais caro da Olimpíada.

Tumulto e ‘Fora Temer’

Nos portões de acesso ao Parque Olímpico, houve tumulto quando cerca de 50 manifestantes invadiram a arena HSBC e foram contidos por agentes de segurança e pela Polícia Militar – Temer e a comitiva estavam em outra arena, a cerca de 700 metros.

Os manifestantes, que entoavam gritos de “Fora Temer’, vieram de ônibus da ocupação do Palácio Gustavo Capanema, representação do Ministério da Cultura no Rio. Eles julgam o governo interino ilegítimo e tecem críticas à Olimpíada.

Luciana, de 30 anos, batia um tambor diante dos cerca de 20 soldados do Exército chamados para conter o protesto. “Não vamos parar. Vai haver muito protesto durante a Olimpíada”, disse.

Não longe dali, o vendedor Cléber José, de 48 anos, comemorava com um colega a movimentação causada pela visita do presidente interino.

Cléber, que era dono de uma relojoaria que faliu, agora vende “quentinhas” aos trabalhadores do Parque Olímpico – R$ 10 cada uma.

“Num dia de sorte, ninguém vem confiscar ou nos tirar daqui, e vendemos cerca de 50 quentinhas. São R$ 500, mas ainda tem gasolina, despesas. Moramos em Nova Iguaçu, na Baixada”, contou.

Cléber disse que pediria ao presidente interino, caso tivesse a oportunidade de se reunir com ele, que se dedicasse a resolver a crise econômica.

“Diria pra ele que o mais importante nesse momento é a crise, é a vida do trabalhador, de quem está aqui do lado de fora tentando pagar as contas”, afirma. “Isso é mais importante que a Olimpíada.”

Redação

2 Comentários

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  1. Não há Rede Golpe de Televisão que dê legitimidade ao usurpador

    Não há Rede Golpe de Televisão que dê legitimidade ao governo de usurpação. O mundo mudou em relação à 64 e hoje a Internet via blogs e redes sociais reduz em parte o efeito alieanador da Rede Golpe de Televisão.

  2. Temer, mais um propineiro do PMDB

    Li que Temer teria convidado a presidente Dilma para participar da abertura dos jogos olimpicos. Mas ele nao convidou ninguém, menos ainda a verdadeira presidente.”Tanto faz” é demonstraçao de menosprezo pelo citado. So faltou ele dizer que se ela tivesse seu bilhete de entrada, podera participar da abertura… O homem pensa que colocando Dilma Rouseff para escanteio, o Brasil vai esquecer o golpe que deu na democracia e a traição que fez com ela.

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