Terceirização sacramenta o pacto de dominação escravocrata, por Jeferson Miola

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Terceirização sacramenta o pacto de dominação escravocrata

por Jeferson Miola

A terceirização geral e irrestrita aprovada pela maioria de deputados é um passo neural no aprofundamento do golpe. Ela sacramenta o pacto de dominação escravocrata das classes dominantes.

Por dentro do regime de exceção, as classes dominantes estão impondo aos subalternos sacrifícios brutais, que poderão perdurar por muitos anos.

A terceirização transforma o trabalhador presente e futuro em bóia-fria, e faz o país retroceder ao padrão da exploração oligárquica do século 19, penalizando, sobretudo, o trabalhador mais pobre:

– na prática, a tendência é de que o trabalho formal, regular e protegido acabe e seja substituído pelo contrato temporário de trabalho;

– na vida real, os trabalhadores terão o direito constitucional ao trabalho [art. 6º da CF] assegurado por apenas, no máximo, 9 dos 12 meses do ano, porque os capitalistas poderão assinar um contrato temporário de até seis meses e renová-lo por mais três meses. Depois disso, o trabalhador terá de cumprir uma quarentena de três meses para poder ser novamente contratado [explorado] de maneira temporária;

– os trabalhadores estarão condenados ao desamparo por três meses ao ano: sem salários, sem contribuição previdenciária, sem FGTS, sem nenhum direito trabalhista, sem férias, sem 13º salário, sem assistência e sem dignidade;

– o trabalhador será convertido em escravo disponível em tempo integral para o patronato, sem nenhum direito e pagamento. Isso porque o contrato de trabalho temporário não precisa ser executado de modo consecutivo – pode ser cumprido em períodos de tempo alternados, como nas contratações por safras agrícolas;

– a escassez estrutural do direito ao trabalho causará o efeito nefasto da competição predatória no interior da classe trabalhadora;

– como o trabalhador só terá o direito de ter direito ao trabalho durante 9 meses – 75% do ano – então ele terá de fazer contratos temporários por 65 anos e 4 meses [e não os já absurdos 49 anos] para se aposentar aos 80 anos, de acordo com a reforma previdenciária dos golpistas.

A terceirização geral e irrestrita é a continuidade do golpe que cada vez mais vai dissolvendo o país e hipotecando seu futuro enquanto Nação.

O projeto aprovado pela maioria de deputados golpistas, elaborado em 1998 [período FHC], elimina a CLT e torna inútil a reforma trabalhista. Mesmo a maior violência da reforma trabalhista – a preponderância do negociado sobre o legislado – é muito mais branda que a pena de sujeição humilhante do fragilizado e escravizado trabalhador ao seu senhor feudal.

Nos momentos de queda da rentabilidade e da taxa de acumulação capitalista, a oligarquia brasileira – que é, na sua essência, rentista e patrimonialista – não renuncia inclusive a métodos golpistas e autoritários para impor à classe trabalhadora sacrifícios brutais e desempatar a seu favor o conflito distributivo.

O golpe é a expressão do pacto antidemocrático de dominação burguesa que está retrocedendo o Brasil ao século 19. Esta oligarquia fascista assassinou não só o Estado de Direito, mas o ideal de um Estado de Bem-Estar.

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

5 Comentários

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  1. Pagando o Pato da FIESP

    E assim começam a pagar o pato da FIESP através da classe trabalhadora, aquela que sempre foi tratada como minoria, e que na verdade é a maioria, são sabotados seus direitos, criando um circulo vicioso de ignorância, pois é assim que aqueles que mandam no mundo conseguem escalar no rol da “egocêntria ambulante” e desenfreada, e para isso, usam da manipulação através da mídia golpista, que usa de sua publicidade para manipular “pensadores facebookianos” espalhados pelo Brasil atual. Quão grave isso se faz presente, gerações de luta jogadas aos opositores dos pobres, aqueles que não sabem fritar um ovo para comer, precisam pagar tal feito e chama isso de meritocracia, do qual, eu chamo de “exploraçãocracia”, não repassam 1% de seus lucros à aqueles que fazem tudo acontecem.

    São os verdadeiros senhores do engenho que abominam a inteligência de seus escravos, pois se começarem a pensar por suas cabeças, se revoltam. Essa classe precisa ficar atrelada ao esgotamento físico, não podem ter tempo de pensar, não podem “respirar”, tudo pelo bem maior, deles (senhores do engenho). A era escravagista esta de volta, regredimos décadas, séculos, agora somos quase 100% de escravos, essa é a meta.

    Foi armado um circo para o golpe, criaram uma crise financeira para carregar no seio do golpe, a massa, as avenidas foram pintadas de verde e amarela, acerca de milhões de brancos bem trajados, com sua camisa da seleção brasileira (lembrando que uma camisa dessa custa em média R$ 250,00), aquela que é controlada pela CPF, e agora, governam para aqueles que sempre financiaram tudo, sem deixar cair nada para os famintos.

    Tenho sentimentos confusos nesse momento, raiva de tudo e de todos que apoiaram esse golpe, desânimo pela realidade que nos vem à tona, e tristeza pelos manipulados que acreditam que estão lutando do lado certo. No final, somos todos sabotados, em educação, saúde, segurança, trabalho, direito… Tudo em prol de uma minoria que é tratada como maioria, os donos do mundo, aqueles que acordam e acreditam que são Deuses encarnado num corpo de carne e osso, com poderes de conduzir milhões de vidas.

    Sei que somos sementes, que nossa missão é plantar e semear um futuro digno para as próximas gerações, mas esta difícil continuar nessa roça que quase nunca chove, que o sol castiga a pele, que o calor faz o suor derramar por suas costas e subir aquele calafrio terrível, que te faz lembrar que tu também tem um vida para viver.

    Triste fim, triste começo, triste meio de tudo.

  2. Os patinhos cairão direitinho

    Se Lula (contando na possibilidade de que ele possa ser candidato) ou Ciro Gomes não ganharem as eleições de 2018, que sera do Brasil na proxima década? Porque não sera com Alckmin ou João Doria que essa destruição da CLT tera fim. Realmente, a Fiesp deve estar comemorando e o pato, os patinhos que pagarão.

  3. Pagando o Pato da FIESP

    E assim começam a pagar o pato da FIESP através da classe trabalhadora, aquela que sempre foi tratada como minoria, e que na verdade é a maioria, são sabotados seus direitos, criando um circulo vicioso de ignorância, pois é assim que aqueles que mandam no mundo conseguem escalar no rol da “egocêntria ambulante” e desenfreada, e para isso, usam da manipulação através da mídia golpista, que usa de sua publicidade para manipular “pensadores facebookianos” espalhados pelo Brasil atual. Quão grave isso se faz presente, gerações de luta jogadas aos opositores dos pobres, aqueles que não sabem fritar um ovo para comer, precisam pagar tal feito e chama isso de meritocracia, do qual, eu chamo de “exploraçãocracia”, não repassam 1% de seus lucros à aqueles que fazem tudo acontecer.

    São os verdadeiros senhores do engenho que abominam a inteligência de seus escravos, pois se começarem a pensar por suas cabeças, se revoltam. Essa classe precisa ficar atrelada ao esgotamento físico, não podem ter tempo de pensar, não podem “respirar”, tudo pelo bem maior, deles (senhores do engenho). A era escravagista esta de volta, regredimos décadas, séculos, agora somos quase 100% de escravos, essa é a meta.

    Foi armado um circo para o golpe, criaram uma crise financeira para carregar no seio do golpe, a massa, as avenidas foram pintadas de verde e amarela, acerca de milhões de brancos bem trajados, com sua camisa da seleção brasileira (lembrando que uma camisa dessa custa em média R$ 250,00), aquela que é controlada pela CBF, e agora, governam para aqueles que sempre financiaram tudo, sem deixar cair nada para os famintos.

    Tenho sentimentos confusos nesse momento, raiva de tudo e de todos que apoiaram esse golpe, desânimo pela realidade que nos vem à tona, e tristeza pelos manipulados que acreditam que estão lutando do lado certo. No final, somos todos sabotados, em educação, saúde, segurança, trabalho, direito… Tudo em prol de uma minoria que é tratada como maioria, os donos do mundo, aqueles que acordam e acreditam que são Deuses encarnado num corpo de carne e osso, com poderes de conduzir milhões de vidas.

    Sei que somos sementes, que nossa missão é plantar e semear um futuro digno para as próximas gerações, mas esta difícil continuar nessa roça que quase nunca chove, que o sol castiga a pele, que o calor faz o suor derramar por suas costas e subir aquele calafrio terrível, que te faz lembrar que tu também tem um vida para viver.

    Triste fim, triste começo, triste meio de tudo.

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