“Vai trepar muito no quartinho”: Paes e a desumanização da mulher negra

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Por Djamila Ribeiro

Na Carta Capital

Na última sexta feira 26, circulou pela internet um vídeo com o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB-RJ), fazendo uma entrega de imóveis. Sem data e local não identificados, Paes faz piadas de cunho sexual, ofendendo uma mulher negra visivelmente incomodada com a situação. Ao ser chamada para receber as chaves do imóvel, o prefeito carioca e a mulher entram na casa.

Ao chegarem no quarto, Paes diz: “Vai trepar muito aqui nesse quartinho”. Não satisfeito, pergunta se a moça é casada e emenda: “Vai trazer muito namorado pra cá. Rita faz muito sexo aqui”. Como se a humilhação não fosse suficiente, Paes, do lado de fora, grita para os vizinhos da moça que acompanhavam a entrega. “Ela disse que vai fazer muito canguru perneta aqui. Tá liberado, hein. A senha primeiro”. Visivelmente envergonhada, a moça se afasta e diz que vai trancar a porta de casa.

Esse comportamento de Paes diz muito sobre o discurso autorizado e como o político se sente confortável em reduzir um ser humano ao seu corpo. Mulheres negras são sexualizadas e tratadas como objetos sexuais numa sociedade racista e machista como a brasileira. Desde o período colonial, as mulheres negras eram estupradas e violentadas sistematicamente deflagrando uma relação direta entre colonização e cultura do estupro.

Mulher negra não é humana, é a “quente”, a “lasciva”, “a que só serve pra sexo e não se apresenta à família”. O grupo de mulheres que mais são estupradas no Brasil porque essas construções sobre seus corpos servem para justificar a violência que sofrem. “Qual o problema em passar a mão? Elas gostam”.

Qual o problema em humilhá-la dizendo “Vai trepar muito aqui nesse quartinho ” e gritar para o público “ela disse que vai fazer muito canguru perneta”, quando a mulher se tranca com aquele olhar de só quem passa por isso sabe?

O Brasil é o país da cordialidade violenta, onde homens brancos se sentem autorizados a aviltar uma mulher negra e depois dizer que foi só uma brincadeira. Ou se esconder na pecha de “carioca é desbocado”. O País, último do mundo a abolir a escravidão, mas que se a população negra denuncia o racismo é chamada de violenta. É necessário definir violência aqui. O país onde todos adoram samba e carnaval, mas onde se mata mais negros no mundo. Que se louva a miscigenação, mas não se fala que ela surgiu como fruto de estupros. O brasileiro não é cordial. O brasileiro é racista.

A atitude de Paes não é algo isolado, é tão somente o modo pelo qual essa sociedade vem historicamente tratando as vidas negras: com desprezo e desumanidade. Mulheres negras são pessoas, sujeitos, e reduzir um ser humano a um objeto é retirar sua humanidade. Uma mulher branca de classe média seria tratada da mesma forma? Fora que o fato do prefeito se referir ao quarto da moça como “quartinho” também mostra o racismo institucionalizado.

Imóveis para pessoas de baixa renda comumente são bem pequenos. É como se dissessem “pra quem não tinha nada está bom”, sem mencionar que essas pessoas não têm nada justamente porque o Estado é omisso em relação a elas. Só deixam explícito que a população pobre merece migalhas e não dignidade.

Inadmissível o modo pelo qual essa mulher foi tratada. Um jornal de grande circulação definiu a atitude de Paes como “gafe”. Gafe seria se ele tivesse quebrado um vaso ou tropeçado no seu assessor depois de errar o nome de alguém. O que o prefeito fez tem nome: racismo. Paes cumpre à risca seu papel ridículo e violento de herdeiro da Casa Grande.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

36 Comentários

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  1. Ressalva

    O comentário do prefeito foi grotesto (principalmente a história de “pegar a senha” – incitação ao estupro?). Mas eu duvido que ele teria feito o mesmo comentário para uma mulher negra de classe média. No Brasil, o preconceito racial e o social andam de mãos dadas o tempo todo, mas parece que às vezes o segundo é “esquecido”, o que para mim enfraquece um pouco o argumento.

    1. ressalva…

      São muitos “Brasis”. Este do RJ, talvez por ter sido a capital por muito tempo, centro financeiro e politico, é que expressa melhor o abismo que existe no país. De um lado, o prefeito branco da classe média alta da beira da praia, do outro a maciça poipulação carioca negra, dos morros, da periferia, da favela, que nunca é enxergada. Este caso foi excepcionalmente emblemático. O politico não enxerga a pessoa a quem ele deve respeito. Não é a brincadeira. É a absoluta cegueira. Diz muito sobre o Brasil, mas principalmente sobre o RJ (as Olimpiadas foram a mesma aberração. Uma cidade para receber dignamente estrangeiros e que depois pode voltar à barbarie, já que é para seus moradores “acostumados”). 

    2. E você quer atenuar o assunto, com esta “ressalva”.

      Se for pobre, está justificado o tratamento. Não passou nem um pouquinho na sua cabeça, que ele se referia a uma mulher, não é mesmo?

  2. Esses são os canalhas que
    Esses são os canalhas que pensam que 54 milhões de votos de uma “ninguemzada” vale menos que um voto de um barão da avenida paulista. Canalha.

  3. É um tratado sociológico

       Em poucas frases, Eduardo Paes mostrou um resumo concreto e real, do que um homem branco, de classe média, pensa sobre o que é uma mulher, demonstrou em poucos segundos uma mancheia de preconceitos, tanto de genero como o subjacente de etnia, até mesmo o “religioso”, supostamente o “de familia” , uma vez que não se pergunta a uma pessoa se ela é casada ou não, e mais ainda : mostrou preconceito de genero ampliado, pois se fosse um negro homem, ele não o ofenderia pela sua possivel multiplicidade de parceiras, pois ao homem tal comportamento é aceito, na concepção que  Paes, tem de sociedade, claro ele apoia para Prefeito um agressor de mulheres, e quem agrediu uma – pode ter certeza : agrediu e agredirá outras ( já ouvi muito de agredidas esposas, que “ele me bate, mas cuida bem de nossos filhos ” ).

        Eduardo Paes, em sua ignorancia e preconceitos, com esta ação mostrou quem é.

  4. Esse calhorda e o fruto mais

    Esse calhorda e o fruto mais podre dessa era de descalabros,falta de escrupulos,e a canalhice exposta em seu estado mais puro.Tem pavor a pobre,joga-lhes dejetos na face em toda oportunidade que lhe aparece.Outra aposta errada de Lula e de Da.Marisa quando o perdou nao sei exatamente de que.Nao ha como nao da razao a Olivio Dutra,quando afirma peremptoriamente,que os problemas do PT comecaram a partir do momento que passaram a andar em certas companhias.No minimo 80% delas nao valem o que o gato enterra.

    1. Sem comparação

         Lula falou em conversa particular divulgada por canalhas.

      O que o canalha do Prefeito Paes fez em público é o suficente para levar uma surra.

      E teve muitas mulhres que saíram em defesa de Lula.

      Só você defendendo o elemento Paes.

      1. Grande diferença… o privado

        Grande diferença… o privado é ainda mais sincero.

        Aliás, impagável ver a Dilma hj agradecer o apoio do senador Telmário (PDT/RR)…

    2. Sem comparação

         Lula falou em conversa particular divulgada por canalhas.

      O que o canalha do Prefeito Paes fez em público é o suficente para levar uma surra.

      E teve muitas mulhres que saíram em defesa de Lula.

      Só você defendendo o elemento Paes.

      1. NÃO! Errados os 2! Não

        NÃO! Errados os 2! Não importa se foi dito em conversa particular, preconceito público ou a portas fechadas é preconceito da mesma forma.

        1. Preconceito, o caralho! diria

          Preconceito, o caralho! diria Zazie, personagem de Queneau. “Mulher de grelo duro” significa “mulher firme”, no Pernambuco. É uma maneira elogiosa de se referir à mulher. Por que dizer que algo é “do caralho!” pode, e “grelo duro” não pode?

  5. Sei que a memoria do editor

    Sei que a memoria do editor nao e igual a minha,vamos combinar.Achar que esse calhorda desse Eduardo Paes nao foi aposta de Lula,e esquecimento demais.Condicionou seu apoio a um tal pedido de desculpas a Marisa Leticia e ainda por baixo,rifou Lindemberg.Essa Sr. Editor,a razao me acolhe.

  6. Mulher negra de classe alta sofre com racismo e machismo

    Da BBC

    A servidora pública Mônica Valéria Gonçalves, de 47 anos, nasceu no Rio de Janeiro, tem dois diplomas de nível superior, trabalha como assessora de ministro em um tribunal em Brasília e é casada com um juiz.

    Frequentemente viaja de férias para dentro e fora do país. Com a família ou amigos, vai a restaurantes estrelados e a eventos sociais de elite. Mora no Lago Sul, bairro nobre da capital federal, e leva uma vida típica de brasileiros que, como ela, fazem parte do 1% mais rico.

    A diferença é a cor de sua pele. Ela é minoria nas estatísticas e muitas vezes a única negra “não serviçal” dos ambientes que frequenta. Em eventos sociais em que acompanha o marido, já foi confundida com secretária dele. Na academia, com funcionária.

    “Me confundem bastante”, diz. “Na academia, é comum ver os negros fazendo o serviço de limpeza, dando aula ou atendendo na recepção. Fora dessas atividades, nunca vi outro aluno negro”, conta.

    A “confusão” que mais a marcou, no entanto, ocorreu há 22 anos, quando passava lua de mel em Fortaleza.

    “Meu marido e eu estávamos hospedados em um hotel de luxo. Fomos fazer um passeio na orla da praia, na noite da virada do ano, quando um homem tocou o meu corpo e me assediou abertamente. Levei um susto e gritei com ele, que se desculpou dizendo que achou que eu estivesse ali com um homem branco fazendo programa”, lembra.

    “Não passou pela cabeça dele que aquele homem fosse meu marido, casado com uma bacharel em Direito e dona da própria renda”, diz. “É como se, como negra, eu não pudesse ser uma pessoa assim ou estar ali naquele lugar. Já fui assediada várias vezes, inclusive quando novinha. Cheguei a pensar que a culpa fosse minha.”

    Obstáculos do preconceito

    Única pessoa de sua família a ascender socialmente, Mônica superou vários obstáculos no caminho.

    “A vida inteira tive que provar que era muito boa em tudo que fazia. Acabei me acostumando a isso porque, se sou exceção, tenho que ser exceção para a excelência. Senão, posso ser julgada tanto pela qualidade do meu trabalho quanto pela minha cor. Sou julgada duas vezes”, afirma.

    “No trabalho, as duas vezes em que consegui chegar à chefia de gabinete foi com ministros negros. Minha expertise é a mesma, mas só outros negros reconhecem isso. Porque isso acontece?”

    A servidora pública Mônica Valéria GonçalvesImage copyrightLEOPOLDO SILVA/BBC BRASILImage captionA servidora pública relata muitas vezes ser a única negra em ambientes de elite

    Ela conta que sua posição social “suaviza o preconceito” em algumas situações, fazendo com que seja mais bem tratada em alguns lugares. Em outros momentos, porém, a discriminação acaba falando mais alto.

    “Eu consigo perceber mais o preconceito quando, por exemplo, se pergunto o preço de um produto em alguma loja, a pessoa, em vez de me dizer, fala: ‘É caro’. Isso já aconteceu comigo. Fui comprar uma jaqueta e a vendedora, depois de me dizer que era caro, ficou desconcertada quando eu pedi duas e à vista. Vou me impondo, mostrando que sou exatamente o contrário da ideia que as pessoas fazem de mim.”

    ‘Corpo estranho’

    O estranhamento de parte da sociedade à presença da servidora pública em lugares de elite é explicado por Emerson Rocha, sociólogo e pesquisador da Universidade de Brasília (UnB), em seu estudo de 2015 sobre a participação da população negra entre os mais ricos.

    Segundo ele, o negro ainda é visto como um “corpo estranho” nesses espaços.

    “No Brasil, não existe uma segregação racial aberta como nos EUA. Aqui, essa desigualdade se acomoda na estrutura de classes que cumpre o papel da segregação”, explica à BBC Brasil.

    Mas isso, aponta o pesquisador, não significa que basta o negro ascender economicamente para ser aceito. Pelo contrário: quanto mais degraus ele sobe na escada socioeconômica, maior é a distância do “espaço natural” e, consequentemente, o racismo enfrentado no dia a dia.

    “Quando um negro ocupa uma profissão que se espera dele – ou seja, as subalternas -, as pessoas não reparam. Agora, quando ele passa a exercer funções mais privilegiadas ou a frequentar espaços de elite, isso se torna algo incomum e aí há um estranhamento por parte da sociedade, que muitas vezes vem em forma suave ou agressiva de atitudes racistas”, complementa.

    O pesquisador Emerson RochaImage copyrightARQUIVO PESSOALImage captionSegundo o pesquisador Emerson Rocha, mulheres negras ricas tendem a não se casar

    Rocha destaca ainda uma segunda particularidade da experiência de vida da servidora pública: ela não apenas representa uma exceção ao fazer parte do 1% mais rico do país, mas também por ser uma mulher negra casada com um branco de nível educacional equivalente.

    O estudo do professor indica que casamentos inter-raciais entre pessoas no topo da pirâmide brasileira, como o de Mônica, acontecem mais entre homens negros e mulheres brancas do que o contrário.

    As negras casam-se menos do que as brancas e, quando ricas ou com alto nível educacional, tendem a não se casar. E quando o fazem, juntam-se a parceiros de menor status social, que podem ser brancos ou negros.

    “As mulheres brancas são racialmente endogâmicas: elas se casam mais com parceiros da mesma raça. Ao contrário das mulheres negras, elas não experimentam a solidão nem o rebaixamento social porque, quando ricas, casam-se com homens da mesma faixa social e brancos”, explica o sociólogo.

    Na sua avaliação, tal realidade seria uma das razões pelas quais mulheres como Mônica podem sofrer o tipo de assédio vivido por ela na lua de mel.

    O senso comum, diz, ainda vê a mulher negra de forma sexualizada: se ela frequentar locais de luxo como hotéis ou restaurantes cinco estrelas acompanhada de um homem branco, estará sujeita a ser confundida com prostituta.

    “Tudo isso se deve à visão naturalizada da sociedade, que vê esta mulher no estereótipo de figura sensual ou de serviçal ou empregada doméstica”, afirma Rocha.

    Futuras gerações

    Mônica com o marido Carlos e a filha LetíciaImage copyrightLEOPOLDO SILVA/BBC BRASILImage captionMônica e Carlos moram com a filha Letícia no Lago Sul, área nobre de Brasília

    Mônica hoje tira de letra a convivência com a pouca presença de negros entre os mais ricos, mas se preocupa com o futuro.

    Ela é mãe de uma menina de oito anos e gostaria que as mudanças por uma sociedade mais igualitária no quesito raça viessem mais rápido.

    Sua filha, Letícia, estuda em uma escola particular tradicional e bilíngue, onde também é exceção. “Lá, são mais de 200 crianças. Negras, apenas a minha filha e outra menina que é filha de uma funcionária”, conta a servidora pública.

    http://www.bbc.com/portuguese/brasil-36945718

  7. Por que enfatizar a cor?

    Sinceramente, não vi nada demais e não entendo por que dizer ”MULHER NEGRA”, é uma mulher, é umser humano e pronto. Ele faria essa brincadeira com homens ou mulheres. Voces veem sexo como um tabu? Qual o problema falar de sexo? Ele pode ter sido grosseiro, mas numa maneira popular, numa gíria popular;

    O pior não é o prefeito falar de sexo, pra mim é esse texto enfatizando a cor da mulher. Parecem até nos EUA- país mais racista do mundo, onde tratam todos por cor e sim, há uma segregação. Não façam isso com o Brasil. Eu não consigo enxergar cores, o que vejo são ser humanos e o correto seria todos verem assim. 

  8. Que isso rapaziada. Vamos

    Que isso rapaziada. Vamos parar de contextualizar. O cara sacaneou a mulher. Ponto.

    Importa lá se ela é amarela, azul, rosa ou roxa. Ponto.

    Porra! o cara humilhou uma mulher na frente de uma cacetada de gente.

    E se ela é trepa ou não trepa é problema dela e ninguem tem o direito de falar o que ele disse para ela.

    Que os de culhão roxo apareçam e ofereçam a esse mulher apoio advogatício e impute ao prefeito um prejuízo econômico.

  9. Agora eu fiquei intrigado,e

    Agora eu fiquei intrigado,e imaginando que estou faltando com a verdade.Afinal de contas qual foi o verdadeiro motivo desse santo do pau oco que atende pelo nome de Eduardo Paes,foi obrigado a implorar as desculpas de Da.Marisa Leticia?Ou encontro uma resposta para esse dilema ou aposento minha memoria.A nao ser que eu pela idade provecta,tenha invertido as bolas.Sera que foi Da.Marisa Leticia que foi obrigado a pedir desculpas a essa gracinha.Adora fazer piadas com pobres,a nao ser que aquela piada que o sacripanta fez sobre  o barco de lata de Lula,foi mais uma armacao de Moro para pegar o sapo barbudo.

  10. Relembrando Joel.Mais uma vez

    Relembrando Joel.Mais uma vez os parabens vao para o blog de Luis Nassif..Ao longo de sua trajetoria,jamais fez apologia ao crime,mesmo que o personagem seja  Ronaldo Caiado.

  11. Filho de um rapariga de zona, esse Eduardo Paes

    Quando eu encontrar a mulher desse vagabundo, esse prefeito de merda chamado Eduardo Paes, eu vou cantá-la.

  12. Com certeza isso já é produto

    Com certeza isso já é produto da influência perniciosa do Golpe sobre o país. Em condições plenas de democracia, como as vivenciadas até há pouco, onde se cultivava o respeito humano como um valor a ser desenvolvido por obrigação cívica e por imposição de uma sociedade em processo de aperfeiçoamento cultural e moral, isto jamais teria acontecido. Preparem-se para ver muitas aberrações desse tipo, e até terem de suportar isso como sendo um novo e persistente padrão coletivo.

  13. É a total perda de noção…

    por quem se julga uma estrela.

    Esse Paes nunca enganou e nunca enganará ninguém. Não passa de um sinhôzinho da casa grande brincando de bom patrão pros habitantes da sua senzala.

    É pior do que aqueles que se fazem de mais explícitos em suas canalhices.

  14. O prefeito disse o que disse

    O prefeito disse o que disse e  apoia um candidato que fez o que fez (atos violentos contra a ex-mulher). Resta alguma diferença entre os dois? Qualquer sadismo tem prazer com o poder. 

  15. O que mais me choca é a

    O que mais me choca é a absoluta falta de adequação da frase do prefeito. Não tem nem a ver, ele fala isso absolutamente do nada. Essa playboyzada vive em outro mundo.

  16. Normal para um país que despreza sua Presidenta.

    Esta é a nossa guerra. Em outros países estariamos em guerra civil. Prefiro assim é menos sofrida que a morte de gente querida.

  17. Reação

    http://extra.globo.com/noticias/rio/advogado-de-manicure-aconselhada-por-paes-fazer-muito-sexo-vai-processar-prefeito-do-rio-20013080.html#ixzz4ImApVIBT

     

    Enviar para o FacebookTwitterGoogle+ComentarEnviar por e-mailImprimirPublicado em 29/08/16 17:20Atualizado em 29/08/16 18:29   

    Advogado de manicure aconselhada por Paes a ‘fazer muito sexo’ vai processar o prefeito do Rio

    Rafael SoaresTamanho do texto A A A

    A manicure Rita — moradora do programa Morar Carioca no Morro da Babilônia, no Leme, que aparece num vídeo que circula nas redes sociais sendo aconselhada pelo prefeito do Rio a fazer muito sexo — pretende processar Eduardo Paes por danos morais. A informação foi passada pelo advogado de Rita, Carlos Eduardo Carvalho. Segundo ele, Rita está muito chocada com o que aconteceu:

    — Vamos conversar amanhã de manhã. Vou ver qual é a medida jurídica adequada, mas inicialmente vamos entrar com uma ação contra o prefeito, pelo constrangimento que causou. Vamos buscar a Delegacia da Mulher (Deam), para que a polícia veja a parte criminal do caso, e também vamos entrar com uma ação para obrigar o YouTube a retirar o vídeo do ar.

     

    As unidades habitacionais entregues pela prefeitura no Morro da Babilônia As unidades habitacionais entregues pela prefeitura no Morro da Babilônia Foto: Rafael Soares

    Rita recebeu o imóvel em 1º de maio de 2015. O vídeo foi feito no mesmo dia. O projeto, no Morro da Babilônia, reassentou moradores da própria favela que viviam em áreas de risco. Rita é casada e tem um filho.

    — Na época, por conta da alegria em ganhar a casa nova, ela nem percebeu que ele foi desrespeitoso. Mas, agora, está todo mundo aqui na favela falando disso. Acho que ele (o candidato de Paes, Pedro Paulo) vai conseguir poucos votos aqui.

    Entidades repudiam

    A Defensoria Pública e a Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Vereadores manifestaram repúdio pela atitude do prefeito. Em nota, as defensoras Arlanza Rebello e Lívia Casseres, coordenadoras do Núcleo de Defesa dos Direitos da Mulher (Nudem) e do Núcleo Contra a Desigualdade Racial (Nucora), e o advogado Marcelo Dias, presidente da Comissão de Igualdade Racial da OAB-RJ, alegam que “em lamentável demonstração de machismo associado ao racismo, o prefeito do Rio de Janeiro expôs sua visão acerca das mulheres negras e pobres do Brasil”.

    Já o vereador Jefferson Moura (Rede), presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara afirma que “um vídeo amplamente divulgado pela imprensa e pelas redes sociais comprova a atitude incompatível com o cargo que ocupa”.

    Leia as notas na íntegra:

    “Em lamentável demonstração de machismo associado ao racismo, o prefeito do Rio de Janeiro expôs sua visão acerca das mulheres negras e pobres do Brasil. Reforçando a objetificação do corpo da mulher e ainda o estereótipo da raça, o chefe do Executivo Municipal, ao bradar em público a humilhante ideia que faz de uma cidadã, apenas concretiza em sua fala a assimetria de poder e reconhecimento latente nas relações sociais. O caso não deve ser tratado de forma isolada e jamais poderia ser rotulado como gafe ou piada de mau gosto. Em outras ocasiões, ocupantes de cargos da mais alta cúpula da administração já manifestaram-se publicamente de forma semelhante, ao afirmar que favelas são “fábricas de marginais” e ainda que comunidades carentes têm taxas de natalidade no “padrão África”. É tempo de a sociedade enxergar os cruéis rótulos que recaem sobre as mulheres negras brasileiras, que exigem de cada um de nós um posicionamento firme e definitivo, não só contra sujeitos racistas e misóginos, mas sim contra toda a estrutura desigual que submete mulheres negras ao empobrecimento, à invisibilidade, à (hiper)erotização de seus corpos. Os Núcleos de Defesa dos Direitos da Mulher e Contra a Desigualdade Racial da Defensoria Pública, assim como a Comissão de Igualdade Racial da OAB/RJ, repudiam a atitude do prefeito Eduardo Paes e reafirmam seu engajamento na luta contra o racismo e machismo estruturais.”

    “A Comissão de Defesa de Direitos Humanos da Câmara Municipal do Rio de Janeiro (CDDR) desaprova veementemente a conduta do prefeito Eduardo Paes na ocasião da entrega das chaves à Rita, contemplada com um apartamento pela Prefeitura. Um vídeo amplamente divulgado pela imprensa e pelas redes sociais comprova a atitude incompatível com o cargo que ocupa. Em pelo menos três momentos sugere que beneficiária levará muitos namorados para fazer sexo no imóvel construído com dinheiro público.

    Rita, uma mulher negra e pobre, se viu obrigada a ouvir frases ofensivas do prefeito da cidade do Rio de Janeiro. A primeira inconveniência foi: “vai trepar muito nesse quartinho”, seguido de “vai trazer muitos namorados para cá”. Ao sair do apartamento, ele aconselha a beneficiada “Faz muito sexo aqui, Rita”. Na sequência, o prefeito grita para toda a vizinhança que “ela disse que vai fazer muito ‘canguru perneta’ aqui. Tá liberado…A senha primeiro”. Todas as frases revelam uma faceta de baixo valor moral do prefeito Eduardo Paes.

    O Artigo 40 da Lei de Contravenções Penais estabelece pena para quem incorre em erros dessa natureza. O artigo diz: “ provocar tumulto ou portar-se de modo inconveniente ou desrespeitoso, em solenidade ou ato oficial, em assembleia ou espetáculo público, se o fato não constitui infração penal mais grave, com pena prevista de quinze dias a seis meses, ou multa.” O prefeito também cometeu ato ilícito, previsto no Artigo 186 do Código Civil: “aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ATO ILÍCITO”. Neste caso, cabe indenização por danos morais à vítima.

    O prefeito Eduardo Paes também desrespeitou o Artigo 927 do Código Civil, que diz “aquele que, por ato ilícito (art. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem.”

    Por tudo exposto, a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos da Câmara Municipal do Rio de Janeiro exige do prefeito postura compatível com o cargo que ocupa, respeitando todos os moradores da cidade, e pede que se retrate publicamente.”

    54 segundos

    No vídeo de 54 segundos que circula na internet, Eduardo Paes faz piadas de cunho sexual com uma mulher que acabara de ganhar um apartamento da prefeitura. “Ai, meu Deus, sou eu!”, exclama Rita, ao receber a chave das mãos do prefeito. Eles entram na casa e, quando estão no quarto, Paes diz para ela: “Vai trepar muito nesse quartinho”. Em seguida, pergunta se a moça é casada. E emenda: “Vai trazer muito namorado pra cá”. Ainda no apartamento, ele insiste: “Rita, faz muito sexo aqui”.

    Leia mais: http://extra.globo.com/noticias/rio/advogado-de-manicure-aconselhada-por-paes-fazer-muito-sexo-vai-processar-prefeito-do-rio-20013080.html#ixzz4IoUQFvds

  18. E tome mais uma fez,desculpas

    E tome mais uma fez,desculpas a Nassif.É que os comentarios estão demorando a sair.Devo imaginar o por que.Um pouquinho de paciencia não faz mal a ninguem.Posso assegurar de maneira enfatica,a camarilha que assaltou o poder está pintando o diabo com Nassif.Pior.Ele não tem a quem apelar.Digo e repito.Esses ladravazes que assaltaram o poder,não tem escrupulos para coisa alguma.Luis vai ter que tomar muito,mas muito cuidado mesmo,principalmente por que a camarilha não está agindo sozinhoa.É só olhar a cara do Ministro Lewandoswiski.Essa operação é “Diabolic”.Se esperam Lula como candidato em 2018,esqueçam. 

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