Vaza acordo da Odebrecht contra Andrés Sanchez (PT-SP)

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – Um dos acordos de delação premiada entre os 77 executivos e ex-funcionários da Odebrecht vazou. O do ex-diretor-superintendente Luiz Bueno e do ex-presidente de Infraestrutura Benedito Júnior acusaram o suposto recebido de caixa dois pelo então candidato a deputado federal Andrés Sanchez (PT-SP), em 2014. Ele teria recebido R$ 2,5 milhões do grupo baiano.
 
O repasse teria sido feito em espécie por meio de André Luiz de Oliveira, conhecido como André Negão, que é vice-presidente do Corinthians, e seu atual assessor parlamentar. Tanto André como Sanchez negam as irregularidades.
 
Alvo de condução coercitiva em março do último ano, em uma das etapas da Operação Lava Jato, Oliveira apareceu em uma das planilhas do setor de operações estruturadas da Odebrecht, apontado como o setor das propinas e dos repasses ilícitos. 
 
Ele aparecia com as referências “Timão” e “Alface”, juntamente com um endereço na zona leste de São Paulo, onde fica a residência de André. A eleição de Andrés Sanchez, ex-presidente do Corinthians e responsável pela construção do estádio do time, ocorreu em outubro de 2014. Ainda naquele ano, um último repasse havia sido anotado na planilha: de R$ 500 mil, no dia 23 de outubro daquele ano.
 
A construção da arena do Corinthians, que ficou pronta em 2014, teve início no último ano do mandato de Sanchez no clube, em 2011. A Odebrecht foi a empresa responsável pelas obras. Os delatores Benedito Júnior e Luiz Bueno eram responsáveis pelas obras da arena e os funcionários mais próximos a Sanchez.
 
Aos procuradores da Lava Jato, os dois afirmaram saber do caixa dois repassado ao ex-presidente do Corinthians e deputado. Bueno detalhou o repasse. Apesar de declarar ter recebido R$ 2,1 milhões ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a única empreiteira que aparece como doadora na campanha de Sanchez é a UTC Engenharia, com um envio de R$ 100 mil.
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

6 Comentários

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  1. Quem é este cara?

    Realmente fui até a wikipedia para descobrir quem ele era, um ex-dirigente do Corintians que era atrelado a CBF, ou seja, o PT arruma cada merda!

    Depois decobri que ele estava querendo correr da votação do golpe, que estreguem este cara na bandeja, não conheço quem é suplente mas parece que ele é melhor.

    1. Prá mim sempre foi suspeito

      Tem uma lista de deputados e senadores que nunca me inspiraram confiança, e que o PT jamais deveria ter admitido filiação, entre eles Jorge Viana, Delcídio, Vacarezza e esse Sanchez.

      Independente disso, está claro que a LJ está seguindo o script que TODOS já sabiam de antemão: vazar apenas delações que atinjam o PT.

      E segue o baile golpista…

  2. Como era PREVISÍVEL, só vão

    Como era PREVISÍVEL, só vão “vazar” delações que sejam contra afiliados do PT. Preciso escrever em letras maiores que vocês deveriam estar pegando em armas para salvar o seu país ao invés de ficarem tolamente contando com o “funcionamento” de instituições que foram corrompidas para destruir os inimigos dos conspiradores?

  3. Caixa Dois

    O que me causa espanto (será que ainda existe isso?) é que só se fala em caixa dois nas doações. Mas ninguém, absolutamente ninguém esmiuça que caixa dois só existe porque há sonegação. Mas a imprensa não quer discutir esta questão, pois focar somente na corrupção serve mais aos seus propósitos pseudomoralistas.

    A grosso modo, poderíamos elencar os maiores problemas nacionais:

    1) Política macroeconômica do BC (devidamente capturado pela banca), que causa um rombo anual em torno de 500 bilhões, inviabilizando as contas públicas;

    2) Sonegação, especialmente das grandes empresas, mas que também está presente desde à reles pessoa física até os maiores conglomerados, com seus departamentos especializados em “planejamento tributário”;

    3) Corrupção, que atinge também toda a sociedade. Não se pode negar que, nos últimos tempos houve uma pequena evolução no tratamento deste tema. Anteriormente só se falava em corrupto, e só no setor público. Não se mencionava corruptor. Agora já falam até na existência desta figura, o outro lado do balcão.

  4. Sei Não… “Acabou o Combustível da Corrupção”?

    Sei não, pesquisa “Lulanaro” abduzida, Zé Bolinha dando no pé?

    Antes a denúncia do “coach” pago pela Odebrecht, para treinar o filho caçula de Lula, que não pagou placê e sequer conseguiu manter-se as horas pretendidas em manchete da UOL.

    De novo, agora em tri-repeteco, o caixa dois do Andres, com os dois anteriores desaparecidos do mapa da vazação, após a utilização midiática.

    E da-lhe, Bernardo e Gleisi, Gleisi e Bernardo… e toma Bernardo e Gleise novamente, entremeados por pitadas de Pimentel, aqui e acolá, já que não podem mais contar com o Lindbergh, absolvido por esgotamento do teor de cara de pau acusatório dessa gente seletiva da justiça midiática.

    Quanto a Dirceu, Vaccari e Palocci, nem mais citam, com medo de alguém perguntar: afinal que contas foram achadas desses no exterior, quantas propriedades não compatíveis com o imposto de renda ou não declaradas? Por que mesmo, continuam presos?  

    Se considerarmos que as delações Odebrecht já estão há 25 dias nas mãos de “janot ensaboado”, e estranhamente nada vaza e o sigilo permanece, além dos facmaiatóides que andam espremendo e conseguindo vazar contra o PT, sabe-se lá a qual esforço e dedicação da farsa tarefa, para não perderem à mão e a prática, parece que sobra para valer, para os amigos e aí…. e aí…. e aí…, não vem ao caso, afinal, Cunha e Cabral já estão de bom tamanho, tratando-se da cessão de bois de piranha para acalmarem as boas moças de má fama, moralistas.

    E vamos que vamos, pois depois do poço, tem ainda o pós poço, para afundarem mais profundamente o Brasil. 

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