Para Átila Roque, diretor da Anistia Internacional do Brasil, a denúncia de estupro não foi uma surpresa, já que o assédio faz parte do cotidiano das mulheres nas comunidades cariocas. “O estupro foi o passo extremo, a consequência da rotina de assédios”, disse.
Em outubro do ano passado, quatro soldados que serviam na Unidade de Polícia Pacificadora do Jacarezinho foram expulsos pelo crime de violência sexual contra duas mulheres e uma adolescente na comunidade, em 2014.
Do Último Segundo
“Acabou minha liberdade”, diz vítima de estupro na Rocinha
A atitude demonstra o desprezo que os policiais nutrem pela vítima, na avaliação do líder comunitário da Rocinha, William de Oliveira, já que por questões éticas e humanitárias, imagens de vítimas de estupro não são divulgadas. Segundo ele, essa é uma velha estratégia da polícia, de desmoralizar a vítima.
“Minha família viu o vídeo, estão todos desesperados. Tenho um filho pequeno”, desabafou ela, que cortou os cabelos após a divulgação do vídeo. Ela também não sai mais de casa por medo. “Agora todos os policiais conhecem o meu rosto”.
A vítima já tinha contado na delegacia que os policiais a tinham filmado. Mas, por outro lado, os PMs ouvidos pelo delegado Gabriel Ferrando, da Delegacia da Rocinha, não falaram nada sobre a divulgação.
O diretor-executivo da Anistia Internacional do Brasil, Átila Roque, disse que a denúncia de estupro não o surpreendeu. Segundo ele, assédio sexual, bolinação e piadinhas maliciosas fazem parte do cotidiano das mulheres que vivem em comunidades do Rio. “O estupro foi o passo extremo, a consequência da rotina de assédios”, afirmou.
Somente nesta quarta-feira a Corregedoria Interna da PM determinou a instauração de Inquérito Policial Militar para aprofundar as investigações sobre o caso.
Estupradores expulsos no ano passado
Essa não é a primeira vez que a PM do Rio se vê às voltas com acusações de violência sexual por parte da tropa. Em outubro do ano passado, quatro soldados que serviam na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Jacarezinho foram expulsos por terem praticado o crime de violência sexual contra duas mulheres e uma adolescente na comunidade em 2014.
Na ocasião, a PM afirmou que o ato atentou contra o sentimento de dever e decoro da classe e “que a ocorrência deste crime, cometido por agentes garantidores da lei, é inadmissível”.
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UPP Ou UEP?
Boa tarde. Unidade Pacificadora da Polícia ou UEP (Unidade Est…dora da Polícia)? Mais uma para a série “Quem Nos Protege Dos Nossos ‘Protetores’?”. Como civilizar uma polícia marcial, a qual trata o contribuinte como inimigo?
O fim da Policia Militar tal qual
A PM não tem mais para onde ir. Boa parte da corporação é bandida de primeira e os que não concordam la dentro, tem que se calar. São ameaçados também. A PM tem que ser desmontada e começar tudo outra vez.
O que temos hoje no Brasil em nivel de segurança publica é praticamente zero. O cidadão brasileiro tem tanto medo do bandido quanto da policia. As vezes, em determinadas cidades ou bairros, muito mais da policia. Logo, essa policia não serve mais para nada, esta deslegitimada. Ela serve apenas para manter uma certa ilusão de que promove segurança, matando, torturarando, assediando e coagindo pessoas, que sob sua otica não são bons cidadãos.