Zavascki questiona Sérgio Moro sobre políticos citados na Lava Jato

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – Relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, o Teori Zavascki encaminhou ao juiz Sergio Moro alguns questionamentos sobre a menção de congressistas que supostamente receberam dinheiro desviado da Petrobras no esquema investigado pela Polícia Federal.

O advogado Fabio Tofic Simantob, que defende Gerson Almada, vice-presidente da Engevix, disse à Corte que a Polícia Federal tem conhecimento de que parlamentares mantinham relações com o doleiro Alberto Youssef desde setembro do ano passado. Sérgio Moro, entretanto, só reconheceu o fato após a operação ter sido deflagrada, em 17 de março deste ano.

Na visão de Simantob, a iniciativa de Moro visa impedir que o caso seja remetido ao Supremo – onde os deputados federais devem ser investigados, já que possuem foro privilegiado – e, assim, fuja do controle do juiz.

Os políticos que apareceram na apuração desde 2013 são os deputados André Vargas (sem partido, expulso do PT) e Luiz Argôlo (Solidariedade). Simantob citou ao STF dois fatos que poderiam comprovar sua tese. Segundo ele, a PF citou o número do telefone de Argôlo em relatório de setembro de 2013, e também apurou que houve entrega de R$ 120 mil ao chefe de gabinete do deputado naquele mesmo ano.

A Folha de S. Paulo, ao noticiar o requerimento de Zavascki, informou que procurou Moro para tratar do assunto, mas ele não quis se pronunciar. O juiz já foi questionado anteriormente sobre a suposta proibição que impõe aos investigados na Lava Jato, sobre não citar parlamentares em seus depoimentos, e disse que faz isso para preservar a “autoridade do Supremo” e porque a Operação não se limita à corrupção envolvendo políticos.

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

23 Comentários

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  1. E então……………………….

    Não entendo nada dos meandros  juridicos, e sendo assim, meus comentários são amadoristicos.

    A principio, estou a favor das medidas tomadas pelo Juiz Moro, mas só a princípio!

    Caso venham a posteriori, serem citados politicos, e acredito que deva ser citado para o julgamento ser encaminhado ao Supremo.

    Ocorre que antes, deve-se esgotar todos os recursos, para investigar e reunir provas sobre todos os suspeitos, sejam eles de que cor forem, e após isto, com todos as provas e fortemente embasadas, leve os supostos (como gostam os jornalistas), a todos os Tribunais, mormente o Supremo.

    Se houver outros, além dos físicos neste planeta, que sejam também encaminhados a estes possíveis outros, e sugiro até o do INFERNO, com o Demo, capiloto presidindo !!!!!! 

    1. “A principio, estou a favor

      “A principio, estou a favor das medidas tomadas pelo Juiz Moro, mas só a princípio!”:

      Dois.  Nao vi nada de errado com as medidas que ele tomou.  A principio.  Mas a esse ponto eu nao confio nele nem nos objetivos dele. 

  2. Estranho, neste caso, eé o

    Estranho, neste caso, eé o juiz Moro proibir os delatores de citar nomes de parlamentares na Operação Lava Jato, mas ter permitido a citação de parlamentares do PT (Senadores Humberto Costa e Gleyse Hoffman). Fica parecendo que o juiz Moro proibe a citação apenas de parlamentares do PSDB. 

    1. Cm certeza!


      É o que nos tem parecido. Aliás quero parabenizar o comentário da Maria Luisa, um pouco acima. Concordo plenamente. Há algo de podre no Reino do Paraná, como bem disse uma colega no dia de ontem.  Socorro STF!!!!

  3. Querem melar as investigações

    Querem melar as investigações e defender os amigos. Mas não tem mais jeito a justiça americana vai nos dar um sopro de esperança.

     

    1. E então………………..

      Carlos, este seu comentário fica parecendo que voce é um dos que o Lula citou:

      Complexado  vira-lata !!!

      Nada pessoal, mas quando vejo que algum brasileiro (?), tece ou faz apologia aos gringos do Império do Norte, não sei não ………………..

  4. E a PGR não se manifesta?

    Em entrevista ao Vi o Mundo, o jurista Pedro Serrano diz sobre os vazamentos:

    “A minha grande preocupação é com os vazamentos seletivos de informações”, observa. “Eles podem comprometer o futuro da investigação, favorecendo os próprios investigados.”

    “O mais grave é que o governo – leia-se Ministério da Justiça — e a Procuradoria-Geral da República não estão agindo com rigor que deveriam ter neste caso”, denuncia Pedro Serrano. “O governo já deveria ter substituído imediatamente os delegados suspeitos e o procurador-geral da República avocado para si os inquéritos.”

    “Não precisa nem ter cometido o delito do vazamento. Basta a suspeita para justificar o afastamento como forma de preservação da investigação”, frisa Serrano. “A equipe inteira deveria ser afastada.”

  5. O que poderia ser uma

    O que poderia ser uma investigação exemplar está se perdendo num circulo de interesses pessoais e politicos, pior que o papel da imprensa, que parece que não engana mais ninguem é o dos operadores do direito que desde a malfadada ap 470 estão hibernando, doeu na alma ver juristas consagrados, por medo, em entrevistas,  avalizando os descalabros dessa ação.

  6. É só isso?
    Os famosos

    É só isso?

    Os famosos “agentes políticos” que teriam sido citados nas delações premiadas se resumem ao André Vargas, que já foi expulso do PT, e ao Luiz Argôlo, que é da oposição?

    Se é assim, então a montanha pariu um rato.

    E fizemos todos papel de bobos, acreditando que tinha havido de fato vazamentos, e que eles poderiam ter algum impacto na eleição.

  7. Pode ser sombria
    mas minha opinião sobre este caso é de que: 1-tudo que se relaciona com a Petrobras é problema de partilha; vem aí o pre-sal e todos querem tirar sua parte; não estão preocupados com a empresa – gigante, um orgulho – e menos ainda com seus empregados, que vivem momento delicadíssimo. A preocupação é “nossos adversários estão ganhando e nós não”. Entendo muito pouco das injuncoes da política intl e da geopolítica, mas não à toa a Banca intl quer Dilma, e o que ela representa, distante das decisões sobre os rumos do Brasil e isto ficou clarissimo durante os ultimos 3anos e especialmente durante as eleições de 2014. Há uma escassez de recursos mundial, e não nos faltam os recursos, falta-nos capacidade e vontade de geri-los e distribui-los equanimemente. 2-a complexidade jurídica com a qual nos deparamos a meu ver reside em dois objetivos: sangrar o governo ininterruptamente através da PB. Tudo nesta empresa é gigantesco: contratos, valores, recursos envolvidos. É fácil escandalizar através dela. E, 2o, chegar às campanhas para atingir a presidência. Não importa que não se possa provar, não importa que seja moralmente e juridicamente questionável, não importa que juízes e delegados sejam questionados em suas ações: isto é café pequeno perto do objetivo buscado. São várias ações, difusas; agentes aparentemente desconexos: imprensa, agentes públicos, empresários. A despeito do que afirmou o Alexandre Garcia, não dei salvo-conduto a ninguém para cometer atos ilegais, e gostaria que este processo de limpeza fosse real mas tendo a achar que está sendo montado um cenário que justifique ações extremas e que, atingido o objetivo de inviabilizar Dilma, tudo se esvaziarà e corruptos e corruptores voltarão a atuar sob detentores do poder mais amigaveis.

  8. O caso Moro

    Eh por causa desse corporativismo e personalismo que essas operações terminam mal. Mais uma vez, temos o juiz Moro tentando levar sozinho algo que parece sobressair de sua alçada. So não sei se essa historia de não citar parlamentares em depoimento serve apenas para preservar a “autoridade do Supremo”. Não seria, sobretudo, para preservar especialmente alguns parlamentares?

  9. Questão processual

    Leaim o último despacho do Moro. Ele classificou como “fantasiosa a versão de não poder se mencionar os parlamentares. É o que a defesa de um dos acusados diz, como se o juíz estivesse protegendo os agentes políticos. Não está. Ele como juiz de primeira instância não julgará os parlamentares, apenas o STF tem essa prerrogativa.  Por essa razão o processo será desmembrado. É nítida a tentativa de quererem apontar um erro técnico para futuramente alegarem nulidade processual. 

    1. “Ele como juiz de primeira

      “Ele como juiz de primeira instância não julgará os parlamentares, apenas o STF tem essa prerrogativa.”

      E os vazamentos são responsabilidade de quem? Eles induzem a um inequívoco ilícito que é a violação do segredo de justiça agravado pelo fato de que se dá em tema para o qual não é competente.

      O que o referido juiz está fazendo para coibir os vazamentos? O prejuizo que tais informações ilegais não coibidas e não desmentidas trouxer a quem quer que seja responsabilizam o responsável pela vara onde elas são produzidas e depois distribuídas à imprensa.

      O juiz Moro abriu alguma sindicância interna para identificar os vazadores que estavam certamente presentes por ocasião de suas audiências “secretas”?

      Na sua opinião o CNJ seria forum para apreciar essa questão?

  10. Parece que diz-se no meio

    Parece que diz-se no meio jurídico que quando o foro é inapropriado o processo fica eivado de vícios. Ou seja o juiz não é competente para investigar e julgar certos crimes que estão emergindo das investigações, o que obrigará aos juzes do STF de ter que ouvir de novo os acusados.

    São esses vícios que podem levar o processo à nulidade.

    Por exemplo, Humberto Costa está pagando com a honra informações vazadas de um processo que não pode investigá-lo. Moro não desementiu as acusações, o que deveria ter feito. Ou seja, deixa rolar situação esdrúxula de gerar informações ilegais que não poderia gerar. E Humberto Costa já está tendo prejuizo pessoal com um vício processual que o onera.

    Ora como parte agredida ele poderia exigir desde logo a correção deste vício seja pelo arquivamento do processo seja pela transferência ao STF.

    Os agentes ligados ao PSDB coroam o conjunto de vícios que acabam gerando novo ambiente de parcialidades inadmissível.

    Ao mesmo tempo, o juiz Moro é responsável pelo que corre no processo que comanda. Esses vazamentos o responsabilizam, principalmente sem desmentidos.

    Humberto Costa deveria processá-lo pois ele é o chefe da operação e tem o dever moral de evitar os vazamentos, de desmenti-los e de provar que está efetivamente se movendo para coibí-los.

    Há danos morais de vazamentos de informações que a instância comandada por Moro não tem competência para produzir. Vai ficar por isto mesmo?

    Senta pua Humberto Costa!

  11. Vaza a jato

    Enquanto esse processo estiver sob o restrito controle dos tucanos Delegados da Polícia Federal, e do juiz Sérgio Moro – que já demonstrou ser incapaz de conduzir o inquérito, por não ter autoridade de impedir os vazamentos seletivos, temos o direito de suspeitar: que tudo está sendo conduzido de forma, mais uma vez, de impedir a punição dos corruptores. No fim tudo pode acabar com a condenação de agentes públicos pelo STF, e os processos contra os corruptores, serão enviados para a justiça de 1ª instância, e lá, ser contestado e anulados, ou mofar nos escaninhos dos cartórios até a ´prescrição.

  12. Confusão à vista!

    Na AP 470 o STF não desmembrou o processo de quem não detinha foro especial. Julgou todo mundo de roldão – e ainda pretendeu emplacar uma “formação de quadrilha”. O juiz Moro está indo pelo caminho inverso: está implementando um verdadeiro “desmembramento” do processo em relação a quem tem foro especial!

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