Recado do Nassif: a guerra entre os poderes

Luis Nassif

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  1. Morte à República! Viva à República!

    Pois então. É duro. Eu continuo pensando que simbolicamente, quando Lula aquiesceu e tirou Paulo Lacerda, desequilibrou o jogo entre os poderes. E de quebra vestiu o arquétipo do servo, molestado e subjugado pelo senhor de engenho. Não há saída nesta quadra, a crise é de Regime. Bem que poderíamos aproveitar e passar logo para a ditadura dos espoliados. Obrigado pelo trabalho, que imagino deva ser insano.

  2. Nassif, a Globo e o Xadrez

    Para quem tem o hábito de assistir e ler o outro lado para filtrar o que interessa, notei nos últimos meses que jornalistas da Globo incorporaram um novo vocábulo para grifar seus comentários.

    Quando eles falam na crise, imediatamente segue-se o vocábulo “xadrez”, conformando a crise como um jogo disputado entre dois enxadristas adversários (e inimigos) no logo político.

    Nassif, a Globo lê o Jornal GGN, especialmente, a série Xadrez em seus diversos capítulos.

    Eu, se fosse você, não só cobraria direitos autorais, como proporia à Globo escrever um roteiro sobre os anos recentes, desde a posse de Dilma, para a produção de uma minisérie que terminaria, antecipando a única solução razoável para o fim da crise que seria uma “Concertação” visando restabelecer a normalidade da vida institucional do país.

    Quem sabe essa minisérie não induziria os atores políticos a buscar um pacto.

    Concordo que a proposta é uma fantasia, mas às vezes a realidade imaginada antecipa a história.

  3. Não há dúvida do poder do

    Não há dúvida do poder do conglomerado Globo. Essa guinada do seu jornalismo tem a ver com um rearranjo no setor civil? Ou são só interesses contrariados?

  4. video

    Nassif, vc deve saber que o Temer tem a chave da corrupção do PSDB. O PSDB não pode deixar o Temer e não é só por causa do Aécio, Tem muita coisa que o TEMER pode destruir o PSDB e o DEM, o PPS nem conta.

  5. Pacto? Quem seriam os pactuantes ?

    Concordo que em algum momento haverá necessidade de uma repactuação, até por pura questão de sobrevivência do Brasil enquanto Estado soberano de um determinado território.

    Mas a pergunta que valeria um artigo ou um novo Recado, seria que seriam esses pactuantes ?

    Sobrou alguém minimamente isento, há novas lideranças, novas vozes ou há despreendimento suficiente nas antigas lideranças, quase todas chafrudadas de uma forma ou de outra no Pântano ??

  6. Esses pactos conciliatórios sempre

    Esses pactos conciliatórios sempre beneficiam os mesmos. É mudar para não mudar e manter tudo como está, preservando intacta a Casa Grande e a Senzala. É a resposta que sempre favoreceu a oligarquia que mantém o Brasil nessa situação deplorável de submissão total aos interesses mais obscuros.

     Eu simplesmente não acredito em conciliação!

  7. Crise? Que crise?

    OPINIÃO DO GORDO!
    *
    Crise? Que crise?

    Para todo cientista social, analisar o Brasil e suas peculiaridades sempre é um desafio quase impossível de se vencer. O Brasil é um país sui generis desde sua formação primitiva, muito antes da chegada do invasor europeu. Desde que recebeu sua primeira leva de habitantes, o Brasil é território de conflitos intermináveis, de subjugação de um povo pelo outro. Tupis em sua diáspora pelo território que seria o Brasil um dia, exterminaram alguns povos, escravizaram outros e se tornaram inimigos mortais de outros tantos. Foram, por esta razão, aliados dos portugueses em algumas ocasiões e combatidos pelos mesmos portugueses que se aliavam à outros povos, inimigos seculares dos Tupis, em outras ocasiões. A quantidade de conchavos e traições na História do Brasil é incontável. Um verdadeiro cadinho de culturas, é o que era o território brasileiro, desde antes da chegada do invasor europeu, o elemento catalisador de violência e pontencializador de conflitos. Mas outro elemento ainda seria introduzido nessa mistura explosiva, e este, pela primeira vez, se veria dentro do conflito contra sua própria vontade, sem interesses próprios a defender além da própria vida e de um sonho de liberdade no futuro. O negro africano foi sequestrado aos milhões e trazido a força para o Brasil para plantar cana, depois para minerar, depois para plantar café e em todos os momentos para ser propriedade dos invasores europeus. Ser coisa. Ser escravo.
    O tempo passou, histórias de violência, exploração, traição, roubo, corrupção e descaso com a coisa pública foram se acumulando e se tornando coisas normais na rotina do brasileiro comum. A escravidão mudou de nome e de forma. Os Tupis e as outras centenas de etnias que aqui viviam, guerreavam e por vezes conviviam, foram colocados todos no mesmo barril e chamados de índios. Assim ficou mais fácil identifica-los e subjuga-los à incontrolável roda do progresso, que a todos atropela. Os europeus venceram todos que se colocaram em seu caminho. Criaram instituições, polícias, exércitos, milícias, tribunais, assembleias, prefeituras, câmaras legislativas, igrejas, gabinetes, escolas, universidades, etc. Construíram uma caricatura da Europa em meio ao calor dos trópicos e forçaram aqueles que aqui viviam a se adaptarem às suas vontades, regras e leis. Ditaram a língua a ser falada, a roupa a ser vestida. Aceitaram a mistura de alguns elementos de um povo ou de outro. Exterminaram outras centenas de culturas por completo. 
    Mas houve resistência. Muita resistência. Negros e nativos deram o sangue e a alma na sua luta por liberdade, pelo direito de existir. Foram vencidos a maioria das vezes, mas, em poucas oportunidades, sentiram o doce sabor da vitória. Quando não pelas armas, venceram pela insistência, pela inteligência e pela astúcia. Mantiveram parte de sua língua nos cantos religiosos, nas gírias incorporadas ao português oficial por séculos de uso marginal. Mantiveram sua gastronomia, embora ainda não passe de mera influência para grande parte dos chefes. Sua música e sua fé sobreviveram por aparelhos por séculos, e hoje, as poucas sobreviventes ao massacre da aculturação parecem finalmente aptas a sair da UTI. Em fim, o povo sempre foi renegado, subjugado, explorado, marcado a ferro pelos seus donos, sobreviventes da guerra alheia que lhes invadia as casas e lhes tomava os filhos, assim como hoje, ontem e sempre.
    Hoje, como inúmeras outras vezes no passado, mais uma vez, insistem em nos impor suas guerras pessoais como se fossem nossas. Sua crise não passa de meu cotidiano desde minha mais tenra infância. Nada mudou, melhorou ou piorou além do mínimo de sempre. A roubalheira de hoje é tão nojenta quanto a de ontem, a de antes de ontem e a de sempre. Os interesses deles estão tão distantes dos nossos como sempre estiveram, e, se por acaso sentem falta do nosso grito nas ruas hoje, é por uma única razão: nunca gritamos nas ruas antes, nem gritaremos hoje. Sua guerra não é nossa guerra. Sua disputa por poder não nos provoca nada além de sono, já que nosso lombo cansado de trabalhar tem que se recuperar para o amanhã. Fomos manipulados por séculos, convencidos a amar e chorar por falsos ídolos e a odiar outros. Tocados como boiada pelo sermões, depois pelo rádio, pela televisão e hoje, utilizam as redes sociais para continuar o mesmo serviço. Vez por outra nos chamam às ruas para gritar suas palavras de ordem: “Diretas já!”, “Fora fulano!”, Fora cicrano!”… gritamos, sem saber direito onde isso nos leva, mas com a certeza viva bem lá no fundo da alma de que no final nada adiantaria, nossos armários e geladeiras não se encheriam do bom e do melhor de um mês para o outro, não teríamos um palmo de terra para viver, não teríamos acesso às cátedras para nossos filhos nem o direito de escrever a própria História. Insistem que nos importa o valor do dólar, o sobe e desce da bolsa, o nível do desemprego, como se nós não fossemos sempre os primeiros a sentir o impacto de tudo isso. Nunca há espaço para melhorar, mas não somos ingênuos de duvidar que também não há espaço para piorar. Este sempre há! Chamam de “reformas” o que chamamos de mais do mesmo, a sanha por mais lucro, por mais suor do pobre. Eles sempre inventam meios novos de manter seus impérios e se possível amplia-los, nem que seja sobre um solo repleto de sangue e crânios.
    Não existe “juiz bonzinho” e “juiz mauzinho”. Juiz é juiz, e lei é lei. Ambos sempre atenderam aos interesses de sempre. Daqui de baixo olhamos a opulência dos tribunais e as palavras rebuscadas dos acórdãos enquanto bocejamos e esperamos o jornal acabar para completar o ritual diário com a cama dura e o despertador as 6:00h do dia seguinte. Enquanto as elites se digladiam, ninguém realmente se preocupa com o amanhã de quem limpa a sujeira depois do protesto, de quem colhe o café que alimenta o cérebro do doutor, ou de quem simplesmente está ali, parado no sinal recolhendo as moedinhas. Só te percebem quando notam que a área da cracolândia pode ser melhor aproveitada, revitalizada e valorizada comercialmente. Aí você vira problema de saúde pública.
    Em fim, o que vocês chamam de crise, nós chamamos de vida. Vida de pobre é crise, sempre!

  8. Recado do Nassif

    O Nassif, como sempre, brilhante.

    O recado precisa ser absorvido pelos poucos homens e mulheres confiáveis desse Brasil e, após ampla discussão, se ja dflagrada uma uma movimentação política, popular, capaz de uma saída honrosa dessa calamindade política em que o país se encontra.

  9. Como você disse há uma

    Como você disse há uma quadrilha instalada no governo, existe desde 85, que sempre esteve no comando do país, os governos eleitos pelo PSDB e PT tiveram que fazer pactos com o PMDB, então Nassif estamos falando de partidos com ideais duvidosos.

    Alimentados por uma mídia tendenciosa e com pessoas com poder de decisão que agem de forma passional e não pensam num plano de Estado, tem gente querendo eleições diretas mas não temos lideranças e indireta com um parlamento sem credibilidade.

    Temos que assumir que como sociedade e como individuo fracassamos, enquanto tivermos o espírito de Gerson em cada um de nós, não haverá mudanças duradouras, precisamos assumir o papel que cada um tem na sociedade e não deixar para que os representantes façam por nós, isso que o brasileiro faz, delega o que é seu principal direito para os outros, por isso estamos nesta condição.

  10. Acordo, rendição ou caos nosso de cada dia?

    Sem dúvida um acordo é muito melhor que um conflito interminável.

    O problema é que as lideranças políticas que poderiam costurar esse acordo parecem não entender a gravidade do momento. A mídia hegemônica ajuda a colocar lenha na fogueira, ora com perseguições gratuitas ao Lula, ora com vazamentos sem provas. O Judiciário que poderia dar um basta no ativismo político de procuradores, fica calado, porque teme a perseguição da mídia hegemônica. O “mercado”, por sua vez, também não entende a gravidade do momento e pressiona por “reformas” que destroem o tecido social do país. Temos, enfim, um quadro de grande complexidade.

    O que me parece é que as oligarquias não querem um acordo. As oligarquias não têm uma opção real para governar o país e temem a volta de Lula ao poder, o que é um absurdo, porque Lula não é nenhum carbonário.

    Um início de acordo passaria por eleições gerais e diretas, mas com a presença de Lula, após um julgamento imparcial e justo. Isso exigiria dos dublês de juízes e promotores da província uma imparcialidade e um respeito às normas do Direito que eles não têm demonstrado. Se condenarem o Lula sem provas, vão só protelar o caos nosso de cada dia.

    P.S. Um pensamento que me ocorreu, é que o caos nosso de cada dia não vai ser resolvido sem eleições realmente representativas sem manipulações por currais eleitorais, financiamentos das eleições por corporações e truques para manter as oligarquias no poder. O caos nosso de cada dia é , na verdade, uma guerra civil não declarada, em que as oligarquias levam vantagem, mas estão sempre a correr o risco de uma revolução francesa para cortar cabeças.

     

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