Abismo fiscal nos EUA pode levar país para recessão em 2013

Do Correio Braziliense

Abismo fiscal dos EUA assombra o mundo

DECO BANCILLON

Com o mundo ainda tentando encontrar saídas para a crise financeira que se arrasta desde setembro de 2008, um novo foco de preocupação entrou no radar das maiores economias globais: a possibilidade real de que o chamado “abismo fiscal” dos Estados Unidos arraste a maior locomotiva do planeta para a recessão em 2013.

O medo de que os pesados cortes de gastos e o fim das isenções tributárias concedidas pela Casa Branca para reanimar a economia daquele país sejam um entrave à expansão global tornou o assunto o tema dominante das conversas envolvendo ministros de finanças e presidentes de bancos centrais que participam, desde sábado, da reunião do G-20, grupo que reúne as 19 principais economias do mundo e a União Europeia, na Cidade do México.

Por conta do alto índice de violência que assola o México, onde 60 mil pessoas morreram nos últimos anos vítimas do confronto entre as forças armadas e o narcotráfico, o governo local preparou um rigoroso esquema de segurança para impedir ataques terroristas.

A dúvida que paira sobre os governantes é se haverá tempo hábil e, principalmente, vontade política para que o já fragmentado Congresso dos EUA aprove um acordo para sanar o rombo de US$ 600 bilhões previsto para 2013 nas contas do governo norte-americano. Com a eleição presidencial marcada para esta terça-feira, os líderes decidiram adiar as discussões até que se tenha um horizonte melhor de como se dará a nova política econômica da Casa Branca. 

Para um observador das conversas, não há dúvidas de que mesmo os norte-americanos reconhecem que esse é um problema. “O governo dos EUA diz que não quer cair no abismo fiscal. Mas, agora, ele não pode nos dizer exatamente como vai lidar com isso, porque essa questão ocorre antes da eleição”, disse à Reuters uma fonte que participou das reuniões do G20.

Baixo crescimento

Além do “abismo fiscal” dos EUA, outro tema que permeou as discussões no México foi como se dará o crescimento global em um cenário de restrição da demanda. Foi levantado que um potencial aperto fiscal promovido pelo Japão e choques adicionais de fornecimento em alguns mercados de commodities podem aumentar os riscos de que a recuperação seja mais lenta do que se previa anteriormente. Todos esses temas devem constar no documento que será finalizado hoje pelas autoridades. 

Presidente do G-20 em 2012, o México pediu que países do grupo que estiverem em melhores condições fiscais deem estímulos às suas economias como forma de reanimar o crescimento global. O ministro das Finanças mexicano, José Antônio Meade, afirmou que “cada país tem que encontrar a melhor política com base em suas próprias limitações, sua própria realidade”. Ele alertou, no entanto, que cada ação dos governos deve ser balizada pela prudência, para que novas economias não entrem em colapso fiscal, como ocorreu com a Grécia, a Irlanda e a Espanha.

Luis Nassif

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