Wilson Ferreira
Wilson Roberto Vieira Ferreira - Mestre em Comunição Contemporânea (Análises em Imagem e Som) pela Universidade Anhembi Morumbi.Doutorando em Meios e Processos Audiovisuais na ECA/USP. Jornalista e professor na Universidade Anhembi Morumbi nas áreas de Estudos da Semiótica e Comunicação Visual. Pesquisador e escritor, autor de verbetes no "Dicionário de Comunicação" pela editora Paulus, e dos livros "O Caos Semiótico" e "Cinegnose" pela Editora Livrus.
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Acidente aéreo em Santos prepara bomba semiótica sincromística

O trágico acidente aéreo em Santos que vitimou o candidato à presidência da República Eduardo Campos reacende por caminhos mórbidos a esperança da grande mídia, com a pressão uníssona de que Marina Silva assuma a candidatura. O timing da tragédia foi perfeito, num momento em que já estava esgotado o arsenal de bombas semióticas midiáticas – a última foi a irrelevância da não-notícia da “fraude da Wikipédia”. Mais do que que levantar teorias conspiratórias, as sincronias e coincidências que cercaram o acidente, somado a uma espécie de discurso do “destino manifesto”, do “imponderável” e do “destino”, estão ajudando a preparar a talvez derradeira bomba semiótica, dessa vez sincromística porque utiliza como matéria-prima a simbologia arquetípica do “Mágico”, baseado em estratégia do mundo do Marketing e da Publicidade que manipula arquétipos do inconsciente coletivo para a criação da imagem de marcas, produtos e serviços.

Teorias da conspiração não surgem por acaso. É por ser a realidade estranhamente sincrônica que acaba sugerindo a suspeita de eventos milimetricamente maquinados, como no caso da trágica morte do candidato à presidência da República Eduardo Campos em um acidente aéreo na cidade de Santos-SP no último dia 13.

Logo após o incidente, redes sociais e grande mídia se apressaram a fazer um mórbido inventário de “coincidências”: Eduardo Campos morreu no mesmo dia que o seu avô Miguel Arraes; o DDD de Santos é o mesmo do dia da tragédia (13) que, por sua vez, é o mesmo número que identifica o PT nas eleições; a soma das letras do candidato morto soma 13; o acidente aéreo ocorre pouco tempo depois da denúncia envolvendo o candidato Aécio Neves sobre um aeroporto construído com dinheiro público ao lado de fazenda da sua família; em 2006, também no período de eleições presidenciais, ocorreu o acidente aéreo do choque do Boeing da Gol com um jato Legacy matando 154 pessoas; o acidente aéreo de Santos se soma a uma sequência de acidentes como o desaparecimento do Boeing da Malaysian Airlines no Oceano Pacífico (ou teria sido no Índico?), a queda de outro Malaysian na Ucrânia e uma mais recente de um Boeing na África…

Mas parece que ainda poucos estão vendo a maior de todas coincidências, uma feliz surpresa para uma grande mídia politicamente combalida: o acidente aéreo vitima um candidato de oposição ao Governo Federal no momento em que o arsenal das bombas semióticas já tinha se esgotado, como pudemos diagnosticar em postagens anteriores.

Como vimos, a últimas arma foi a da não-notícia, detonada com a denúncia da suposta fraude da CPI da Petrobrás (a hilária descoberta que existe media training nas corporações) e a denúncia reduzida a pó de traque da “fraude dos perfis da Wikipédia”. Era evidente que essa última arma era a mais frágil de todas que foram detonadas desde as grandes manifestações de rua de junho do ano passado. A repercussão dessas últimas explosões teve fôlego curto, pela própria natureza de irrelevância da matéria-prima dessas bombas.

Grande mídia: do desânimo à euforia

 

Esse desânimo ficava claro nas hostes dos intelectuais orgânicos da oposição como o historiador Marco Antonio Villa. Se em maio no Jornal O Globo, Villa declarava “Adeus, PT” onde comemorava “a derrota do PT e a implosão do seu bloco político”, em julho, desiludido com a performance de Aécio Neves e o êxito da Copa do Mundo, falava no mesmo jornal em “desilusão com a política”, o “notório sentimento popular de cansaço” e o “voto como ato inútil, que nada muda”.

Pois em meio ao desânimo frente a um contínuo midiático que começava a se tornar opaco e resistente às ondas de choque das últimas bombas semióticas, eis que inesperadamente um jato com alta tecnologia aeronáutica pilotado por profissionais experientes inexplicavelmente mergulha precisamente no único espaço aberto em quarteirão de um bairro populoso de Santos, trazendo no seu interior um candidato à corrida presidencial.

Em questão de poucas horas o mercado financeiro demonstrou todo o seu insensível pragmatismo: com a apreensão de que a vice de Eduardo Campos, Marina Silva, estivesse também na aeronave as perdas do início do pregão da BM&FBovespa se aprofundaram. Quando o mercado soube que ela não estava no voo os índices voltaram a subir, sinalizando aquilo que a grande mídia já começava a repercutir – o mercado financeiro quer Marina Silva para reduzir a incerteza sobre uma possível vitória da Dilma no primeiro turno.

Do desânimo e incertezas a grande mídia pulou imediatamente para a euforia especulativa. Marco Antonio Villa, por exemplo, em poucas horas já tinha superado seu niilismo político: “são duas campanhas… a que começa hoje apresenta um quadro absolutamente imprevisível!”.

Wishful thinking da grande mídia

Para a Folha, eleição é a ˜sucessão presidencial”

O Jornal O Estado de São Paulo já declarava que “Morte de Campos embaralha a eleição e Marina é tratada por sucessora natural” – tratada por “lideranças”, diz o jornal.  Já a Folha foi mais direta com a manchete “adversários se preparam para enfrentar Marina Silva” e com um pequeno wishful thinking com o título “mudança de rumo na SUCESSÃO presidencial”. O jornal abandona o termo “eleições” ou “corrida presidencial” para usar uma expressão que sugere o desejo de mudança de ocupante do Palácio do Planalto.

“Eleição imprevisível”, “acirrar a eleição”, “reviravolta se Marina enfrentar a disputa”: uma hora depois da confirmação da morte de Eduardo Campos o clima midiático era radicalmente diferente, com sofresse um choque de adrenalina e otimismo.

O curioso é que as análises de conjuntura política instantânea dos analistas veio acompanhada de expressões etéreas como “o imponderável”, “rasteira do destino”, “o impacto do acaso” etc. Nessas análises de conjuntura política e econômica tão instantâneas (analistas econômicos já falam em “cenário-base com Marina Silva”), somente uma causa tão imaterial para explicar um efeito tão poderoso e a decisão uníssona da grande mídia e mercados financeiros: Marina Silva precisa substituir Eduardo Campos.

A bomba semiótica sincromística

Portanto, estamos acompanhando nesse momento o início da montagem de uma nova bomba semiótica, dessa vez mais poderosa que a das não-notícias. Uma bomba baseada num processo de semiotização a partir de um forte signo-arquétipo: o arquétipo do Mágico. Assim como as cartas de Tarot onde cada figura corresponde a um aspecto arquetípico do psiquismo humano, a figura de Marina Silva começa a ser construída pela grande mídia associada ao “destino”, “acaso”, “coincidências” (ela deveria estar naquele voo, mas preferiu na última hora viajar em outro avião) etc., conceitos tão etéreos quanto a causalidade da súbita mudança de humores midiáticos.

Tomando o conceito de arquétipo da psicologia profunda de Jung (arquétipo como símbolo do inconsciente coletivo), Carol Pearson, PhD em Psicologia e professora em Estudos sobre Liderança da Maryland University nos EUA vai encontrar, a partir dos estudos da simbologia arquetípica, doze modelos de simbologia inconsciente que, segundo ela, motivariam a espécie humana: Inocente, Explorador, Sábio, Herói, Fora-da-Lei, Mágico, Normal, Amante, Palhaço, Protetor, Criador, Poderoso. A princípio voltado para servir de ferramenta para táticas de engenharia organizacional, chega ao mundo do Marketing e da Publicidade como estratégia de criação da imagem de marcas, produtos e serviços – leia PEARSON, Carol. Awakening the Heroes Within: Twelve Archetypes That Help Us Find Ourselves and Transform our World, Harper SanFrancisco, 1991; e The Hero and the Outlaw: Building Extraordinary Brands Through The Power of Archetypes, McGraw-Hill, 2001.

O Mágico no Tarot é o arcano da Mística, do concentrado, do impulso criado. Está associado a experiências extra-sensoriais, coincidências e sincronicidades – momentos mágicos de experiências de transformação.

Uma semiótica de Marina Silva

A grande mídia não só pressiona para que Marina Silva assuma a candidatura do PSB como já está construindo uma imagem mística e mágica da personagem, encaixando-a no personagem arquetípico do Mágico. E a imagem atual de Marina favorece isso: enquanto Dilma possui uma imagem “dura”(tecnocrática e gestora) e Aécio é “soft” (playboy e bon vivant), Marina Silva é “orgânica” – amiga pessoal do mito trágico Chico Mendes, ambientalista e evangélica.

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Wilson Ferreira

Wilson Roberto Vieira Ferreira - Mestre em Comunição Contemporânea (Análises em Imagem e Som) pela Universidade Anhembi Morumbi.Doutorando em Meios e Processos Audiovisuais na ECA/USP. Jornalista e professor na Universidade Anhembi Morumbi nas áreas de Estudos da Semiótica e Comunicação Visual. Pesquisador e escritor, autor de verbetes no "Dicionário de Comunicação" pela editora Paulus, e dos livros "O Caos Semiótico" e "Cinegnose" pela Editora Livrus.

30 Comentários

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  1. E bota “mágico” nisso. Agora

    E bota “mágico” nisso. Agora que já decidiram que é a Marina, é o que ela queria, a pressionaram para que ela encarne os projetos e compromissos do Eduardo… e ela aceitou. Tá tudo muito bom, tá tudo muito bem, só gostaria que alguém me explicasse, se ela ganhar (nem Deus há de deixar), como é que fica o governo dela? Pois ela não vai ser ela, apenas um fantoche e quem vai nos governar no real é um fantasma? E nos debates, ela vai expor as idéias que sempre defendeu ou as do Eduardo que eram diferentes das dela? Parece que ela se comprometeu a levar adiante os compromissos do falecido, compromissos que não eram dela e que ela era contra. Por favor, alguém me explique, quem vai governar será um boneco de papelão igual aquele do Aécio? É muita “mágica” para a minha pobre cabeça. Este não é um país do faz-de-conta, nossas necessidades são reais. Então, como é que fica?

      1. Marina está sendo bancada pela banca

        Marina me lembra uma índia nas mãos dos  portugueses 500 anos atrás, encantada com presentes dos brancos, ela foi pro veláorio com a bancada do Itaú:

        “Ex-senadora, que deve ser anunciada na próxima semana como candidata do PSB à Presidência, viaja para Recife acompanhada do marido, Fábio Vaz de Lima, de seus quatro filhos, e de aliados como Neca Setúbal, herdeira do banco Itaú, João Paulo Capobianco, Pedro Ivo Batista e Bazileu Margarido, para acompanhar o velório e enterro de Eduardo Campos” (Brasil 247)

        Imagina só se essa triste figura teria alguma força para enfrentar o mundo financeiro como tem feito Dilma, nem moral ela(Marina) tem, pois fazendo o que tá fazendo não tem como não fazer as vontades dos Itaú, Veja, Globos e cia

    1. É óbvio que ele não vai

      É óbvio que ele não vai ganhar, mas se ganhasse, uma de duas : iria romanticamente para um governo idealista, e pimba, seria abatida em pleno voo ou faria o  trivial, esqueceria os projetos iniciais e faria alianças estranhas em prol da “governabilidade”.

      Mas nem vale a pena conjeturar sobre isso.

      1. Nira, concordo

        Se fosse eleita, ela seria fantoche do Congresso, dos governadores(na maioria conservadores), rentistas, bancada rural,   religiosa xiita…. Por isso os conservadores estão vibrando tanto. Como um colunista da Carta Maior, Saul Leblon ou Santayana, muita gente não entendeu pq quando o avião caiu a Bolsa de Valores caiu para voltar a subir logo em seguida. É que os rentistas pensaram que Marina estaria no avião e, como não estava, vibraram após o baque. O Mercado não chora, só mama….

    2. “Por favor, alguém me

      “Por favor, alguém me explique, quem vai governar será um boneco de papelão igual aquele do Aécio?”

      Malu, será uma Bode, aquele sabe?

    3. Sempre há de ser triste

      Sempre há de ser triste simples mortal achando que sabe dos desejos de Deus. Além disso, esse medo terrível se governar tendo o petismo como oposição é coisa do PIG dos banqueiro que não quer largar o osso,  que deixa até pai de família sem emprego e passando necessidades por  não fazerem  elogios dos mais rasgado ao governo petista.

  2. De Marina ser ambientalista

    De Marina ser ambientalista até que nem. Agora, ser evangélica radical, isso aí pode pesar negativamente se ela vier a ser eleita. Política misturada com religião não dá certo nem no Oriente Médio e nem em ugar nenhum. Portanto, é disso que eu tenho medo de Marina subindo a rampa.

  3. até a mãe natureza entrou na dança

    Quem mora em São Paulo sabe que frente fria entrando no litoral é situação critica, e foi justamente numa destas frentes que o avião caiu. Ulisses Guimarães sofreu acidente assim. A maçonaria deve estar mexendo seus pauzinhos. hehe.

  4. Alguem me explica?

    Não acompanhei o noticiário,  pois estava na estrada. Entretanto, ao parar em um posto de gasolina lembro de ter visto um estivador  ter dito ao jornalismo da globo que tinha reconhecido o corpo do ” seu candidato”.

    Se o reconhecimento dos corpos vai ser feito mediante DNA, como o cidadão reconheceu o presidenciavel?

    Alguem do blog que tenha acompanhado o noticiario pode me explicar isto?

    1. (“lembro de ter visto um

      (“lembro de ter visto um estivador  ter dito ao jornalismo da globo que tinha reconhecido o corpo do ” seu candidato””:

      Analfabetismo puro, Marcelo, tanto dele quando de toda a cadeia de decisoes quem deixou essa “reportagem” ir ao ar.  Qualquer pessoa que ja tenha visto fotografias do que acontece com corpos em um acidente de aviao teria evitado falar uma besteira tao grande como essa.)

      1. Desconfio

        Ivan,

        Desconfio muito deste analfabetismo.

        Na hora que vi a materia me ocorreu que Eduardo poderia estar em terra, em algum evento, e o avião ter caido lá. 

        Quando entendi o que tinha acontecido, me pareceu um depoimento forjado.

        Se o avião explodiu e os corpos ficaram irreconheciveis, como aquele estivador poderia saber que se tratava de Eduardo Campos?

        O diabo e que o jornalismo investigativo aqui esta em vias de extinção. 

        1. (O aviao NAO explodiu.  Nem

          (O aviao NAO explodiu.  Nem houve fogo antes da queda.  Vou arriscar uma causa:  urubu na turbina.  Se ninguem encostou na porcaria da helice sem luvas seria um milagre (nao ha metodo aa policia brasileira), mas vai ter DNA la.  De passaro.)

          1. Semantica

            Ivan, explodiu ou despedaçou-se , questão de semântica.

            O efeito de um choque contra um alvo fixo naquela velocidade é o mesmo de uma pequena explosão.

            O que quero saber é: Como aquele cidadão podia saber que aquele era o avião de Eduardo Campos?

            Percebe?

            Até para inventar a história ele precisaria de uma base real. A pergunta é : Quem disse a ele que naquele avião estaria Eduardo Campos?

            A meu ver não foi só incompetencia jornalistica .

      1. Ta certo Epaminondas, ele estava mentindo. Aceito isto.

        Mas como um popular, transeunte, ou como queira chamar o sujeito, poderia saber que naquele avião estava Eduardo Campos?

        Pra mim, é o maldito hábito que a imprensa tem de querer colocar a resposta conveniente na boca do entrevistado.

        Isto ou ( como diz aqui em Minas: Deus me livre e guarde) coisa pior.

  5. A direita está convicta de

    A direita está convicta de que Marina terá, no mínimo, 20 milhões de votos, mas se esquecem de que a conjuntura política em 2010 era bem diferente da de hoje. Sabemos, por exemplo, que o PT possui 30% do eleitorado paulista. Porém, isso foi conquistado por vários anos de partipação do PT nas eleições passadas, talvez desde 1989. Eu não acredito que Marina terá o mesmo potencial de votos da eleição anterior. Talvez nem sequer decole.

  6. Esqueçam todas os analistas

    Esqueçam todas os analistas do pig, Cantanhede, Dora Kramer, e Merval nem se fala. Esse post do Wilson destrincha com perfeição toda a confusão em que poderá se tornar a eleição esse ano. Digo que poderá, porque acredito que tenha gente no PSB que queira decidir as coisas racionalmente.

    Não há pressão do pig, nem de irmão sem noção que obrigue os pesebistas a embarcarem nessa narrativa digna de livro de Paulo Coelho. Certo que a Marina já constará das próximas pesquisas que virão antes da missa do sétimo dia. Porém se os líderes do PSB ouvirem a voz da razão, esse filme muito bem resenhado pelo Wilson, pode ficar nas salas de edição do pig e não passar.

    E mesmo se passar, pode não ser esse sucesso todo de bilheteria. O eleitor é muito mais racional do que pensam os alquimistas do pig

  7. Só que, realmente, os arcanos

    Só que, realmente, os arcanos pregaram uma peça em Dilma e no PT.

    A provável entrada de Marina na disputa da qual já estava alijada provocará o segundo turno.

    E, no segundo turno, Dilma perde de Aécio ou de Marina, porque sua rejeição é altíssima, o tempo de tv será igual, a imprensa continuará colaborando na denúncia do desmazelo do PT com a coisa pública, e a imensa maioria da juventude, que é antipetista, conforme se vê nas redes sociais, se sentirá motivada com a possibilidade de acabar com o pesadelo.

    Não se trata de mágica. Parece,mesmo, predestinação.

    1. Não predestinação mas ordem do pig, rentistas…

      Essa ordem foi dada quando Dilma baixou os juros a 5%, foi quando o pig inventou a inflação do tomate que resultou nas manifestações de junho com Marina como musa e, agora, ela está ai, a máfia não brinca em serviço, saibam disso. Mas não passarão, pois venceremos com Dilma nem que seja com 500 votos de frente

  8. No calendário spin, Eduardo Campos morreu no dia 6, Dia da Morte

    Olá caro Wilson, no meu calendário, quer dizer, no calendário do spin, Campos morreu foi no dia 6 do mês de urano

    Procure no calendário gregoriano o dia 13 de agosto e clique no mesmo, verás que vc foi remetido para o dia 6 de urano

    Miguel Arraes também morreu dia 6

     

  9. As eleições sem Eduardo Campos

    Em uma análise preliminar, longe do fervor da mídia, algumas perguntas se colocam.
    1. Por que motivo pessoas que tenderiam a votar em Dilma deixariam de votar nela porque o Eduardo Campos morreu? A princípio, não encontro motivos para isso.
    2. As pessoas que tenderiam a votar em Campos vão automaticamente passar a votar em Marina Silva se ela se tornar a sua substituta na campanha eleitoral? Acredito que uma boa parte sim, pois a maioria não pretendia votar em Dilma. Mas penso que uma parte poderá pensar em votar em Dilma, pois Eduardo Campos foi aliado do PT até dois anos atrás dos governos Lula e Dilma. Há que se pensar também no pragmatismo regional dessa opção, pois a maior soma das intenções de votos em Eduardo vinha de Pernambuco. Eduardo fez um bom governo para os pernambucanos, com o apoio de Lula, que também é pernambucano. Lula apoiará Dilma e isso é um fator a ser considerado. Marina para os pernambucanos é uma incógnita. Deve-se pensar também que o apoio à Dilma no Nordeste pode até aumentar, uma vez que não haverá mais um candidato da região. E não é improvável ainda que alguns votos dessa região tomem o rumo da candidatura de Aécio. Mas acredito que poucos.
    3. Marina teria nessa eleição os mesmos votos que teve na eleição passada? É possível que sim, mas também é possível que não. O fator Marina foi cuidadosamente trabalhado pela mídia na eleição passada para que seus votos fossem determinantes para a decisão ir para o segundo turno. Porém, em nenhum momento o seu candidato preferido foi deixado de lado pela mídia. Ainda assim, foi um sufoco. Dilma, uma desconhecida até então, deixou de ganhar no primeiro turno por um beiço de pulga. Apesar do clima de comoção que será utilizado pela mídia, o tempo de campanha é de apenas 50 dias. O trabalho da mídia teria que ser intenso, o que prejudicaria o apoio de que Aécio necessitaria para manter-se em segundo lugar e ir para o segundo turno.
    4. Será que a direita irá abandonar sumariamente Aécio Neves, trocando-o de olhos fechados pela Marina? É até possível que o alto comando da direita (grandes grupos de mídia e o mercado financeiro) já tenha decidido que sim. Há um grande desespero neste setores da sociedade com a iminência da reeleição da Dilma. Mas e o PSDB, que tem enormes compromissos políticos, econômicos e eleitorais firmados de longa data, aceitará esse papel de coadjuvante, que pode representar um fim melancólico e mais rápido do que o temido? E os seus candidatos espalhados pelo país? Uma guinada desse tipo pode atrapalhar a campanha de muita gente pelos estados e pode prejudicar a eleição de muitos candidatos.
    5. A candidatura do Eduardo Campos era um projeto muito pessoal que representava um risco muito grande para o partido, que cresceu muito enquanto estava aliado ao governo liderado pelo PT. Nada garantia, no entanto, que sua candidatura, contra o governo, representaria a continuidade desse crescimento. Será que a oficialização da candidatura de Marina, uma recém-filiada, que trouxe para o convívio do partido inúmeros integrantes da Rede, garante o crescimento eleitoral dos pessebistas originais?
    São essas algumas questões que me parecem relevantes para a análise da conjuntura atual.

  10. boa análise semiótica, mas

    boa análise semiótica, mas acho que desta vez os números vencerão a simbologia e a tragédia – não só da morte de campos como da possibilidade de marina ganhar.

    os números das realizações do governo progressista desde 2003 que serão veiculados a partir da horário  eleitoral

    gratuito pela candidata dilma são mais expressivos na minha opinião do que qualquer simbologia arquetípica, por mais força ancestral que tenha.

  11. O CONCRETO E O IMAGINÁRIO

    Na eleição passada  MARINA com o apoio do  todos os verdes possíveis e de boa parte dos evangélicos, disputou com o já queimado SERRA e com DILMA, totalmente desconhecida políticamente. Praticamente um POSTE, como diziam.

    Não conseguiu.

    Tentou fundar seu partido e  por falta de assinaturas,  não conseguiu.

    Tentou transferir o cacife eleitoral que tinha, se é que tinha!!! Também não conseguiu.

    Passado esse tempo,  DILMA se firmou politicamente a ponto constar varias vezes na lista da revista FORBES de personalidade mais poderosas do mundo. Percorreu o BRASIL todo inaugurando várias obras, vitoriosa em vários programas sociais e projetos. Sucesso total na copa e na organizaçao e participação do BRICS.

    Passado esse  mesmo tempo, MARINA se apagou. Renascendo agora das cinzas do EDUARDO CAMPOS.

    MORTE essa que  lhe remete de novo ao papel de candidata à presidência,  que nem com todo o esforço, maquiagem e manipulação do PIG, das PESQUISAS e da DIREITA. Nem com todos os wudus, mágicas e magia, conseguirão  incuti-la no imaginário coletivo do POVÃO como:

    A SALVADORA DA PÁTRIA.

     

  12. O cara sentindo cheiro de

    O cara sentindo cheiro de queimado pro lado petista, lança uma bomba simiótica cheia de catrevagem. Quando apenas deveria dizer ninguém tem se preocupar com nada pois tudo se encotra nas mãos da policia do PSDBSP, a mais competente de todas, como provou nos casos Celso e Toninho.

  13. Acidente, ou não? Na hipótese da conspiração.

    Os votos para Marina Silva – depois da tragédia de EC – virão de brasileiros que nunca aprenderam a votar, e talvez nunca aprendam. São os brasileiros que não escolhem pesquisando história e feitos dos candidatos, são os brasileiros que buscam escolher e definir em quem votar de maneira rápida e ansiosa, e, por isso, são facilmente tocados por apelos emocionais.

    Esses brasileiros não escolhem efetivamente pessoas e políticos, mas sim a eterna ilusão na crença de super heróis, de salvadores e soluções de “tacadas únicas”. São brasileiros ufanistas de personagens e suas aparências. Eu poderia dizer aqui que a falta de filosofia no currículo escolar facilita(ou) muito a uma grande geração ser formada com essa debilidade; a crença imediata no superficial e nas aparências em detrimento de conteúdos. É, acho sim que a filosofia produz uma crítica bem relevante em relação a isso.

    Mas, voltando, é tão evidente que tais brasileiros buscam a ficção evitando a realidade, acusando o PT de sabotagem, por exemplo, pois basta uma breve análise sobre a tragédia para percebermos que o maior prejudicado nisso é o próprio PT. Ora, nada seria mais confortável para o PT que as eleições seguissem seu rumo normal, nada de eventos extraordinários, apenas a discussão sobre os feitos do governo, os avanços, o que se deixou de fazer e o que ainda deve ser feito por quem já governou ou está governando… Porém, um evento como a morte de EC provoca um chacoalhar imenso e uma incerteza completa nos rumos eleitorais! É tão difícil saber a direção que os rumos tomarão, tão difícil mensurar esses efeitos, que nos possibilita pensarmos o quão é difícil, também, algum grupo, ou inteligência, tirar proveito disso com antecedência, caso fosse atentado. Difícil, porém, não impossível…

    Será que é tão inaproveitável assim essa tragédia? Para quem seria, de fato, interessante tal acontecimento na corrida eleitoral? Que provocasse tamanha desarmonia, descontrole, incertezas e instabilidade? E ainda lançasse uma candidata, já com apoio da grande imprensa, com forte apelo emocional sobre aqueles brasileiros que nunca aprendem a votar? Somente para aqueles que têm plena consciência do quanto seria difícil evitar a reeleição de Dilma Rousseff. Seria muito proveitoso, de fato, que as eleições não ocorressem dentro da normalidade para quem não tem interesse na continuação do governo PT, sejam grupos nacionais ou internacionais. É o mesmo que bagunçar o tabuleiro do jogo praticamente perdido para ver o que pode dar… Enfim, se houve sabotagem, entendam, do PT é que não foi…

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