Aloizio Mercadante e o FIES

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Jornal GGN – O FIES surgiu no dia em que Lula chamou o Ministro da Educação Fernando Haddad e perguntou da situação do financiamento educacional. A ampliação das Universidades federais, através do Reuni, havia esvaziado o modelo de financiamento. Pedia-se um programa que não fosse maior do que o Reuni.

Haddad explicou que o que emperrava o programa era a obrigação de aval para os estudantes. Era impossível a um estudante pobre cumprir a exigência.

Pensou-se, então, em um fundo de aval, bancado meio a meio pelo governo e pela iniciativa privada. A ideia foi aceita com entusiasmo.

No primeiro ano, o FIES financiou 70 mil estudantes. No segundo, 150 mil. A ideia era ficar nesse número, administrável, não permitindo a formação de bolhas ou descontroles.

Quando assumiu o MEC, Aloizio se comprometeu a manter os programas iniciados na gestão anterior. Mas resolveu dar atenção a apenas um deles: ampliar o alcance do FIES.

De 150 mil, o número de financiados saltou para 700 mil. Formou-se a bolha. As faculdades passaram a trabalhar com duas tabelas: para pagamento individual e para o FIES. Havia casos, em São Paulo, que o estudante sem bolsa pagava R$ 200 reais por mês e os do FIES R$ 1.000,00.

Em pouco tempo, uma legião de alunos foi induzida pelas faculdades a pular para o FIES. Criou-se um enorme movimento especulativo na Bolsa de Valores, em cima das universidades turbinadas a FIES.

O problema estourou no segundo semestre do ano passado, deixando marcas profundas no recém-eleito segundo governo Dilma, a ponto da própria presidente vir a público explicar as distorções do programa.

Ainda não se sabe como será o comportamento de Mercadante em sua volta ao MEC.

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

17 Comentários

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  1. Bom, o FIES surgiu no dia que

    Bom, o FIES surgiu no dia que Lula ainda nem era Presidente da República.

    Foi criada pela MP 1827/99, sendo que no ano de 2000 a Caixa já editou o seu primeiro balanço sobre o programa

    Em 2000 foram beneficiados 102.501 estudantes, segundo o balanço disponivel

    Como a matéria não foi assinada, quem escreveu não vai ser exposto.

    1. “Haddad explicou que o que

      “Haddad explicou que o que emperrava o programa era a obrigação de aval para os estudantes. Era impossível a um estudante pobre cumprir a exigência”.

      Já fica claro nessa passagem que o programa existia, mas o seu formato impedia que a abrangência fosse satisfatória. 

      O quê o post quis dizer sobre o dia que o FIES surgiu é justamente sobre esse novo formato, com mais facilidade de acesso, e nisso o novo FIES foi muito diferente do primeiro.

      1. Exatamente, Marcos

        Financiamento estudantil, com o nome de Crédito Educativo, exclusividade da CEF, existe desde os tempos da ditadura. O que variou com o tempo foi o formato e as formas de acesso.

    2. 3.1. Estudantes Beneficiados

      3.1. Estudantes Beneficiados Aos 67.202 financiamentos existentes no ano de 1999 somaram-se 35.299 contratações, em 2000, totalizando 102.501 estudantes beneficiados.

      Ou seja, 35 mil no ano. Você somou.

  2. O pior é saber que, para sustentar o fies,

    o dinheiro tem sido retirado do ensino público. E ainda tem gente que confunde a gestão Dilma/Mercadante com Lula/Haddad….

  3. O downgrade no MEC

    Janine era mais do que um ministro do tipo pessoa certa no lugar certo, era muito mais, era uma grife. Ministro que uma presidenta pouco afeita a conversas, diálogos e discursos deveria manter ao lado, exatamente ao lado. Levar em viagens internacionais a tiracolo para encantar e seduzir plateias. Mas o Mercadante não podia ficar exposto ao sol  e ao sereno. A “sempre atenta” (gargalhadas) assessoria da presidenta deve cuidar daqui para frente de não levá-la em eventos com a presença da comunidade intelectual-acadêmica.

    1. Sim, Janine era (e é) uma

      Sim, Janine era (e é) uma grife. A questão é que esqueceram de dizer para ele que havia se tornado ministro. Esqueceu de trabalhar, de defender os interesses da Educação Pública Brasileira, de lutar contra os cortes impostos ao ministério que dirigia, em suma, foi um não-ministro. Não conseguiu nem montar uma equipe que se possa se chamar como tal. O secretario executivo do ministério, que herdou do ministro anterior, continuou, na prática, a dirigir o MEC. Sua passagem pelo ministério foi vergonhosa. Não basta ter grife acadêmica. Tem que querer trabalhar, sujar as mãos, mas ele é um uspiano típico, elitista demais para fazer isso. Vai carregar para sempre a pecha de ser o único ministro da educação que não recebeu o comando de greve dos docentes em greve. Mesmo na ditadura, com Eduardo Portela, Rubens Ludwig e Esther Ferraz, houve alguma negociação direta com o ministro. 

  4. Exatamente Marcos. Só que
    Exatamente Marcos. Só que conseguiam cadastrar apenas pessoas com avalista e em cursos de licenciaturas. Com Lula os menos abastados puderam entrar para os cursos da elite co.o meficina, engenharia e Direito sem nenhum entrave. Nunca se viu tantas pessoas pobres cursando faculdade como à partir de Lula. Nem dá pra comparar!

  5. Brasilianas.org

    “Mas resolveu dar atenção a apenas um deles: ampliar o alcance do FIES.”

    “Havia casos, em São Paulo, que o estudante sem bolsa pagava R$ 200 reais por mês e os do FIES R$ 1.000,00.”

    Se é assim, então por que Dilma chamou de volta o infeliz?

    Por que não o mandou para uma vilegiatura numa confortável embaixada tipo Bélgica ou Mônaco?

    Quem, até agora, deu falta da Ideli?

    Que tal se Mercadante fosse nosso “embaixador” junto ao ISIS?

    Vou dar ideia…

    …O Brasilianas.org será com Aloizio Mercadante, ministro da educação. Não percam. É nesta…

    Mas, por favor, nada daquele manjadíssimo levantar a bola pro entrevistado chutar.

    De cara, joga logo essas nos peitos dele: “O que o credencia a ministro da educação? Seria o bigode? Seria o princípio do PT de não deixar desempregado nenhum companheiro? Dilma seria mercadete de carteirinha? O PT tá c…e a… pra educação?”

  6. esse cara é o suprassumo da arrogância

    Não entendo porque a presidenta ainda conserva esse sujeito no governo, é um idiota que se acha o máximo, tem o mesmo defeito dos tucanos paulistas.

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