América do Sul conectada por fibra óptica

Por wilson yoshio.b…

Do Convergência Digital

Brasil quer interligar backbones de toda a América do Sul

Da redação

O Brasil prepara um projeto para integrar, por meio de redes de fibra óptica, todos os países da América do Sul. A proposta, que está sendo elaborada por técnicos do Ministério das Comunicações, será apresentada nesta quarta-feira, dia 31, a representantes da área técnica da Unasul, a União das Nações Sulamericanas – organismo internacional que reúne os 12 países da porção sul do continente. 

O plano brasileiro prevê a formação de um grande anel continental de redes de fibra óptica, que passaria por todos os países da América do Sul para integrar as nações num sistema de banda larga. A estrutura final deve chegar a mais de 10 mil quilômetros de extensão.

A ideia inicial é conectar as redes de backbone que já existem em cada um dos países-membros da Unasul. Isso significa unir as espinhas dorsais da estrutura de transporte de dados de cada nação por meio de cabos de fibra óptica integrados.  “A proposta ainda depende do aval dos membros da Unasul. Depois disso, será preciso fazer estudos técnicos para implantar esse anel”, diz o diretor do Departamento de Banda Larga do Ministério das Comunicações, Artur Coimbra.

A proposta do Brasil é colocar a ideia em prática por meio de um sistema de topologia aberta. Isso significa interligar as redes de alta capacidade no transporte de dados de modo a permitir que mais de uma rede de um mesmo país possa unir sua estrutura à de outra nação, ao mesmo tempo. Isso seria feito por meio da construção de estações, que atuariam como pontos de troca de tráfego nas extremidades das redes de cada país. “Dessa forma, ninguém sai perdendo na construção do anel de fibras ópticas. Com a rede aberta, garante-se a possibilidade de que diferentes empresas possam atuar nesse sistema”, explica Artur Coimbra.

Benefícios

O principal objetivo do governo brasileiro com a proposta de integração é conseguir a redução do preço da banda larga para o consumidor. Isso porque a implantação de um anel continental reduziria os custos de comunicação. Hoje, as distâncias percorridas no tráfego de dados entre os países da América do Sul aumentam os preços das conexões.

O diretor do Departamento de Banda Larga cita um exemplo: se alguém que está no Peru quer trocar dados com uma empresa brasileira, as informações precisam sair pelas redes que atravessam o oceano Pacífico, chegar aos Estados Unidos, trocar de oceano, percorrer os cabos do Atlântico e, então, entrar no Brasil. “Isso implica custos, já que se paga por uma conexão internacional, em geral escassa, feita por meio de um cabo submarino”, afirma Artur Coimbra. Encurtando o caminho do tráfego de dados, a ideia é que os preços também caiam.

Outro benefício da proposta, segundo o diretor do Departamento de Banda Larga do MiniCom, é aumentar o número de saídas de dados para outros países. Hoje, o Brasil tem três saídas de dados transoceânicas independentes. Com um anel continental de fibras ópticas, o Brasil passa a ter, por exemplo, a possibilidade de chegar aos países da costa do oceano Pacífico e, assim, acessar os cabos submarinos que estão do outro lado do continente americano. A consequência disso é uma possível melhora na posição brasileira no cenário internacional quando o assunto é competitividade na banda larga.

Regulamentos

Nesta quarta-feira, no Rio de Janeiro, o projeto será avaliado pela primeira vez pelos integrantes do Cosiplan, Conselho de Infraestrutura e Planejamento da Unasul. O encontro tem a intenção de preparar as bases para próxima reunião do bloco internacional de países, que vai reunir os ministros das 12 nações no fim de novembro. É de lá que deve sair a decisão final sobre o projeto de integração das redes de fibra óptica da América do Sul.

Caso o projeto seja aprovado, o próximo passo será fazer, além de estudos técnicos, pesquisas sobre questões regulamentares em cada país. Isso porque, no Chile, por exemplo, toda a rede é privada. Na Argentina, Paraguai e Uruguai, no entanto, há redes públicas.

Luis Nassif

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