Assassinatos de Bruno Pereira e Dom Phillips são inaceitáveis e não são isolados, diz Anistia

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Anistia Internacional exigiu que o processo de Justiça para Bruno e Dom inclui fim da impunidade do governo Bolsonaro

Comunidade São Rafael em Atalaia do Norte, Amazonas (Foto: Cícero Pedrosa Neto/Amazônia Real)

“Os assassinatos Bruno Pereira e de Dom Phillips são inaceitáveis, mas não são casos isolados no Brasil”, afirmou a Anistia Internacional, lamentando a morte do indigenista e do jornalista britânico, e exigindo o fim do ciclo de violência na Amazônia promovido pelo governo Bolsonaro.

A instituição ressaltou que junto com Bruno e Dom, defensores de direitos humanos e da Amazônia foram alvos de assassinatos e desaparecimentos nos últimos anos, como consequência direta da política do governo de Jair Bolsonaro.

“O Brasil é um dos países que mais mata ambientalistas e defensores de direitos humanos em todo o mundo”, lembrou a diretora-executiva da Anistia Internacional Brasil, Jurema Werneck.

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“E esta realidade é consequência de uma política que promove ataques a legislação ambiental, desmantela as instituições de promoção e proteção dos direitos dos povos indígenas e criminaliza as lutas e organizações populares”, completou.

A diretora da Anistia Internacional exigiu que o processo de Justiça para Bruno e Dom inclui “o fim da impunidade” do governo, que ataca o meio ambiente e retira as proteções às instituições de defesa e povos indígenas.

“O governo do presidente Jair Bolsonaro não pode fechar os olhos para os crimes que acontecem na Amazônia, nem ser conivente com eles. É urgente que se tomem todas as medidas cabíveis para que esse ciclo de violência na Amazônia acabe. Quem protege aqueles que protegem os direitos dos povos indígenas e da Amazônia? É o Estado brasileiro que tem esse dever”.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

3 Comentários

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  1. Estas mortes violentas e cotidianos realmente são inaceitáveis. Como inaceitável foram as mortes de 2 Cidadãs Brasileiras no Rio de Janeiro, assassinadas num latrocínio. Como inaceitáveis foram as mortes de 5 Jovens com menos de 25 anos, numa única semana na Capital Paulista, apenas pelo roubo de um celular. Inaceitável é a Nação dos 100.000 Assassinatos e Mortes Violentas decorrentes de Crimes no Brasil que fantasia tamanha barbárie em “apenas” umas 70.000 mortes. Números absurdos de Desaparecimentos e Cemitérios Clandestinos pipocando por todos estados, mostram o tamanho das subnotificações. Inaceitável.

  2. Inaceitável é esta visão elitista e cleptocrática que dá dimensões diferentes à Vida Humana segundo seus interesses e narrativas político-ideológicos. Inaceitável.

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