Banco Espírito Santo é dividido em dois por Fundo Europeu

 

Jornal GGN – Nasceu nesta segunda-feira (4) o Novo Banco, um resgate de urgência ao Banco Espírito Santo, um dos maiores de Portugal e que se encontra em graves dificuldades financeiras por conta de algumas empresas do grupo. Com a ajuda do Fundo Europeu, foram injetados 4,9 bilhões de euros na nova instituição, para o qual vão os ativos bons (depósitos, escritórios, funcionários).

O Novo Banco será recapitalizado em 4,9 bilhões de euros por um fundo de resolução bancária especial criado em 2012. O governo português emprestará 4,4 bilhões de euros ao fundo. Todos os depositantes do BES serão protegidos, assim como os detentores sênior de bônus do BES.
 
Do outro lado fica o chamado “banco ruim”, o Espírito Santo, com ativos tóxicos, segundo anunciou na noite deste domingo (3) o Banco de Portugal. O presidente da autoridade financeira local, Carlos Costa, disse que o BES está em “grave desequilíbrio financeiro” e explicou que as novas medidas foram tomadas depois de negociações com as autoridades europeias.

 
Portugal irá gastar 4,9 bilhões de euros (6,58 bilhões de dólares) para resgatar seu maior banco listado, testando a zona do euro em uma nova crise bancária, apenas meses após Lisboa sair de um resgate internacional.
 
As perdas do banco ruim serão de responsabilidade dos detentores juniores de títulos de dívida e acionistas, incluindo a família Espírito Santo, que tem uma fatia de 20%, e o banco francês Crédit Agricole, com 14,6%.
 
O banco central de Portugal, que há apenas alguns dias disse que o BES poderia ser recapitalizado por investidores privados, afirmou que o plano não envolveria custos aos cofres públicos porque o empréstimo será temporário. A autoridade temporária também espera que o governo seja reembolsado quando o Novo Banco for eventualmente vendido a investidores privados.
É a primeira vez que a Europa utiliza uma fórmula como esta para salvar um banco. O objetivo é afirmar que o cidadão não vai pagar nenhum euro de seu bolso por causa da quebra de um banco, em detrimento dos acionistas, que perderam tudo. 
 
O grande acionista perde tudo, como a família Espírito Santo (21,1% do banco), Crédit Agricole (17%) e Bradesco (cerca de 3%) – isso se não venderam as ações antes -, além de fundos internacionais; mas também perde o pequeno acionista e investidor que comprou uma dívida subordinada e que não conseguiu escapar a tempo. As ações do BES foram excluídas. Embora o Banco de Portugal não utilize tais termos, foi uma espécie de nacionalização em grande escala.
 
Redação

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