Da Folha de S. Paulo
Livro de Dilma liga Serra a ataques anônimos em 2010
Obra associa tucano a e-mails sobre aborto; ele diz que acusação é falsa
Biografia autorizada da presidente sustenta que site do PSDB coletou endereços eletrônicos para espalhar boatos
BERNARDO MELLO FRANCO
DE SÃO PAULO
A biografia autorizada da presidente Dilma Rousseff vincula a campanha do ex-adversário José Serra (PSDB) ao envio de e-mails apócrifos com ataques à petista na reta final das eleições de 2010.
“A Vida Quer É Coragem”, que chega às livrarias dia 15, liga a artilharia anônima contra a petista aos serviços de Ravi Singh, o “guru indiano” contratado pelo PSDB.
Segundo o livro, ele usou o site de Serra para montar um “gigantesco banco de e-mails”, que estaria por trás das mensagens ligando Dilma à defesa do aborto e a ações armadas na ditadura.
“Foi pela rede de computadores que os adversários disseminaram os ataques mais baixos e os boatos mais incríveis a respeito de Dilma”, afirma a biografia.
“A ferramenta mais primitiva da internet foi a que melhor serviu para disseminar o que havia de mais atrasado politicamente na campanha.”
A obra registra que o tucano também recebeu ataques anônimos, mas sustenta que Dilma foi mais prejudicada.
OUTRO LADO
Procurado, Serra negou qualquer tipo de vinculação com os e-mails apócrifos.
“A informação simplesmente não é verdadeira. As criticas, quando feitas, foram de natureza política e administrativa, e sempre publicamente, em entrevistas e debates”, disse, via assessoria.
A biografia foi escrita pelo jornalista Ricardo Batista Amaral, que assessorou Dilma na Casa Civil e na eleição.
Ele teve acesso franqueado a papéis secretos produzidos pela ditadura, como a foto em que ela aparece depondo à Justiça Militar, em 1970.
A parte final do livro conta bastidores da campanha, como o treinamento para debates, o pessimismo após o primeiro turno e o uso político da foto com o neto recém-nascido no colo, idealizado pelo marqueteiro João Santana.
O texto menciona as broncas de Dilma em aliados e assessores, mas evita dar detalhes sobre “desaforos” ditos longe dos microfones.
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