Blogueiro ameaçado na guerra do futebol

Por Paulo Cezar de Andrade Prado

Senhor Luis Nassif,

Sou editor do “Blog do Paulinho”, http://midiasemmedia.com.br/paulinho, que denuncia as mazelas dos principais dirigentes esportivos do país, além da clara ligação de Delegados e Bicheiros no Parque São Jorge.

Fui vítima, ontem, de tentativa de intimidação por parte de bandidos que se dizem Policiais Civis do Estado de São Paulo.

Forjaram uma ação policial, orientados por dirigentes do Corinthians, na tentativa de me retirar do local onde jantava, sabe-se lá com que finalidade.

Pelo que leia, por favor, a carta que enviei ao Secretário de Segurança Pública do Estado de São Paulo, com cópia para a Corregedoria, relatando o ocorrido, além do texto publicado em meu blog, detalhando toda a ação.

Desde já agradeço pela atenção dispensada.

Paulo Cezar de Andrade Prado

Paulinho – MTB 60.828

Carta à Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, com cópia para a Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo

23 de março de 2011

Por ocasião de mais uma lamentável tentativa de intimidação sofrida por este espaço, oriunda da ação bandida de alguns Policiais Civis de São Paulo, em associação com dirigentes do Corinthians, comuniquei o ocorrido à Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo e também à Corregedoria da Polícia.

Confira abaixo o teor do documento.

À SECRETARIA DE SEGURANÇA PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULO

A/C DO SENHOR SECRETÁRIO ANTONIO FERREIRA PINTO

Meu nome é Paulo Cezar de Andrade Prado, editor do “Blog do Paulinho”, com média de 20 mil acessos diários, que vem denunciando, há anos, mazelas dos dirigentes do Corinthians, além da relação promiscua entre Delegados e Bicheiros no Parque São Jorge.

Um deles, o Dr. Mario Gobbi Filho, é investigado também por corrupção no DETRAN.

Venho trazer a seu conhecimento fatos lamentáveis ocorridos ontem (22), na Cantina Giggio, no Bairro do Brás, em um encontro de amigos, com mais de 90 pessoas, 80% deles associados do Corinthians.

Entre eles, diretores do clube, alguns deles amplamente denunciados pelo site em que escrevo.

Mais uma vez, dirigentes do Corinthians se utilizaram da Polícia Civil de São Paulo para intimidarem meu trabalho, ocasionando constrangimento a todos no local.

Dois homens, que disseram trabalhar na 8ª Seccional, deram-me voz de prisão sem possuir um documento sequer em suas mãos.

Após a solidariedade dos presentes, e temendo que a fraude fosse descoberta, alegaram terem “errado”, e depois saíram do local.

Antes, porém, questionei-os sobre a ação: o que motivou ? Quem disse que eu estava ali ? Por que portavam minha foto em uma folha A4 ? Por que chamavam-me por “Paulinho”, demonstrando conhecer meu nome jornalístico,entre outras coisas.

Senhor Secretário, não fosse pela inabilidade dos tais policiais, além da ação de amigos que estavam na cantina, poderia ter sofrido danos irreparáveis.

Peço à sua Secretaria que investigue o caso, com o rigor necessário, para que atitudes lamentáveis como essa não se repitam novamente.

Veja a que ponto chegou a Polícia de São Paulo, a serviço de Bicheiros e Dirigentes de Clubes de Futebol, agindo como verdadeiros “capangas”, financiados pelo dinheiro público.

Desde já agradeço pela atenção, enviando também, para sua apreciação, o texto que publiquei em meu blog, relatando, com detalhes, o ocorrido.

Atenciosamente,

Paulo Cezar de Andrade Prado

Jornalista – MTB nº 60.828

Dirigentes corinthianos, mais uma vez, utilizaram-se da Polícia de São Paulo para tentar intimidar nosso trabalho

23 de março de 2011

Este jornalista foi vítima, novamente, da ala bandida da Polícia Civil de São Paulo, trabalhando a mando de dirigentes do Corinthians.

Jantava na tradicional cantina do Giggio, no bairro do Brás, numa festa maravilhosa, organizada pela “Confraria dos Churumelas”, formada em grande parte por associados do Corinthians.

Estiveram presentes no local representantes de todos os setores do clube.

Cerca de noventa pessoas.

Um evento apolítico, onde famílias se divertiam, comiam bem e curtiam uma bela música italiana.

Quase no final, um dos garçons da casa me procurou dizendo que havia dois homens do lado de fora, dizendo-se policiais, que queriam me prender.

Deram dez minutos para que saísse do local sem ser algemado.

Evidente, só poderia ser uma armação.

E era.

Testemunhas, após o incidente ser resolvido, afirmaram que viram André Negão e seu advogado, Carlos Elias, tramarem a chegada dos policiais.

Faz sentido.

Antes de sair do local, Negão cochichou no ouvido de advogado (?), passou perto de minha mesa, bateu em meu ombro e disse: “Se cuida…”

Achei estranho, mas não dei bola, até aquele momento.

Carlos Elias, daí por diante, manuseava seu telefone, provavelmente entrando em contato com os tais policiais, disfarçando preocupação, ao lado de sua inocente namorada.

Voltando ao nosso relato, levantei-me de minha mesa, solicitando ao garçom que chamasse os “policiais” para o fundo da casa.

Neste momento, dirigentes do Corinthians, ligados a Andres Sanches, observavam a movimentação com satisfação, sem largar os celulares de suas mãos.

Entre eles, Cacilda da Fofoca.

Achavam que o plano daria resultado.

Quando os policiais chegaram ao local em que estava, logo me deram ordem de prisão, pedindo que os acompanhasse até o lado de fora.

Falei que sairia após conversar com meu advogado e ver o mandado de prisão.

Alegaram que não estavam com o papel, mas que tudo poderia ser resolvido na Delegacia, segundo eles, a 8ª Seccional do Tatuapé, por coincidência, local onde essa gente costuma mandar e desmandar.

Auxiliado por alguns amigos, que indignaram-se contra a barbaridade, questionando os tais “policiais” sobre a falta da ordem de prisão e também da viatura policial, aos poucos, fui mantendo contato com meu advogado.

Que me orientou a não sair do local.

Percebendo que não estavam lidando com imbecis, um dos “policiais”, que estava com uma foto minha em suas mãos, disse que consultou a central, e que tudo se tratava de um engano.

Não havia nada contra mim em local algum.

Pediram desculpas, mas não conseguiram explicar como chegaram até ali, quem os chamou, porque estavam com minha foto, com carro descaracterizado e pretendiam me levar sem documento algum.

É claro, tomarei providências.

A Secretaria de Segurança Pública será notificada, assim como a Corregedoria da Polícia.

Voltei, posteriormente, para dentro da Cantina, onde encontrei pessoas de bem angustiados com o que poderia ter me acontecido, e gente do mal, decepcionados, sabedores que mais uma vez não conseguiram me calar.

Em tempo: No mesmo dia, demonstrando a falta de inteligência habitual, o conselheiro corinthiano, Mané da Carne, tentando se passar por “Ricardo”, deixou o seguinte comentário em meu blog:

RICARDO
[email protected]
187.56.234.242

22/03/2011 às 23:42a policia chegou e o Paulinho correu do giglio, corre que a policia vem te pegar.

quem te convidou para o churumelas, foi o canhadinho ,

deu sorte da outra vez não ira ter ingano

a policia chegou e o paulinho correu do giglio, corre que a policia vem te pegar. quem te convidou para o churumelas, foi o canhadinho , deu sorte da outra vez não ira ter ingano

[email protected]

RICARDO

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