Bolívar Lamounier, e a miséria da intelectualidade tucana, por Luis Nassif

O cientista político Bolívar Lamounier permite uma boa análise de caso. Não apenas por sua história política, que se confunde com a do PSDB, mas por explicitar bem os grupos que compõem o partido.

No plano histórico, saiu da social-democracia da Constituinte para a visão simplista e preconceituosa do neoliberalismo tipo irmãos Kock, aquela que reduz o projeto de Nação a uma mera questão de corte de gastos sociais. A idade enrijeceu a alma e o espírito do sobrinho neto de Gastão Lamounier, o lírico compositor de almas.

Na quadra atual, ele expõe de maneira crua as divisões do partido. Ele e seu líder, Fernando Henrique Cardoso, historicamente alinhados com o Partido Democrata norte-americano, representam o elo com o pensamento dos EUA e de lideranças de mercado, como Jorge Paulo Lehman, Armínio Fraga, os herdeiros do Itaú entre outros grupos. Na mídia, os ideólogos mais ostensivos são os economistas Marcos Lisboa e Samuel Pessoa. São eles que fazem as ligações com a alta tecnocracia pública do Tribunal de Contas da União, Secretária Nacional do Tesouro, entre outros.

Os demais grupos são os fisiológicos, como Aloysio Nunes e outros Ministros, e as bandas barra pesadas de Aécio Neves e José Serra.

A entrevista de Bolívar ao Valor de hoje, tocada por dois belos entrevistadores – Ricardo Mendonça e Cristiane Agostine – é um bom raio X desse grupo que, agora que o PSDB se esfacela, se prepara para pular para outro barco. E não há barco no horizonte porque eles, com o notável distanciamento que sempre mantiveram em relação ao povo, não sabem como iniciar a construção de um mero salva-vidas.

Começa pela fé cega nas duas reformas – a da Previdência  e a trabalhista. Segue o padrão Globonews de simplificação: basta as duas reformas para o investimento retomar. Capacidade zero de analisar o quadro político, o clima de conflagração social, os impactos da PEC do Teto na miséria, na fome, na saúde e na educação e também na democracia, já que medidas dessa ordem só passam em regimes de exceção, como o atual. Como farão com as eleições de 2018? Aplicarão outro golpe parlamentar?

Bolívar repete a mantra da “equipe econômica de primeira linha”. Tomem-se esses papagaios de fraque – ele, o Ministro Luís Roberto Barroso – e peçam-lhes o nome dos membros da equipe. Com exceção do Ministro da Fazenda e do presidente do Banco Central, não saberao o nome de nenhum. Mas são obedientes às ordens de repetição de slogans sobre a “equipe de alto nível”.

Defende a legitimidade do governo Michel Temer, porque ele foi votado na chapa de Dilma Rousseff, logo tem a legitimidade dos votos dela. Aí se trata de um caso do militante que atropelou miseravelmente a idoneidade intelectual do cientista político.

Na sequência, endossa a tese de que a impopularidade de Temer é um trunfo, na medida em que um presidente impopular não precisa se preocupar em agradar os eleitores. Ou seja, tem a legitimidade dos votos mas, por ser impopular, não precisa da legitimidade dos eleitores para fazer as reformas. Entenderam? Eu também não. Conseguiu suplantar até Carlos Guilherme Motta, o Motinha, no desrespeito à sua própria biografia.

Enaltece as reformas de Temer e, ao mesmo tempo, desanca o Congresso – que vota a favor das reformas de Temer – admitindo que se move alimentado pela corrupção. Mais um pouco, chegará ao nível de Marco Antônio Villa.

Sobre o apoio do PSDB a Temer, a única crítica é em relação ao racha do partido. Se fosse todo a favor de Temer, sem problema, continuaria partido político.

Em sua opinião, o PSDB “é um partido paralisado, incapaz de tomar decisões porque não tem identidade. E sequer prudência e sabedoria”. Provavelmente porque não tem mais sábios. Mas, a não ser a constatação óbvia de que o partido virou uma miscelânea, não há uma conceituação mais apurada, à altura do cientista político que, em fins dos anos 80, teorizava sobre o novo agente político, a opinião pública pós-ditadura.

Mas reage energicamente quando indagado se o PSDB precisa pedir desculpas. Aí, consegue vocalizar o único discurso com que ele e outros intelectuais, como seu guru FHC, orientaram o partido: o anti-petismo.

Depois de dizer que o partido se desmilinguiu, o anti-petismo acende a única vela a iluminar essa escuridão cósmica, e o bravio Bolívar faz um chamamento à guerra: “Mas não vamos dar a mão à palmatória. Vamos repor os problemas em discussão. Fazer a fuga para frente, não para trás”. E tudo isso depois de dizer que o partido acabou.

Bolívar corre um risco grande. Se aparecer em uma reunião de neotucanos e disser seu nome, será espancado como um bolivariano,  pois essa é a única turma que os intelectuais tucanos cativaram com sua profundidade de piscina infantil e, além disso, precisa disputá-la com Bolsonaro.

Aí, a pergunta fatal: “No manifesto, o PSDB diz que nasceu para ficar longe das benesses do poder, mas perto do pulsar das ruas. Apoiar Temer é isso?”

E o que o intelectual Bolívar respondeu? Adivinharam: “A adesão ao governo Temer foi pela governabilidade, para Temer ter 40 votos e alguns ministros de prestígio. Os quatro ministros não estão lá para extrair benesses, mas para ajudar”.

Alvíssaras!

Luis Nassif

39 Comentários

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  1. chocado mas não surpreso

    O senhor Bolivar continua fiel a si mesmo.

    Já o deixei de ler  e levar a serio e não é de agora…

    Me pergunto: como um intelectual chega esse nivel?

    Para que? para ter uns afagos da direita mais atrasada…?

    1. O Bóbó, ou melhor, o Bozó

      Esses caras de repente são legitimados por essa elite canalha, e se encantam com o luxo e riqueza….esquecem totalmente a própria profissão, querem mesmo é saracotear nos golen rooms da vida….esquecem por completo a ciência que um dia aprenderam, pouco diferem de um universitário…..

    2. O Bóbó, ou melhor, o Bozó

      Esses caras de repente são legitimados por essa elite canalha, e se encantam com o luxo e riqueza….esquecem totalmente a própria profissão, querem mesmo é saracotear nos golen rooms da vida….esquecem por completo a ciência que um dia aprenderam, pouco diferem de um universitário…..

  2. Depois de 17/04/2016 nada

    Depois de 17/04/2016 nada mais me assusta. Esse lamonier e´outro psi(coco)pata que se diz intelectual para ganhar alguma chance de ser entrevistado pela mídia golpista e ponderar sobre o imponderável e maneira imponderável. 

  3. Nassif,
    Admiro e agradeço seu

    Nassif,

    Admiro e agradeço seu esforço em lançar luz sobre a análise de uma entrevista para entender os rumos de um partido e parte de uma nação. 

     

  4. Eternamente vice

    Temer conversa com o congresso para manter o ilegitimo governo dos golpistas em funcionamento que demandaram na conta do golpe o preenchimento da cadeira com Meireles. O racha do PSDB é que metade do partido é golpista e a outra metade é duplamente golpista. Temer pagou mas os golpistas querem fazer o presidente indiretamente e sem urnas.

  5. Bolivar

    Ele faz parte da trupe que aparece semanalmente no GloboNews Painel, asseveram platitudes, principalmente anti-petistas e anti-deseinvolvimentistas, mas soam aos espectadores como a elite pensante do país, uma piada. Aliás no texto de hoje do Lênio Streck, ele desnuda o nível de seu líder, o inefável Wiliam Wack, outro rei de dizer frases vazias.  O Bolivar,  entre todos, é um com o nível mais baixo dessa turma. Se essa é a nossa elite pensante, isso reflete bem o estado do país.

  6. Continua valendo a opinião da

    Continua valendo a opinião da Deputada Alemã de nome dificil desgraçado,o Brasil é outro mundo por conta de uma infelicidade desta,dentre outras coisas.Porque diabos não convidam Luis Nassif para entrevistar um molusco desse?

  7. bolivar…..

    Miséria da intelectualidade tucana. Diz muito sbre o Brasil. Excelente exemplo. Mas diria mais: miséria da intelectualidade nacional. Do alto do semi-analfabetismo vejo como nossas discussões são rasas e risíveis. O Brasil se explica. 

    1. Toda razão, prezado Ze

      Toda razão, prezado Ze Sergio. Exemplo ? Juíz Evandro Reimão dos Reis, da “justiça” federal de Salvador, cancela título de Doutor Honoris Causa a Lula, concedido pela Universidade do Recôncavo, por acaso criada no governo dele. Mais um “bravo” que não tem medo do ridículo.Mais um que toda manhã, tarde e noite, se olhar no espelho, pergunta “por que o apedeuta e não eu” ? A inveja é uma merda, mas quando misturada a miséria da intelectualidade o resultado não é apenas um partido político, abrange toda uma “elite”.

  8. Quando ainda vão sustentar

    Quando ainda vão sustentar essa farsa de “intelectuais” que pensam o país???

     

    O Brasil é o país mais desigual do  mundo, sempre foi, ha tempos passados ou comia-se calando ou morria-se de fome e sede nesse país, e o que isso representava para esses “intelectuais”??? Aqui não se tem intelectuais que pensam o país, e sim um bando de abutres, de acomodados, coxinhas-maçanetas, que desandam a falar besteira para se autoelogiarem, quero que se dane se fulano implantou um programa de “compliance (nem sei o que é isso) ou de a, b ou c, enquanto o povo não viver com um minimo de dignidade falar em intelectualidade brasileira será uma grande farsa…..

  9. Esse cientista de coisa

    Esse cientista de coisa nenhuma é um pulha conhecido, acostumado a esgrimir com pessoas de sua mesma ideologia, no Canal Globo News, esforçando-se para seguir a pauta do programa, sempre no sentido de defender o grande capital. Uma lástima. Aliás, os partidos, exceção do PT dito por esses intelectuais de meia tigela como mergulhado na corrupção, estão procurando uma maneira de enganar o eleitor nas próximas eleições, trocando a sigla (tão somente). O PMDB que para seguir a onda decorrente do afastamento dos militares do poder agregou o P à legenda MDB em 1980, após conviver quase vinte anos com a ditadura e seus desmandos, vindo ao final do processo liderado um acordo que resultou na anistia sem incomodar os militares, que usaram o aparelho de estado para prender, torturar e matar adversários. De certa forma, este abandono da sigla PMDB é de uma coerência ímpar, já que após o golpe de 2016, voltamos à ditadura, agora comandada pelo Judiciário e suas linhas auxiliares, com os militares apoiando na sombra. Conviver com ditadura era o forte do MDB, com P, ou não.

    1. O PT saiu de dentro do antigo

      O PT saiu de dentro do antigo MDB. 

      E a lei de anistia que a oposição propôs não era a que foi aprovada, e sim uma mais dura. 

       

  10. Com alguns parágrafos, Nassif

    Com alguns parágrafos, Nassif esquartejou o cientista político, que de cientista não tem nada, está mais para alquimista, ou ainda alkmista. 

  11. Figura Carimbada.

    Não conhecia sua história, mas nutro tremenda antipatia pela figura, antipatia esta cultivada em diversas participações na GloboNews que tive o desprazer de assistir.

  12. O Armafanhado Professor de Histeria, Villa, Engomado

    Nassif foi muito cruel (a do bolivariano e a do villa, foram demais), mas o camaleão boçal, meio ‘cientista político’, inteiro cabo eleitoral tucano, fez por merecer, quer pelas análises de prateleira, fingindo-se isento nas telas globais em programas de uma voz só, antipetista, quer pelas interpretações de pesquisas, feito isento ‘cientista político’, quando na realidade nunca passou de engomado Villa, mero cabo eleitoral tucano de quinta, disfarçado de primeira, tentando enganar e engajar, incautos bichos de estimação, à classe dominante, para ajudar a manterem o ‘status quo’, no entreposto comercial que gerenciam para o patrão estrangeiro.  

  13. Programas sociais petistas + economia reformista tucana

    Não seria pedir demais. Programas sociais não impedem uma política econômica e fiscal responsável. Infelizmente, a esquerda na América Latina insiste que é necessário destruir a economia e as finanças estatais para que haja programas sociais, e assim põe todos os ganohs a perder. A social democracia européia, em particular a do norte da Europa, já aprendeu há muito tempo que isso é possível. Mas infelizmente, continuamos na década de 60.

    1. Verdade!
      É um dos
      Verdade!
      É um dos “especialistas de prateleira” e sempre disponível para debater seis com meia dúzia no ridículo programa “Eu”, digo, Painel.

    1. Cinismo à moda tucana, explícito!!!!

      Enquanto leio o comentário de “pbiondo” assisto na TV ao programa político do PSDB que só serve para corroborar a condição de cinismo explícito que emana de cada manifestação tucana, seja na mídia seja nos púlpitos dos parlamentos, como por exemplo, recentemente nas inserções durante horário nobre da TV, quando conseguiam dizer que “já combatiam pelas Diretas Já em 1985”, esquecendo-se de que nesta época militavam nas hostes do MDB e que o PSDB só foi criado, como antítese ao modelo Quércia em 1988. Cinismo implícito, explícito e definitivamente incurável.

  14. Quando era universitário

    Quando era universitário jovem e tolo gostava das obras do FHC. Claro, eu era um burro que nada sabia e estava começando minha vida acadêmica, de forma que qualquer coisa dita de forma mais intelectualizada me impressionava. Como é fácil enganar os jovens…

    Esse tempo passou e com o tempo a verdade me apareceu: FHC nunca passou de medíocre, imbecil e invejoso. Da boca desse canalha não sai nada que preste.

     

  15. Intelectual???

    Um dia ele teve a desfaçatez de dizer no programa Painel que o governo Lula foi o pior da história republicana.

    Repito: o pior da história.

    O campo conservador vai levar uma surra nas próximas eleições.

    Quem viver, verá.

     

    1. A última fraude do Waack.

      Um dia, lá pelos idos de 2010 ou 2011, muitos incautos telespectadores da Globo News sujeitaram-se, pela últtima vez, a conceder o benefício da dúvida ao farsante William Waack e seu programa “de programa” Globo News Painel. Ocorria que a chamada do programa, em se tratando da Globo/Mossack-Fonseca, era irresistível. Quem seria capaz de resistir ao impulso de assistir um debate, em plena sede do maior e pior partido político nazista brasieiro, a rede de sonegações e lavagem de dinheiro denominada popularmente de Venus Platinada, anunciando que estaria em debate as novas visões e feições das tendências de DIREITA e ESQUERDA no Brasil? Ninguém! Seria como resistir à tentação e não olhar de rabo de olho para o local onde a modelo anunciou que iria tirar a roupa!!

      Começa o programa com a decano “jornalista de programa” anunciando os convidados para o debate em que, ao final, estariam definitivamente definidas pelos maiores e mais honestos intelectuais viventes, para deleite das platéias ignaras, as novas feições da DIREITA e ESQUERDA no Brasil de hoje (de então). Os convidados intelectuais ilustres convidados pelo Whaack eram:

       – Reynaldo Azevedo, então Pit Bull da Veja – Antes do choque que levou recentemente.

       – Luiz Felipe Pondé – Suposto intelectual da estatura de um Marco Antõnio Villa.

      e fechando o quadro de intelectuais brilhantes escolhidos a dedo pelo Waack para abrilhantar o programa, o tal de Bolivar Lamounier.

      A partir daí, os telespectadores mais atentos já deveriam ter começado a se retirar da sala. Mas alguns incautos permaneceram. E o que assistiram, no debate anunciado, onde se definiriam definitivamente as interpretações mais fidedignas do que seria, então, as características das correntes de ESQUERDA e DIREITA do pensamento brasileiro, de então, foi um debate, ou melhor, um JOGRAL, de quatro aliados, com o Waack abdicando da sua função mediadora e descendo para o play ground, onde os quatro, o tempo todo do programa, em vez de falar de LEFT or RIGHT, desandaram todos a descer o pau no PT, quem nem sequer está muito à direita ou a esquerda do espectro político brasileiro.

      Da pauta anunciada não se falou nem sequer por um minuto durante todo o programa. 

      Em certo momento, o Lamounier tomou da palavra, fez uma pequena pausa, indicativa da elevada elaboração que o grande intelectual iria anunciar e disparou:

      _ O PT travou a guerra ideológica e venceu!!! (??????????????????) Por Tutatis!!

      Nesse momento saiu o restante que tinha ficado na sala imaginando ainda que haveria um debate entre intelectuais.

      Ta certo que até seria tolerável que não se apresentasse um debate entre intelectuais. Mas não poderia ser aceitável que não passasse de encenação de canastrões mais assemelhados a canalhas partidários patrocinados.

       

       

       

  16. Mais um sem noção e
    Mais um sem noção e irresponsável,Nassif tá cheio,óóóó !!!Quer aparecer tipo o Villa da jovem pan em cima dos outros!!!

  17. Punch!

    Certeiro, preciso e implacável como um corte de Katana de um samurai!
    Os midiotas que se limitem a soltar insultos de efeito, porque se nem seus gurus tem coerência, imagina a manada tocada pelo MBL…
     

  18. É assutador

    Este senhor já foi uma referência de intelectual, digamos, da esquerda lá nos tempos da redemocratização. Depois se aliou ao fhc, de quem virou garoto de servir café, e deu uma guinada de 180 graus. Como as pessoas mudam tanto e para tão pior.

    Há vários casos, centenas ou milhares, como o ministro da cultura do fhc, fundador do pt, a quem renegou; belford, se não me engano. E continuam  “intelectuais”, estudando e escrevendo e falando como este senhor aí em cima.

    O próprio fhc é um caso superlativo.

    Afundam de maneira imcompreensível. Que será? Doença mental ainda não identificada… sera’ que posso um dia ser contagiado… . Dá medo.  Assutador.

    Está ai a razão do golpe. a razão da auto-destruição do psdb. A razão da desgraça deste país.

    A única recuperação, cite-se, foi o Bresser Pereira, deve ser a famosa exceção da regra, mas o resto… É assutador.

     

  19. Já vem de longe.

    Um dia, lá pelos idos de 2010 ou 2011, muitos incautos telespectadores da Globo News sujeitaram-se, pela últtima vez, a conceder o benefício da dúvida ao farsante William Waack e seu programa Globo News Painel. Ocorria que a chamada do programa, em se tratando de Globo, era irresistível. Quem seria capaz de resistir ao impulso de assistir um debate, em plena sede do maior e pior partido político nazista brasileiro, a rede de sonegações e lavagem de dinheiro denominada popularmente de Venus Platinada, tratando de analisar as novas visões e feições das tendências de DIREITA e ESQUERDA no Brasil? Ninguém! 

    Começa o programa com o decano “jornalista de programa” anunciando os convidados para o debate em que, ao final, estariam definitivamente definidas e reveladas pelos maiores e mais honestos intelectuais viventes, para deleite das plateias ignaras, as novas feições da DIREITA e ESQUERDA no Brasil de hoje (de então). Os intelectuais ilustres convidados pelo poliglota Waack eram:

     – Reynaldo Azevedo, então Pit Bull da Veja – Antes do choque que levou-o a mudar de posição recentemente.

     – Luiz Felipe Pondé – Suposto intelectual. Da estatura de um Marco Antõnio Villa da JP.

    e, fechando o quadro de intelectuais brilhantes escolhidos a dedo pelo Waack para abrilhantar o programa, o tal de Bolivar Lamounier.

    A partir daí, os telespectadores mais atentos já deveriam ter começado a entender que foram enganados e se retiravam da sala. Mas alguns incautos permaneceram. E o que assistiram, no debate anunciado, onde se definiriam terminantemente as interpretações mais fidedignas do que seriam as características das correntes de ESQUERDA e DIREITA do pensamento brasileiro, de então, foi um debate, ou melhor, um JOGRAL, de quatro aliados sintonizados, com o Waack abdicando da sua função mediadora e descendo para o play ground, onde, os quatro unidos e afinados, o tempo todo do programa, em vez de falar de LEFT and RIGHT, desandaram todos eles a descer o pau no PT, que, de sua parte, nem sequer está muito à direita ou a esquerda do espectro político brasileiro.

    Da pauta anunciada não se falou nem sequer por um minuto durante todo o programa. 

    Em certo momento, o Lamounier tomou da palavra, fez uma pequena pausa, ensaiou lançar um olhar contemplativo ao infinito, indicativo da elevada elaboração que o grande intelectual iria proclamar, em transe analítico, e disparou:

    _ O PT travou a guerra ideológica e venceu!!! (??????????????????)

    Nesse momento saiu o restante dos incautos que tinham ficado na sala, quando imaginavam ainda, havia poucos instantes, que assistiriam a um debate entre intelectuais.

     

  20. Assustador o PSDB é mero coadjuvante das politicas dos EUA

    A ARENA tem em seu quadro um Claudio Lembo, o PMDB deixou na história Ulysses Guimarães, e atualmente pode contar com um Requião, mas e o PSDB? Nada! Só a tentativa de se apropriar do plano real feito pelo Ricupero. Temos que pelo menos dar combate a essa mentira. Algum jornalista serio podia escrever sobre essa tentativa de apropriação.

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