Camargo Corrêa acumula prejuízo e deve abandonar Jirau; Odebrecht assume obra

http://www.ariquemesonline.com.br/noticia.asp?cod=289997&codDep=28

Mudança em Jirau:

Sai Camargo Corrêa, entra a Odebrecht
 
Prejuízos acumulados durante a execução das obras, por erros cometidos especialmente em função de medidas equivocadas de contenção de custos estariam na origem da desistência da Camargo Corrêa das obras da Hidrelétrica de Jirau. A empreiteira já está desmontando barracões para abrir espaço e permitir a instalação dos canteiros da Odebrecht. Tudo dentro do sigilo necessário para resguardar a empresa contra reflexos na Bolsa de Valores, mas praticamente impossível de conseguir, consideradas as dimensões da obra.
 
 
O grande esforço do consórcio formado pela GDF Suez/Eletrosul/Chesf, do qual a Camargo Corrêa já se retirou depois de transferir suas ações para a GDF Suez, é para assegurar a manutenção do cronograma da obra e ainda tentar corrigir os erros. Um deles teria sido a compra de turbinas produzidas na China a preços mais “em conta”, que no entanto demonstraram ser incompatíveis com os demais componentes do sistema.
 
Problema da mesma gravidade do erro do projeto – já admitido pela Aneel – que resultou em uma incompatibilidade entre os sistemas de proteção e controle dos equipamentos – na geração e na transmissão. Enquanto ele não for corrigido Jirau somente poderá enviar energia (um máximo de 400 MW) para um sistema alternativo que abastece Rondônia e Acre.
 
 
 
Lama cobre escadarias e peixes desaparecem
 
Parecem não ter fim os problemas ambientais causados pelas hidrelétricas do Madeira. O desequilíbrio hidrossedimentológico decorrente da decantação dos sedimentos nas barragens, que são responsáveis, na avaliação dos ambientalistas do Indam, pelos desastres dos desbarrancamentos, atinge também os peixes, que estão desaparecendo do rio.
 
As escadarias, construídas para facilitar a passagem dos peixes em seu caminho para a desova na piracema, estão cobertas de lama e cascalho. Com isso, as bombas submersas, que deveriam jogar sobre elas a água necessária à subida, simplesmente não funcionam em nenhuma das barragens, cujos responsáveis já não sabem o que fazer para contornar o problema. O desaparecimento dos peixes tem sido objeto de denúncias e reclamações de pescadores e moradores das localidades à margem do Madeira.
 
Até uma draga já foi contratada pelos consórcios construtores para uma tentativa de desobstruir as escadas, mas nada adiantou. “É como enxugar gelo” – define um operador, para quem não há como conter a decantação dos sedimentos. Curioso é que o desastre ambiental decorrente disso age em duas frentes opostas e absolutamente dramáticas. Enquanto o excesso de lama e cascalho obstrui a operacionalização das bombas antes da barragem, sua ausência deixa mais limpa a água, mais forte portanto para investir contra os barrancos e carregar rio abaixo o beiradão. E não há indicativos de solução à vista.
 
 

 

Redação

9 Comentários

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  1. um “errinho” de R$1,3 bilhão

    Já postei nesse blog sobre esse assunto : 

     

    Citando artigo de Lúcio Flávio Pinto :

    https://jornalggn.com.br/blog/mpaiva/um-“errinho”-de-r-13-bilhao-pra-cair-qualquer-ministro

     

    “Um erro na conexão entre a linha de transmissão e as duas usinas hidrelétricas do Rio Madeira (RO) — Jirau e Santo Antônio — vai pesar no bolso dos consumidores brasileiros. Eles terão que pagar cerca de R$ 100 milhões, mesmo recebendo somente uma parte da energia gerada pelas usinas.”

    https://jornalggn.com.br/blog/mpaiva/erro-em-edital-das-hidreletr-do-madeira-custara-r100milhoes

     

    “Valor EconômicoRondônia: erro de projeto limita o uso da energia do madeira” 

    https://jornalggn.com.br/blog/mpaiva/rondonia-erro-de-projeto-limita-o-uso-da-energia-do-madeira-0

     

     

  2. Tá na cara que não ia funcionar

    Não precisa ser nenhum gênio da engenharia pra saber que Jirau e Santo Antonio estão condenadas à rápida obsolescência. O Madeira e seus formadores nascem a cerca de 6.000 metros de altitude, na Cordilheira dos Andes, e carregam uma carga sedimentar monstruosa. Todas as outras barragens construídas no Brasil o foram a partir de rios de planalto, com uma carga sedimentar infinitamente menor. Em Porto Velho há toda uma orla onde havia vários restaurantes (os “Mirantes”) que foram interditados porque o desbarrancamento é iminente. Santo Antonio não pode funcionar a plena carga por causa dos riscos que oferece à cidade. Infelizmente, em poucos anos os dois lagos estarão entupidos de sedimento. Do mesmo modo que Itaipu alagou Sete Quedas, Santo Antonio afogou a cachoeira do Teotônio, um dos maiores patrimônios naturais do país. Porto Velho continua esburacada e agora está ainda mais violenta. Há muitos esqueletos de obras não concluídas. Não ficou quase nada da riqueza prometida, mas, como sempre, alguns devem ter ganho muita grana.

    1. A realidade dos fatos…

      Iranduba,

      Na UHE Santo Antonio, a respeito da carga sedimentar, é realidade, mas já foram tomadas medidas para que isso não prejudique o funcionamento das máquinas!! Por exemplo, a vedação do eixo da turbina é resistente e mesmo com os sedimentos do rio a vida útil foi igualada a média de uma vedação em qualquer outra máquina! O sistema de água potável utilizado no sistema de resfriamento elimina o problema de sujeira nos trocadores de calor!! A estação de tratamento de água é perfeitamente capaz de fornecer a água potável necessária, após as melhorias realizadas.
      O sistema de transposição de peixes está funcionando, e não precisa de bombas, pois ele aproveita a queda da barragem.

      Outra coisa, todo sedimento que chega, passa pelas turbinas, não acumulando na montante….e os troncos (famosos e que deram o nome ao rio) serão eliminados através de um estravasor de troncos!

      A usina já tem 22 máquinas prontas, com 17 em operação comercial!

      Sobre os restaurantes na orla do Rio, há dados e registros no próprio município e sua prefeitura, que o desbarrancamento ocorre a pelo menos 20 anos! Ou seja, bem antes de se pensar em construir a UHE!! Tanto é verdade que a UHE Snato Antonio venceu os processos na justiça!! E não são vários restaurantes….e sim 2 (Café Madeira e outro que não me recordo o nome), que foram construídos em área irregular!

      Sobre os esqueletos, são consequências da administração irresponsável da própria prefeitura!! Vide trevo do Roque, que foi um contrato licitado 3 vezes, com obras iniciadas e não concluídas….onde a UHE Santo Antônio não teve nada a ver com isso!! E quando você diz que não restou quase nada da riqueza prometida, digo que você novamente está equivocado, pois a usina paga um elevado montante de impostos, e a compensação social em Porto Velho e região está aqui para todos verem!! Estradas e ruas asfaltadas, escolas construídas, postos de saúde, hospitais, etc!
      Porto Velho cresceu, e muito!!!
      E reafirmo….as ruas continuam esburacadas devido má administração pública!! E se não houvesse a Santo Antônio, estaria muito pior!

  3. Custos

    Isto nos mostra, que nem sempre a tentativa desesperada de economia atraves de custos e a melhor solução.

    Temos que buscar outras soluções executivas, e por se tratar de uma empreiteira que se especializou-se e talvez a 

    maior construtora de hidreletricas do pais, não deve ocorrer.

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