Carteiros podem ter redução nos benefícios

Jornal GGN – De acordo com reportagem do jornal Valor Econômico, os trabalhadores dos Correios terão redução dos benefícios de previdência complementar devido aos déficits acumulados pelo seu fundo de pensão, o Postalis. O saldo negativo teria sido de R$ 3 bilhões em 2013 e 2014, mais R$ 1 bilhão em 2011 e 2012 e uma dívida antiga de outro R$ 1 bilhão, que totalizaria R$ 5 bilhões.

Segundo a apuração do jornal, os 1,3 mil funcionários na ativa devem ter benefícios reduzidos e os 19,2 mil aposentados e pensionistas terão que fazer contribuições extras ao plano. E o conselho do Postalis já teria definido como seria equacionado o déficit, mas ainda não se pronunciou.

Déficit do Postalis levará à redução de Benefícios

Por Thais Folego

Do Valor Econômico

Os carteiros terão, daqui para frente, benefícios menores em sua previdência complementar por conta dos déficits acumulados por seu fundo de pensão, o Postalis. O saldo negativo pode chegar a quase R$ 5 bilhões. Essa conta considera os rombos de R$ 3 bilhões acumulados em 2013 e 2014, mais R$ 1 bilhão de 2011 e 2012. Inclui ainda uma dívida passada, de R$ 1 bilhão, que os Correios têm com o Postalis. A companhia deixou de pagá­la no ano passado e parte dela pode sobrar para os participantes.

O plano de benefício definido (BD) tinha, em outubro, um patrimônio de R$ 5,137 bilhões. O conselho deliberativo do Postalis definiu, no fim de dezembro, como seria feito o equacionamento do déficit do plano BD, apurou o Valor. Esse programa, que será implementado a partir de abril, ainda precisa ser aprovado pela Previc, órgão regulador dos fundos de pensão. Procurada, a Previc informou que o “assunto deverá ser tratado diretamente com a entidade em questão [Postalis], não cabendo à Previc se pronunciar”.

Para os cerca de 1,3 mil funcionários na ativa, a proposta é que os benefícios futuros sejam reduzidos. Já os cerca de 19,2 mil aposentados e pensionistas e os Correios terão que fazer contribuições extras ao plano. Como esse valor extraordinário será descontado diretamente da folha de pagamento dos assistidos, o resultado também é a redução do benefício.

O valor exato da redução dos benefícios futuros e do aumento das contribuições ainda está sendo calculado, mas contas preliminares indicam um percentual em torno de 20%. Procurado, o Postalis informou por meio de sua assessoria de comunicação que assim que todo o processo estiver concluído divulgará “qual será a forma de equacionamento e os percentuais definitivos”.

Pelas regras atuais, déficits devem ser equacionados de forma paritária entre empresas e participantes na proporção em que contribuem para o plano. Se para cada R$ 1 que o participante coloca no fundo a empresa entra com mais R$ 1, no momento do déficit o saldo negativo também é dividido meio a meio. É o caso do Postalis.

Tanto participantes quanto patrocinadora já fazem contribuições extras ao plano desde 2013 para cobrir o déficit de quase R$ 1 bilhão dos anos de 2011 e 2012. Há um ano é cobrado diretamente do contracheque uma fatia de 3,94% do valor da aposentadoria ou pensão, no caso dos assistidos, ou do valor previsto do benefício, para os funcionários na ativa.

Quando instituída, a contribuição extraordinária era por tempo indeterminado, sendo reavaliada a cada exercício. É isso que está sendo feito agora, com a inclusão dos déficits dos últimos dois anos. A dívida passada dos Correios com o Postalis não está nessa conta, pois a fundação está “adotando as medidas cabíveis para recebimento dos valores”, segundo comunicado recente em seu site.

Essa dívida é derivada da época em que o plano BD foi saldado, em 2008. Na época foi identificado um déficit referente às obrigações sobre o tempo de trabalho dos participantes no período anterior à criação do plano ­ chamado de Reserva Técnica de Serviço Anterior (RTSA). Os Correios assumiram o pagamento integral desse déficit, mas sempre houve divergências dentro do governo sobre a responsabilidade da dívida. Em abril do ano passado, os Correios suspenderam o pagamento sob o entendimento do Tesouro de que ela deveria ser dividida com os participantes.

Estima­se que o valor atual da dívida seja de R$ 1 bilhão. O Postalis diz, porém, que não tem conhecimento de que os Correios estudem dividir o custo da RTSA. Participantes ouvidos pelo Valor já consideram que devem arcar com mais esse passivo.

Eles relatam um cenário de insegurança, pois o plano continua apresentando resultados negativos mês após mês, e de impotência, pois não se sentem representados no conselho deliberativo da fundação. Além disso, a Previc não se manifestou sobre o pedido de intervenção feito por associações de funcionários e nem sobre os resultados da auditoria feita no Postalis em 2014.

Em reuniões com participantes, a diretoria do Postalis costuma justificar os maus resultados como derivados de investimentos ilíquidos feitos pela gestão anterior. Ex­dirigentes da fundação foram autuados em 2013 pela Previc por aplicações feitas em desconformidade com as regras do setor.

Redação

9 Comentários

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  1. CAPEMI de volta

    Trabalhei nos Correios de 1978 a 1985, como carteiro, responsável pela entrega na Rua Fradique Coutinho, em São Paulo,quando fui mandado embora por justa causa por causa da greve de maio de 85, era dirigente sindical.

    Ví o nascimento do Postalis, comandado por militares; O Gal. Oyama, então diretor da DR/SP visitava pessoalmente as unidades constrangendo funcionários a aderirem, me recusei a entrar, apesar de toda a pressão e repressão, pois não via transparencia em sua gestão, não tinha representates dos trabalhadores, especialmente dos carteiros, que era a esmagadora maioria dos funcionários da ECT. Disse isso ao Oyama e ao chefe do CDD (Centro de Distribuição Domiciliar) Pinheiros.

    É um dos piores de todos os Fundos de Pensões estatais e isso se deve a absoluta falta de transparencia e participação do conjunto dos trabalhadores.

    Não me surpreende se vir a ter o mesmo destino de outro famoso fundo administrado tambem por militares e para eles voltado. Alguem se lembra da CAPEMI e seu triste fim?

     

  2. CAPEMI de volta

    Trabalhei nos Correios de 1978 a 1985, como carteiro, responsável pela entrega na Rua Fradique Coutinho, em São Paulo,quando fui mandado embora por justa causa por causa da greve de maio de 85, era dirigente sindical.

    Ví o nascimento do Postalis, comandado por militares; O Gal. Oyama, então diretor da DR/SP visitava pessoalmente as unidades constrangendo funcionários a aderirem, me recusei a entrar, apesar de toda a pressão e repressão, pois não via transparencia em sua gestão, não tinha representates dos trabalhadores, especialmente dos carteiros, que era a esmagadora maioria dos funcionários da ECT. Disse isso ao Oyama e ao chefe do CDD (Centro de Distribuição Domiciliar) Pinheiros.

    É um dos piores de todos os Fundos de Pensões estatais e isso se deve a absoluta falta de transparencia e participação do conjunto dos trabalhadores.

    Não me surpreende se vir a ter o mesmo destino de outro famoso fundo administrado tambem por militares e para eles voltado. Alguem se lembra da CAPEMI e seu triste fim?

     

  3. No Judiciário Federal uma

    No Judiciário Federal uma redução parecida já veio ano passado, apesar do artigo que publicaram ontem dizendo que a aposentadoria acompanhou a inflação. Não abordaram que o benefício mínimo é caso diferente dos benefícios médios e de recolhimento pelo teto, que foram sujeitados a cortes pelo método da caneta presidencial. E quando digo Judiciário, digo a grande massa de servidores, não os poucos togados que tiveram aumento. Sancionaram o projeto que joga os servidores novos para a previdência complementar, o que em resumo tira os servidores jovens do regime mais benéfico, e mantém os antigos no regime da “fartura”. E os jovens que aderirem vão ficar sujeitos a essa apreensão como da Varig, dos Correios, ou mesmo de uma categoria bem preparada para se defender, que foi o caso daquela previdência dos advogados em SP.

    Se for pensar no foco dessa alteração recente no acesso ao seguro-desemprego, são os mais jovens que vão ter o acesso reduzido, em nome do combate a fraudes, e somando com o caso da previdência complementar, parece que estão tentando corrigir o suposto “déficit da previdência” em cima de quem é menos organizado para essas questões.

    O Minha Casa, Minha Vida é excelente para quem já tinha uma renda e poupança para dar entrada e comprar imóvel, que não são os jovens, mas terrível porque explodiu o preço do aluguel nas grandes capitais, e quem mora de aluguel é a juventude. E, dentro da moldura política do junho/13, em que a faixa etária média era abaixo de 25, e onde as 3 esferas de governo se comportaram como elefante em loja de cristais, a impressão é que o governo está em rota de colisão com a juventude não-filiada a partidos, centro acadêmicos e similares. Que são quase a totalidade.

    Se isso vai turbinar um Psol pragmático, a direita, ou o niilismo, é a grande dúvida.

  4. No Judiciário Federal uma

    No Judiciário Federal uma redução parecida já veio ano passado, apesar do artigo que publicaram ontem dizendo que a aposentadoria acompanhou a inflação. Não abordaram que o benefício mínimo é caso diferente dos benefícios médios e de recolhimento pelo teto, que foram sujeitados a cortes pelo método da caneta presidencial. E quando digo Judiciário, digo a grande massa de servidores, não os poucos togados que tiveram aumento. Sancionaram o projeto que joga os servidores novos para a previdência complementar, o que em resumo tira os servidores jovens do regime mais benéfico, e mantém os antigos no regime da “fartura”. E os jovens que aderirem vão ficar sujeitos a essa apreensão como da Varig, dos Correios, ou mesmo de uma categoria bem preparada para se defender, que foi o caso daquela previdência dos advogados em SP.

    Se for pensar no foco dessa alteração recente no acesso ao seguro-desemprego, são os mais jovens que vão ter o acesso reduzido, em nome do combate a fraudes, e somando com o caso da previdência complementar, parece que estão tentando corrigir o suposto “déficit da previdência” em cima de quem é menos organizado para essas questões.

    O Minha Casa, Minha Vida é excelente para quem já tinha uma renda e poupança para dar entrada e comprar imóvel, que não são os jovens, mas terrível porque explodiu o preço do aluguel nas grandes capitais, e quem mora de aluguel é a juventude. E, dentro da moldura política do junho/13, em que a faixa etária média era abaixo de 25, e onde as 3 esferas de governo se comportaram como elefante em loja de cristais, a impressão é que o governo está em rota de colisão com a juventude não-filiada a partidos, centro acadêmicos e similares. Que são quase a totalidade.

    Se isso vai turbinar um Psol pragmático, a direita, ou o niilismo, é a grande dúvida.

  5. C arteiro é um emprego em

    C arteiro é um emprego em extinção.

       Tudo agora é por e mail– inclusive cartas de amor.

          MAS nem todo mundo tem computadot, anarquista,

               Mas não falta muito.

                  Aliás, o que percebo nos buzões quwe frequento, todo mundo tem um celular ligado na internet.

                Assim sendo, o correio sairá de moda.

                   Quedm tiver ações dele, que as vendam.

                       E as encomendas?

                 Logo..logo… tbm serão entregues por outros provedores( ALI baba DEMORA uns 4 meses, Amazon uns 5 dias, )

                    E é evidente, e nem precisa ser vidente, que o Correioi será substituido tbm.

                        Eu palpito o seguinte: Em menos de 2 anos , o correio deixará de existir.

  6. E bom que o pessoal dos Correios fique atento!

    Em tempos passados já falaram em privatizar os Correios. Depois que FHC vendeu a telefonia brasileira com tudo, perdendo inclusive o controle das comunicações militares por  satélites, há quem dirá que não faz mais sentido manter a ECT como empresa pública – argumentos esses que sempre aparecem quando querem vender mais uma fatia do país.

     

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