Causas da derrota, por Jeferson Miola

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Causas da derrota

por Jeferson Miola

O PT sofreu a mais acachapante derrota eleitoral da sua história. Uma derrota de tal magnitude que, fosse outro o partido a sofrê-la, sem o enraizamento social que o PT possui, e já estaria dissolvido. Assim mesmo, a oligarquia não conseguirá concretizar o sonho verbalizado pelo ex-senador Jorge Bornhausen, de “acabar com a raça dos petistas” e exterminar o petismo.

Esta derrota tornará complexa a sobrevivência e a tarefa de reconstrução partidária – não somente pela perda de espaço institucional; mas, sobretudo, pelo padrão da ofensiva contra o campo democrático e popular, que será intensificado no próximo período.

Uma derrota desta grandeza tem muitas causas, conjunturais e estruturais, e sua análise não se esgota em poucos parágrafos de um artigo. Existem fatores intrínsecos ao próprio PT – os erros de ex-dirigentes da maioria partidária no manejo das finanças partidárias é um deles. O PT ainda deve uma autocrítica desde a época do chamado “mensalão”. Já deveria ter reconhecido publicamente o equívoco de setores partidários que passaram a naturalizar as práticas dos partidos tradicionais.

O PT errou ao não centrar a sustentação do governo com uma plataforma de mudanças do país na democracia participativa e em dinâmicas plebiscitárias. Aderiu ao nominado “presidencialismo de coalizão” – sistema que estimula a corrupção, e pelo qual a oligarquia reparte o controle do Estado entre suas diferentes facções –, e não desarticulou as estruturas corrompidas, muitas armadas no período da ditadura e aperfeiçoadas nos governos FHC.

Acreditar, entretanto, que os desvios de algumas ex-lideranças do PT [e não do conjunto partidário] são a causa principal da derrota, é uma perspectiva que desconsidera a eficácia da operação inteligentemente articulada entre setores da mídia, MP, PF e Judiciário para alcançar este resultado. A realidade é indesmentível: constante espalhafato midiático e prisões de petistas; e políticos do PP, PMDB, PSDB, comprovadamente implicados em corrupção, sequer são investigados.

É ingênuo pensar que a corrupção foi a causa principal da derrota. Se a eleição tivesse sido um certame para escolher os não-corruptos, os puros e os decentes, o PSDB e o PMDB, campeões de candidatos fichas-suja, teriam sido fragorosamente derrotados.

Crer, por outro lado, que a derrocada das candidaturas do PT deveu-se à baixa popularidade herdada do governo Dilma, é contraditório com a vitória dos candidatos da base de apoio do golpista Michel Temer, que ostenta quase 80% de reprovação.

A eleição municipal foi a primeira acontecida no marco do regime de exceção que se vive no Brasil. Subestimar este fator na análise do evento eleitoral e de outros acontecimentos e processos políticos, seria um grande equívoco histórico.

Mais que a derrota do PT, observa-se a vitória da manipulação política, jurídica e midiática. Está em curso no Brasil uma ofensiva que não mira somente a principal organização de esquerda e a liderança de maior expressão popular, que é o ex-presidente Lula; mas uma ofensiva radical para viabilizar a restauração neoliberal no seu estágio ultra-conservador e reacionário, com regressão de direitos, destruição da economia nacional e transferência da riqueza do país ao estrangeiro.

O efeito prático e concreto desta brutal ofensiva, todavia, é o debilitamento do PT. Saber se o Partido conseguirá ou não sobreviver a isso, é uma pergunta em aberto. Uma coisa é certa: nem o fim do PT conseguirá acabar com o petismo genuíno, um dos principais sujeitos históricos da transformação democrática e socialista do Brasil.

O PT deve fazer, com urgência, a profunda crítica e autocrítica desta circunstância histórica. Este esforço analítico e de reconstrução não pode, porém, se dissociar da luta tenaz contra o regime de exceção e o fascismo, que encontra um terreno cada vez mais fecundo para avançar no Brasil.

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

40 Comentários

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  1. It’s the economy, stupid

    As causas todo mundo sabe.Numa democracia a economia é o alicerce do Estado. O governo não fez as correções necessárias para não perder as eleições de 2014.Com  estabilidade econômica o PT mais do que nunca seria imbatível, mesmo com Cunha e a Lava a Jato nos calcanhares.  Para configurar o sistema de disparos destes três misseis desvastadores , a mída tradicional executou com perfeição seu software bélico.

  2. De novo esse blablablá? Ninguém aguenta mais isso

    Lugar de confissao é no CONFESSIONÁRIO! Esse discurso dos erros do PT só interessa à Direita, que quer desmoralizar os governos populares. Passa fora!

    1. Eu acho a AUTO-crítica

      Eu acho a AUTO-crítica importante, Mas o que Tarso, Suplicy, Olívio, etc fazem não é AUTO-crítica. É lavagem de roupa suja no PIG. Eu acho a AUTO-crítica tão importante que acho que esses senhores deviam refazê-la e repensar esse tipo de comportamento.

      AUTO-crítica, como o próprio nome diz, é AUTO. Ou seja, vc faz internamente e não pelo PIG.

       

    2. Exatamente o que

      Exatamente o que penso.

      Depois de 502 anos no governo e entregando um país quebrado, sem infra estrutura nenhuma, corrupto e dos mais desiguais do mundo, a direita fez algum tipo de autocrítica?

      A direita já aplicou três golpes em 52 anos. AQlguém viu a direita fazer qualquer tipo de autocrítica?

      Este pessoal que fica enchendo o saco com este papo de autocrítica deveria é ir TNC.

  3. Algumas considerações e questões

    “instalar-se no leme e olhar para nada ver, até que as circunstâncias nos atirem pelos olhos qualquer calamidade, não é dirigir. Para dirigir é necessário prever” (J. Stálin – 1931)……o aconteceu em 1941 todo mundo sabe…..

    Já havia muito tempo que o sinal vermelho tinha acendido para o PT : a destruturação da política de comunicação de massas do Partido, o episódio do chamado Mensalão, que o Partido não enfrentou politicamente, a crescente diminuição da bancada Federal, a partir de 2006, a embriaguês pelo sucesso em função das sucessivas vitórias nas Eleições presidênciais, etc. 

    A direção do Partido e do governo não perceberam o grave perigo que se proximava. Não entenderam a Quinta Coluna do PMDB nas reeleição de Dilma – o voto filmado do Sarney no Aécio, a contrariedade de Renan, Jucá e Eduardo Cunha, a dissimulação de Temer. 

    A capa de Veja – Eles sabiam – foi a senha para o ataque mortal.  Após a apertada reeleição, graças a unidade da esquerda e forças progressitas. A direção do partido e do governo baixaram a guarda, julgando que a guerra havia terminado com a fala da urnas. Dispensaram a unidade das esquerdas e a comunicação (O fim do Muda Mais – que mobilizou 10 milhões de leitores). Não se deram conta que a guerra imposta pela direita continuava se intensificando.

    A Operação Lava Jato veio fulminante pra cima do PT e do governo. O PT e o governo não fizeram o enfrentamento político da mesma. Naquele momento, a Petrobras tinha uma presidenta politicamente inepta. Ao invés de colocar no comando da mesma alguém com política na cabeça que chamasse para a empresa a gestão técnica e política do processo da Lava Jato, nomearam um cabeça de planilha, que isolou a Petrobras do processo, empurrando os seus efeitos para o colo do Palácio do Planalto.

    Por a Petrobras não fazer a gestão técnico-política desse processo, teve como consequência a prevalência da narrativa da Força Tarefa do MPF antipetista, legitimada pelo PIG e em dobradinha com o juiz Moro, onde qualquer coisa paga é dinheiro desviado da Petrobras para favorecer O PT e os petistas, não valendo para o PSDB, PMDB, PP, etc….Esse erro foi e continua sendo fatal!…

    O PT precisa fazer esses enfretamentos e reestruturar sua comunicação de massa.

  4. Temer já falou que a prova

    Temer já falou que a prova que não foi golpe foi o fracasso eleitoral da oposição.

    Lembrando que o PT nunca tve uma vitória dessas eme eleição municipal, nem nos tempos do Lula…

    O Povo é cretino e chancelou o golpe. Foi isso.

  5. Tendo a concordar com a Anarquista Lúcida

    Essa conversa de culpa do PT já deu. Não se deve comparar governos que cometem erros com aqueles que cometem crimes, como o governo golpista de Temer.

    O fato é que sinto nas ruas um clima de grande apatia e deseperança. Acho que só um sofrimento muito grande despertará o gigante outra vez.

    A cloaca em que o Golpe nos colocou é uma só para todos, para petistas e não petistas.

  6. É isso aí!

    Que bobagem é essa de autocrítica? Afinal, em time que está ganhando não se mexe, não é mesmo?

    Essa história de autocrítica só pode ser coisa da oposição ou de quem inveja a perfeição petista.

    1. Antes da mea culpa do PT

      Sugiro preparar a mea culpa do PSOL. Aquela esquerda de butiquim que de tanto virar a esquerda virou direita e apoiou o golpe, Dizer que é de esquerda e não fazer P nenhuma é a esperança da direita.Mostre o currículo da altura de uma lâmina gilete do currículo do PT e tente provar os benefícios desta legenda. Há, abra o olho, por que no RJ a guerra vai ser suja!

       

        1. Antes de ser irônica, fingindo-se analfabeta

          assuma que é uma analfabeta histórica!! Lembre do presidente do seu partido!

          Tome um memorial

          Plínio e Bicudo vão fazer uma boa dupla em algum lugar

          http://www.viomundo.com.br/politica/plinio-de-arruda-sampaio-marina-faz-parte-do-mesmo-sistema-de-dilma-e-serra.html

          http://ramirogarcia13.blogspot.com.br/2015/05/pt-e-governo-dilma-trai-o-povo.html

          http://congressoemfoco.uol.com.br/noticias/manchetes-anteriores/o-velho-pt-na-disputa-presidencial/

          http://www.revistaforum.com.br/mariafro/2012/10/21/plinio-de-arruda-o-importante-e-derrotar-haddad-pra-nao-fortalecer-lula-e-a-esquerda-ferida-de-morte-e-ressentimento/

          Plínio de Arruda: O importante é derrotar Haddad pra não fortalecer Lula e a esquerda ferida de morte e ressentimento

          Em Belém o PT declarou apoio ao PSOL convocando seus filiados a votar no candidato Edmilson Rodrigues. Em São Paulo, o PSOL pra variar só um pouco chamou seus filiados para o voto nulo (fez o mesmo em 2010), mas alguns de seus políticos fazem campanha explícita para Haddad porque tem a clareza que é o melhor candidato. Jean Wyllys é um deles e mesmo antes da decisão de seu partido para o segundo turno Jean me disse que apoiaria Haddad. Jean se antecipou até mesmo à entrada de Malafaia na campanha de Serra para fazer o serviço sujo que é peculiar nas campanhas deste candidato.

          Mas eis que tenho o desprazer de tomar conhecimento desta declaração de Plínio de Arruda:

           

          Ela está entre as coisas mais bizarras que preferiria nunca ter lido na vida.

          Tenho um profundo respeito pelo Plínio, já contei aqui que quando o vi velhinho, fraquinho, debilitado em 2010 fazendo campanha no Sarah de Brasília, me dirigi até ele para dar um abraço, me emocionei, apresentei-o para minha mãe dizendo: ‘mãe, aqui tem 80 anos de luta’.

          Plínio, Erundina são figuras que sempre lamentei  a saída do PT.

          Questionado por vários, incluindo psolistas, após declaração tão estapafúrdia, Plínio declarou-se amigo de Serra e disse votaria nulo (o que não faz o menor sentido com a frase de Plínio destacada acima, ou que faz todo sentido para esse nulo do PSOL sempre que há um candidato petista disputando com um candidato reacionário).

          1. Hummm… presidente do meu partido?

            Deixa eu pensar…

            Se for o presidente do partido no qual votei desde 1989, você deve estar falando do Rui Falcão. Correto?

             

             

            De qualquer modo: Não se irrite! Eu só disse que você estava serto! Sertinho, sertinho!

          2. Por que fez PETI?

            Por que o PSOL apoiou o golpe? E não respondeu as minhas fontes? É ou não é esquerda de botiquim?

      1. Apoiou o golpe é exagero…

        Apoiou o golpe é exagero… Mas que o PSOL e o PSTU deram o pontapé inicial no golpe, deram sim…

        Ontem vimos que os protestos não eram só por 20 centavos… eram para botar a direita no poder e ela entregar o Pré-sal.

        E o PSTU e partes do PSOL (Correntes morenistas em geral) apoiaram o golpe. Inclusive acho os morenistas devem ser recusados em uma possível frente de esquerda futura.

         

    2. Autocrítica é saudável e tem que ser feita, Vânia

      É o que o PT fez na declaração que vc postou.

      O que me cansa é o povinho que tenta confundir misturando 2 coisas diferentes. Erro é erro; crime é crime.

      Errar conduzindo um partido ou governo, todos estão estamos sujeitos, pois a imperfeição é da natureza humana. Outra coisa bem diferente é cometer um crime, que foi o que o Temer fez ao dar o Golpe de Estado.

      O PT abrigou milhares de Delcídios que, canalhas como sempre foram, pularão do barco agora. Eu não pulo, nem mudo. Não sou canalha, nem bandido. Não sou golpista. Sou petista.

      1. Mais ou menos, mcn

        Tem uma parte da militância petista que tem verdadeira ojeriza ao ouvir a palavra autocrítica. Aliás, esse pessoal tem se tornado tão pesado (em sua obtusidade e resistência a qualquer crítica) que seria melhor até que pulassem do barco, pois com tanto peso só ajudam a afundá-lo aidna mais. Aqui não falo do PT, mas de uma parte da militância que (digo isso há anos, não é de hoje) no afã de combater qualquer crítica e apoiar cegamente os maiores erros, mais atrapalha do que ajuda.

         

  7. Resolução da Executiva Nacional do PT

    A Comissão Executiva Nacional do Partido dos Trabalhadores, reunida em Brasília no dia 05 de outubro de 2016, aprovou a seguinte resolução política:

    1. A ofensiva desferida contra o PT pela mídia monopolizada e os aparatos da classe dominante, desde a Ação Penal 470 até as vésperas da eleição municipal, culminou com uma derrota profunda do campo democrático-popular, principalmente do nosso partido. E resultou num avanço conservador em todo o País.

    2. É fundamental reconhecer, porém, ao iniciar nosso balanço – necessariamente detalhado, criterioso, sereno – que o duro revés estampado nos números deveu-se, também, a outros fatores, avultando entre eles nossos erros, cometidos antes e durante o processo eleitoral. Analisá-los e extrair lições para recuperar o terreno perdido é uma tarefa autocrítica, a começar pela direção partidária – que não se exime de suas responsabilidades – e abrir-se para o conjunto da militância.

    3. Antes disso, vale ressaltar que o cenário negativo em que se realizaram as eleições municipais é produto, em grande medida, do movimento político iniciado após o pleito de 2014 quando os derrotados passaram a sabotar o governo e a empenhar-se na sua deposição.

    4. O aprofundamento da crise econômica a partir de 2015, a criminalização do PT e a ação corrosiva da mídia monopolizada erodiram a base eleitoral progressista, provocando forte recuo da influência petista sobre administrações locais e legislativos municipais.

    5. Apesar da resistência ao golpe institucional, especialmente antes da votação da admissibilidade do impeachment pela Câmara dos Deputados no dia 17 de abril, o PT e a esquerda não conseguiram reconquistar o apoio, a confiança e a identidade da classe trabalhadora, dos pobres e dos setores médios, inconformados com o ajuste fiscal implementado pelo nosso governo.

    6. As medidas então adotadas serviram de pretexto para que a classe dominante e os partidos conservadores impusessem a narrativa do estelionato eleitoral.

    7. Mesmo afastado do governo desde maio, continuam a ser atribuídas ao PT, de forma direta ou indireta, as enormes dificuldades da economia, agravadas pelo programa ultraliberal, antinacional e antipopular aplicado pelo governo golpista. Basta ver a campanha veiculada agora pelo governo usurpador, com um slogan de duplo sentido e que deixa evidente, ademais, a intenção de liquidar o PT. Não tivemos sucesso, durante o primeiro turno, em construir uma contra-narrativa capaz de desmascarar o programa defendido pelas forças golpistas e associá-lo a seus projetos privatistas para as cidades.

    8. Não conseguimos tampouco apresentar listas mais amplas de candidaturas a prefeito e vereador, o que já prenunciava uma redução numérica que, afinal, superou as expectativas mais pessimistas, sobretudo nas grandes cidades e em municípios que já governamos.

    9. A “ reforma política” comandada pelo ex-deputado Eduardo Cunha, reduzindo o tempo de campanha e os programas tanto no rádio quanto na televisão, acabou por limitar nossas possibilidades de enfrentamento contra os partidos de direita.

    10. Da mesma maneira, ao permitir autodoações sem teto para os candidatos e ao não fixar um limite nominal para as contribuições individuais, abriram-se brechas para a influência do poder econômico, dando mais razão à nossa defesa do financiamento público exclusivo das campanhas.

    11. Também teve importante impacto, particularmente nos grandes centros urbanos, a escalada antipetista da Operação Lava Jato, que nos trinta dias anteriores às eleições desencadeou ofensivas fraudulentas, mas de ampla repercussão, contra o presidente Lula e ex-ministros de seu governo.

    12. Em que pese a vitória sobre o campo democrático-popular, o bloco conservador sai do primeiro turno com divergências que podem se acentuar. Não é o caso de enumerá-las agora, mas é importante tirar proveito delas na campanha do segundo turno, sobretudo nas cidades onde candidaturas progressistas enfrentarão esquemas conservadores e da direita.

    13. A Direção Nacional do PT orienta nossa militância a apoiar incondicionalmente as candidaturas do PSOL, do PCdoB, da Rede e do PDT nas capitais, bem como daqueles com quem já estivemos no primeiro turno. Além disso, sugere aos diretórios municipais que avaliem localmente a quem devemos negar apoio e voto.

    14. Conclamamos a militância a cerrar fileiras em torno das sete candidaturas petistas neste segundo turno: Recife, Juiz de Fora, Santo André, Mauá, Vitória da Conquista, Santa Maria e Anápolis. É decisivo envidar esforços para unir o eleitorado democrático e popular, abrindo nossas campanhas para todos e todas que desejarem compartilhar dessa empreitada.

    15. A CEN parabeniza todos os governadores e prefeitos, parlamentares e militantes, que travaram o bom combate nas condições mais adversas dos últimos anos. Cumprimenta todos os candidatos e candidatas, eleitos ou não, por aceitarem, com bravura, uma tarefa fundamental na defesa de nosso partido e do legado de nossos governos.

    16. Sem minimizar o resultado desfavorável, encaramos a perda como uma batalha no processo de resistência democrática e de reorganização do PT e do campo popular. Da derrota, extrairemos lições que possibilitem reorientar nossa prática, a fim de recuperar a confiança política dos trabalhadores, da juventude, das mulheres, dos intelectuais, acumulando forças para retomar o projeto de transformação social que constitui nossa razão de ser.

    17. É preciso, nesse momento, conjugar a mobilização na campanha eleitoral com o empenho de nossas bancadas na Câmara e no Senado de se mobilizarem com as bancadas de oposição para derrotarem a PEC 241, a PEC do arrocho, o PL do Pré-Sal e a MP da reforma do ensino médio.

    18. Ao lado do povo brasileiro, dos demais partidos progressistas e dos movimentos sociais, os petistas continuaremos, nas urnas e nas ruas, a lutar contra o governo usurpador e a retirada de direitos, em favor de eleições diretas já e pela reforma do sistema político.

    Ousar lutar, ousar vencer!

    Brasília, 5 de outubro de 2016

    Comissão Executiva Nacional do PT

  8. Acredito que o próprio

    Acredito que o próprio governo golpista cometerá tantos erros que aos poucos a população se dará conta do desastre. O programa deste governo não tem como dar certo e com relação ao judiciário, vai ter que começar a mostrar os dentes para PSDB e outros partidos, senão, também ficará nú.

    Aos progressistas resta oxigenar seus membros e idéias e contruir um conjunto de projetos para a campanha de 2018.

    A prisão do Lula só será positiva para o judiciário se prenderem outros políticos “cheirosos e limpinhos”, caso contrário, comprovam o estado de exceção e instalam o medo na sociedade, o medo da injustiça ou justiça seletiva e parcial.

  9. A paciência com o PT está por um fio

    Há 3 nomes cotados para assumir a presidência do Partido. Vejamos: 

    1) Lula – Sem chance. Deve se recolher e preocupar-se em não ser preso, o que vai ocupar seu tempo pelos próximos 2 anos, cuidar da sua defesa. Deveria apenas compor a liderança do conselho consultivo, Fundação Perseu Abramo, por aí. Só. Afastar-se da liderança de direito e de fato, permanecer como eminência parda não resolve;

    2) Jaques Wagner. Só pode ser brincadeira. Pensei que a urgência fosse “renovação”. Se o PT optar por Lula ou Jaques Wagner, estaremos diante do “mudou para ficar do mesmo jeito”. Com uma agravante, o Partido precisa, neste momento, de um Presidente que levante cedo, que não dispense tanto apreço pela vida boêmia até altas horas, senão é bom manter o decrépito do Rui Falcão, que pelo menos não é boêmio;

    3) Lindberg – Aqui o jogo começa a mudar. Depende. Lado ultra positivo: desloca a liderança do Partido de SP para o RJ. Porque depende, porque se for para botar o Lindberg e manter os demais carcomidos apenas trocando cadeiras, não adianta. O Lindberg cercado de jovens – JOVENS -, seria um bom caminho. 

    Opção – Wadih Damous (sempre deslocando para fora de SP). O trio que se destacou no Congresso foi o Lindberg, o Wadih Damous e a Jandira PCdoB), todos do Rio. Mais uma vez, chutar a bunda da velharia, por para correr, cercar o Wadih de jovens. 

    Renovação: abrir espaço para os jovens (abrir mesmo, não é fingir que abriu). Exemplos: Gabriel Medina, ex-secretário Nacional da Juventude, Lula/Dilma, e municipal (Haddad), além de Caio Baccini e Larissa D’Alkmin, ex-presidente e atual presidente do DZ Pinheiros, respectivamente. Esses eu conheço pessoalmente. Por aí.

    A carta de desfiliação está pronta, agurdando o desenrolar dos acontecimentos. Dependendo, é só botar a data. 

    1. Um excelente quadro é o

      Um excelente quadro é o Rogerio Sottili, da estrutura do PT desde antes da primeira eleição do Lula. Foi chefe de gabiente de Jose Dirceu quando este era Presidente do PT, depois Secrtario Executivo da Secretaria de Direitos Humanos e da Secretaria Geral de Governo nas Presidencias Lula e Dilma, depois Secretario de Direitos Humanos da gestão Haddad em São Paulo.

      Lindberg a meu ver não tem estatura, é desbalanceado e explosivo, na opção Jacques Wagner é melhor apesar da boemia.

      Deslocar para o Rio? O PT nunca foi forte no Rio, a raiz historica está em SP, para o bem ou para o mal.

      1. Por partes

        Neste momento, o Partido precisa de uma direção rejuvenescida, lépida e fagueira, apta a subir no caminhão de som e empolgar, o militante precisa olhar para cima e se convencer de que houve de fato mudança, se reconhecer. O que preocupa cada vez mais é o distanciamento da juventude, que está aí, solta, faltam lideranças, a direção precisa sair dos gabinetes e ir para a rua. Lindberg, em que pese os contras, pode fazer isso. Jaques Wagner é um excelente quadro, para o …Conselho Consultivo, é de gabinete. Não vai ser com aquelas camisas brancas do mais puro linho, confeccionadas sob medida por aquele alfaiate nonagenário de Salvador (se é que ainda está vivo), que passou também a fazer as camisas e guayaberas do Lula, e aquela barba aparada milimetricamente e cabelos sem um fio fora do lugar que o JW vai subir num caminhão de som, debaixo de sol e chuva, e empolgar a juventude. Não mesmo. Não é fácil trocar o ar refrigerado e o escurinho de um american bar e um uísque por um caminhão de som. 

        Se não houver um rejuvenescimento da direção do Partido, e consequentemente a adesão da juventude, daqui a uns poucos anos compareceremos todos aos atos políticos de andadores geriátricos. Vai ser gozado, todos nós já bem velhinhos, o alzheimer comendo solto, ninguém mais se reconhecendo ou esquecendo os nomes. 

        Por fim, Rogério Sotilli é um excelente nome, não tinha me ocorrido. Mantém-se a sede nacional do PT em SP, mas no segundo escalão tem de ter uns 3 ou 4 do rio, justamente para recuperar o terreno naquele Estado. 

  10. O dilema do PT

    Acho que o dilema do PT é o dilema da esquerda. PSoL incluído.

    Para renascer das cinzas e voltar aos tempos “românticos” pré 2002, diria mesmo pré 1989, tem que abdicar de voltar ao poder.

    Foi a decisão de sacrificar aquele partido, que não tinha votos, que permitiu tirar entre 22 a 36 milhões da linha de extrema pobreza.

    Sacrificou-se a alma do partido vendendo-a ao diabo.

    Valeu a pena?

    Para os que saíram da miséria a resposta é um inequívoco SIM. Ainda que hoje tenham deixado de votar no PT.

    O fato incontestável é que a esquerda no Brasil, continua sem os votos para manter acesa sua alma altruísta. O PSoL, hoje, que inclusive conta com a minha simpatia, e meu voto, não irá muito longe. Freixo não ganha e, se por milagre vier a surpreender, não conseguirá governar com a bancada que foi eleita.

    Triste, mas a realidade nem sempre (ou quase nunca) é rósea como gostaríamos.

     

     

    1. Valeu a pena…

      … se aliar e compactuar com os canalhas durante 13 anos para tirar 30 milhões da pobreza e que à pobreza voltarão em um instante?

      Árvore de nuvem se desmancha no ar. 

      Num piscar de olhos.

      Resultado de imagem para árvore seca nuvem

      1. Pode ser, Vânia

        Eu fico dividido.

        Fui contra as alianças. Fui contra a descaracterização do PT.

        Mas… talvez eu estivesse errado.

        Confesso não ter respostas.

        Mas acho que uma profunda análise (chamem de autocrítica ou o nome que quiserem) seria de fundamental importância.

  11. Eu admito que também estou

    Eu admito que também estou cansado dessa história de “autocrítica”. Isso desconsidera completamente a maior operação criminosa de destruição de um partido e de cidadãos brasileiros que eu já vi na vida, aonde os princípios mais básicos da justiça foram jogados no lixo por um grupo de juízes criminosos na ânsia de “botar a senzala no seu devido lugar”.

    Eu não consigo imaginar como um partido americano sobreviveria em uma situação aonde a CNN ficasse 24 horas por dia publicando mentiras e meias verdades contra o partido, com os deputados no congresso sabotando todas as decisões do partido e com os juízes dos circuitos federais prendendo arbitrariamente e sem provas a maioria dos membros do partido e com o supremo avalizando a zona ao invés de por um fim nos abusos.

    Se vocês membros do PT cometeram um erro foi o erro de serem BURROS de acreditarem que poderiam contar com uma justiça imparcial e serem “republicanos” ao lidar com um grupo de criminosos travestidos de deputados e senadores. Que quem comete o erro grotesco de manter um juíz criminoso como Gilmar Mendes no posto mais importante do seu judiciário só pode acabar pagando muito caro por este erro.

    1. Os comentários de “Somebody”

      Os comentários de “Somebody” são crueis com o país e os brasileiros.

      O problema é que “Somebody” quase sempre tem toda razão.  

    2. “Eu não consigo

      “Eu não consigo imaginar…….uma situação aonde a CNN ficasse 24 horas por dia…….”

      A prova que Somebody não é la muito americano…. ou está desatualizado.

      A FOX News fica batendo 24 horas por dia sete dias por semana nos democratas, Clintons, Obama, assim como a CNN, totalmente “progressista” e “liberal”, faz o mesmo com os republicanos e ninguém se desespera e chama de PIG, de golpistas e fascistas…,

      Tá difícil de a esquerda do subcontinente entende o que é democracia.

       

  12. É brincadeira… ok, vamos
    É brincadeira… ok, vamos conversar como adultos.

    O PT não entrou de cabeça na corrupção por achar legal se sujar (apesar de alguns corruptos contumazes instalados lá), mas sim pela natureza do SISTEMA POLÍTICO.

    ALÔ ALÔ, PSOL E QUEJANDOS, VAMOS FALAR DO SISTEMA POLÍTICO BRASILEIRO!!!

    O próprio PT, o “Leviatã” da esquerda, jamais chegou a ter mais que 20% da bancada no Congresso, ou seja, TEVE que fazer alianças com corruptos colocados lá dentro por uma conjunção de analfabetismo político e regras eleitorais. Para além da tal “autocrítica”, o que o pessoal da “pureza” propõe, na remotíssima hipótese de ganhar uma eleição para o executivo estadual ou federal? A distribuição de flores?

    Mas não, tudo o que sabem fazer é exigir a tal “autocrítica”. Enquanto o PT não faz a tão desejada autocrítica, que tal a oposição de esquerda dizer para quando está preparando a conscientização das massas necessária ao predomínio legislativo da esquerda “pura”? Devo esperar a “Revolução” para quando, ano 3000?

    O maior erro do PT foi não APARELHAR. Foi ter pago o apoio de ladrões (enquanto certos Delcídios se lambuzaram) e bancado o “bonzinho”, o “republicano”. E o que certas esquerdas sugerem? MAIS bondade. É muita panaquice, senhores.

    P.S.: abro exceção a poucos na oposição de esquerda, caso de um Freixo. Já os santelmos e santelmas, vide Heloisa Helena, Marina, Erundina, Luciana Genro… querem que venhamos a gemer décadas sob a direita, até a eventual vitória dos “puros”.

  13. ” o PT e a esquerda não

    ” o PT e a esquerda não conseguiram reconquistar o apoio, a confiança e a identidade da classe trabalhadora, dos pobres e dos setores médios, inconformados com o ajuste fiscal implementado pelo nosso governo.”

    Veremos então o que os obres vão achar do ajuste fiscal colocado em prática por este governo.

    Se olharmos por esta ótica, o PT voltará a vencer nas próximas eleições.

    Se olharmos pela realidade, o PT continuará a ser perseguido pela lava rato até sua extinção total. Se bobearem, todos os mencionados na matéria irão para trás das grades.

  14. Comenta debate deste post

    Totalmente de acordo com  André élebê que sintetiza muito bem toda a discussão sobre autocritica. Parabéns!!! Claro que destaco também as palavras da minha queridíssima Anarquista Lúcida sempre certeiras. Esperei que minha também querida e lúcida Hydra dissera algo mas parece também se cansou desse papo de autocritica por parte do PT. Por falar nisso, hoje li a entrevista da Luciana Genro no 247 … cadê a autoritica? Achei seu discurso totalmente ridículo como é o do PSOL em geral. Só os outros devem fazer autocrítica, eles acham que estão acima disto já que tudo que fazem consideram perfeito. E  Vânia? que lamentável, anda buscando qualquer oportunidade para publicar um montão de foto dela (ja vi em varios outros debates). Será que espera algum convite para modelar? Haja paciência para tanto ego principalmente quando estão vendendo o país a preço de banana e a esquerda está em frangalhos.

    1. Modelar? hahahahaha

      Adianta eu falar que não sou e nunca serei filiada ao PSoL, que sempre votei no PT?

      Votei no PT em 1989, 1992, 1994, 1996, 1998, 2000, 2002, 2004, 2006, 2008, 2010, 2012 e em 2014. Não só votei como saí às ruas para fazer campanha. 

      Inclua aí também candidatos da coligação. Já tive que votar em Sérgio Cabral, Eduardo Paes e congêneres tampando o nariz, mas seguindo a recomendação. Até que eu enchi o saco… Não votei no Paes na sua última disputa (2012), mas votei em vereador do PT. (Minha família, meus colegas de trabalho e alguns amigos que não são petistas acham que eu sou uma petralha. Nem conversam comigo sobre política porque acham que eu defendo muito o PT, que sou radical, etc.)

      Aí eu voto no Freixo (PSoL) em 2016 e sou xingada de psolista (para alguns de vocêrs  é um xingamento) e sou obrigada a dar satisfações sobre o PSoL. Ora, ora… façam-me o favor!

      Adianta falar? Não. Por isso posto as fotos, caso contrário vou ser chamada também de mentirosa. Vocês não aceitam nem mesmo que um petista faça críticas ao PT. Apenas os que repetem as palavras de ordem são honestos politicamente, É só a pessoa sair um pouquinho do discurso pronto e repetido à exaustão pelos papagaios de repetição que te chamam de tucano, golpista, psolista, etc. 

      Quer saber? Fiquem ecoando uns aos outros até o fim. Até serem cada vez menos vozes. Porque uma hora a ficha cai pra quem resolve pensar fora do quadradinho.

  15. Respondendo Vania em Modelar? hahahahaha

    Em todo caso não me referia a filiação mas ao que se diz por aqui em favor ou em contra da realização de autocrítica por parte do PT. E o que tenho lido seu mais parece uma árdua defensora do PSOL e uma pessoa de direita quando se refere ao PT. Eu também votei PT nas quatro ultimas eleições e acho que cometeu erros (não do tipo que você menciona e mais no sentido do que diz Somebody) mas não estou disposta a pisá-lo hoje em dia fazendo o jogo da direita, sabe por que? porque acho que esquerdas tipo o PSOL y você, atuam como diz Nicanor Parra: ao andar tão a esquerda e esquecendo que o mundo é redondo terminam por ajudar a direita. 

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