Cinco anos após impeachment, Dilma é a figura do PT mais atacad

Capa da Revista IstoÉ durante o governo Dilma. Era comum órgãos da grande mídia retratar a então presidente como histérica, descontrolada, autoritária, centralizadora e arrogante, entre outros termos depreciativos para uma mulher em posição de poder

Um levantamento feito pelo projeto Manchetômetro e divulgado à imprensa na quinta-feira (6/1/22) mostra um dado curioso: mesmo sem mandato, e cinco anos após ter sofrido um golpe parlamentar travestido de impeachment, a ex-presidente Dilma Rousseff segue entre os políticos mais atacados pelos jornais da grande mídia.

Ela aparece no Top 10 das figuras públicas com mais menções negativas nos principais jornais impressos e no Jornal Nacional. Considerando todas as vezes em que a Dilma foi citada, em 56,4% dos casos, foi em contexto prejudicial à sua imagem. Ela está em sétimo lugar no ranking. Do PT, é a única na lista liderada por Jair Bolsonaro e seus três filhos com mandato.

“Com os quatro primeiros lugares no ranking, a família Bolsonaro é o destaque das Top 10 menções negativas no ano. Vale notar que todos os demais personagens ranqueados têm algum tipo de ligação com o governo federal, com exceção da ex-presidente Dilma Rousseff, que continua a receber cobertura majoritariamente desfavorável cinco anos após o impeachment. Alguma surpresa para vocês?“, destacou o Manchetômetro em nota.

Os jornais analisados foram Folha de S. Paulo, Estadão, O Globo, Valor e Jornal Nacional.

O Manchetômetro é produzido pelo Laboratório de Estudos de Mídia e Esfera Pública (LEMEP), com sede no Instituto de Estudos Sociais e Políticos (IESP) da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).