CLACSO diz que Brasil “atropela a democracia” e alerta para risco à América Latina

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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O Conselho emitiu dura nota repudiando a manobra do STF, a impunidade da Globo e a declaração fascista do general do Exército. 
 
 
Jornal GGN – “Repudiamos a manobra inconstitucional da Suprema Corte que negou o direito de Lula não ser preso até que fosse condenado em última instância”, publicou o Conselho Latino-americano de Ciências Sociais (Clacso), em dura nota, nesta quinta-feira (05).
 
O Conselho, com sede na Argentina, divulgou nota pública nas redes sociais criticando o resultado do julgamento do Habeas Corpus que permitirá a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e repudiando diversos pontos vislumbrados na sessão de ontem e no contexto de crise política brasileira.
 
“Repudiamos a intervenção golpista e fascista do comandante do Exército brasileiro, que ameaçou ‘restabelecer a ordem’ caso Lula não fosse preso. Repudiamos a prepotência e a impunidade da Rede Globo e dos meios de comunicação, que sempre distorceram a realidade para alcançar seus interesses econômicos e políticos”, completou.
 
“Repudiamos Michel Temer e todos os políticos golpistas, reacionários e corruptos que conduzem o Brasil para o irreversível caminho da tirania. Repudiamos a grupos evangélicos e pentecostais que, escoltados no uso depreciável da fé, roubam, enganam e humilham os mais pobres, manipulando-os”, seguiu.
 
O Conselho, formado por renomados especialistas, acadêmicos, pesquisadores das Ciências Sociais de toda a América Latina, disse estar “convencido” que “por trás do golpe à democracia no Brasil se encontram, além dos grupos de poder e das elites brasileiras, o governo dos Estados Unidos e os interesses econômicos de multinacionais que retiraram e continuarão a retrirar os bens e riquezas que pertencem ao povo brasileiro”.
 
Por fim, o CLACSO afirmou que “se não nos mobilizamos para impedir a lição de tirania que hoje o Brasil revela, ela se propagará por toda a América Latina. Já vivemos momentos semelhantes. Voltaremos a viver se não impedirmos este brutal atropelo à democracia”.
 
“O Conselho estará aonde sempre esteve em seus 50 anos de história: ao lado dos pobres, dos e das que se mobilizaram em defesa da democracia, ao lado da luta pela defesa dos direitos humanos, da Justiça social e da igualdade. Ao lado do futuro, contra esta vanguarda do atraso que nos conduz à barbarie e à opressão. Não ao golpe no Brasil”, conclui. 
 
Leia a nota oficial: 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

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