Coligação de centro-direita vence eleições legislativas em Portugal

Enviado por Roberto São Paulo – SP

Do Jornal de Negócios

Resultados finais: Coligação vence legislativas sem maioria

A coligação ganhou as eleições legislativas, ficando com 104 deputados, à frente do PS que garantiu 85 mandatos. O Bloco de Esquerda ficou com 19 deputados, mais dois que a CDU. O PAN foi o único dos “pequenos” a garantir presença no Parlamento. A abstenção atingiu um recorde.

Estão fechados os resultados nas 3.092 freguesias portuguesas, faltando nesta altura apenas os resultados dos círculos Europa e fora da Europa, que elegem os deputados e só serão apurados dentro de dias.

Os partidos da coligação ganharam as eleições mas são os únicos a baixar face às legislativas de 2011. O PS, que falhou a vitória nestas legislativas, até reforça a bancada parlamentar. O Bloco de Esquerda é um dos vencedores da noite, mais do que duplicando o número de deputados. A CDU reforça em votação e elege 17 deputados.

Coligação elege 104 deputados com 2 milhões de votos

A coligação Portugal à Frente, constituída pelo PSD e CDS, obteve 36,83% dos votos nas eleições legislativas deste domingo, 4 de Outubro. Um resultado que lhe permite eleger 99 deputados para a Assembleia da República. Somando os resultados do PSD na Madeira e Açores (1,51% e 5 deputados), a coligação garante um total de 104 deputados e uma votação de 38,34%. Fica assim distante da maioria absoluta (116 deputados).

Em 2011 o PSD e o CDS (que concorreram separados) conseguiram 50,37% dos votos e 129 deputados. Ou 132 deputados considerando os 3 eleitos nos círculos Europa e Fora da Europa.

Em número de votos, a coligação conseguiu 2.060.186 votos (somando PaF e PSD Madeira e Açores) nestas eleições, abaixo dos 2.146.108 conquistados em 2011 pelo PSD sozinho. Somando aos 652.379 conquistados pelo CDS em 2011, os partidos da coligação perderam um total de 738.301 votos.

PS fica a 19 deputados da coligação apesar de ter ganho 12 mandatos

O PS foi um dos derrotados da noite, apesar de ter aumentado a votação face a 2011. O partido de António Costa obteve uma votação de 32,38%, o que garantiu a eleição de 85 deputados. Uma subida de 12 mandatos face aos resultados de 2011 (73 mandatos), mas que ficou ainda assim muito longe dos números da coligação, com menos 19 deputados que o PSD e o CDS juntos.

Foram 1.740.300 os que votaram no PS nestas eleições, mais 182.050 do que em 2011. Contra os partidos da coligação, os socialistas receberam menos 320 mil votos.

Bloco de Esquerda mais do que duplica presença no Parlamento

O partido de Catarina Martins foi um dos grandes vencedores da noite, conseguindo o melhor resultado de sempre. Conseguiu 10,22% dos votos, o que corresponde a 19 mandatos. Em 2011 tinha obtido 5,19% dos votos, o que lhe garantiu na altura oito deputados.

Nas eleições de 2009 o Bloco de Esquerda, então liderado por Louça, conseguiu eleger 16 deputados.  

Em termos de número de votos, o Bloco de Esquerda obteve 549.153, o que representa um aumento de 260.947 face a 2011.

CDU ganha mais um deputado mas passa para quarto

A CDU teve uma resultado misto. Até ganhou em termos de votos e de mandatos, mas foi superado pelo Bloco de Esquerda. 

A coligação liderada por Jerónimo de Sousa obteve 8,27% dos votos, garantindo a eleição de 17 deputados. Um resultado superior ao obtido em 2011 (7,94%, 16 deputados).

PAN foi o único dos “pequenos” a eleger

Havia a expectativa de vários pequenos partidos conseguirem nestas eleições a eleição de deputados para a Assembleia da República, mas só o Pessoas Animais e Natureza (PAN) o conseguiu.

Com um resultado nacional de 1,39%, equivalente a 74.656 votos, foi no distrito de Lisboa que o PAN conseguiu eleger um deputado. Na capital obteve 22.583 votos, ou 1,97%.

O Livre de Rui Tavares (0,72%) e o PDR de Marinho e Pinto (1,13%) falharam a eleição de qualquer deputado. 

Abstenção recorde

Os dados divulgados ao longo do dia faziam antever que a abstenção iria baixar nestas eleições, mas os números finais indicam que esta voltou a atingir recordes. 

Dos 9.439.651 inscritos, votaram 5.374.363 portugueses, o que resulta numa taxa de participação de 56,93%. Desta forma, a abstenção ficou nos 43,07%, o que representa o valor mais elevado de sempre numas eleições legislativas em Portugal. Nas legislativas de 2011 a abstenção ficou nos 41,93%, já acima dos níveis de 2009 (40,32%). Nestas eleições, que garantiram a reeleição de Sócrates, a abstenção superou os 40% pela primeira vez.

 

Do Público(Portugal)

Resultados provisórios fornecidos pela Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna – Administração Eleitoral

Ver resultados completos e comparações com 2011

Resultados provisórios fornecidos pela Secretaria-Geral do Ministe´rio da Administração Interna – Administração Eleitoral

 

Redação

3 Comentários

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  1. para a esquerda prestar atenção

    O desempenho do BE e CDU devem ser analisado com atenção pela nossa esquerda e tirar conclusões.

    Sei que a realidades são diferentes mas o desempenho foi muito bom. O BE  estava moribundo à alguns anos atrás (perdeu deputados) e se saiu muito bem.

    O CDU (comunistas) também merece analise após tanto tempo sendo combatindo pela direita e ainda assim ter um representação importante.

    Esse desempenhos não acontecem  á toa.

  2. Taí uma das razões do brasileiro ser gado manso como

    é e continuar elegendo os mesmos bandidos: fomos colonizados por portugueses, os mesmos que acabaram de reeleger essa turma de pilantras, responsáveis por um dos maiores processos de transferência de dinheiro dos pobres para banqueiros picaretas.

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