Condenação de Bolsonaro ganha destaque na mídia internacional

A decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) inelegível por oito anos ganhou destaque na mídia internacional. De acordo com o veículo norte-americano “The New York Times” a medida representa um “um baque significativo no movimento de extrema-direita do país”, sul-americano.

Já o estadunidense The Washington Post, por sua vez, afirmou que a decisão do TSE “mostrou as diferentes respostas do Brasil e dos Estados Unidos às suas insurreições” à extrema-direita e ponderou que Bolsonaro é a “versão dos trópicos” do ex-presidente dos Estados Unidos, republicano Donald Trump.

Europa

Para o jornal espanhol El País, “os juízes cortaram a seco a carreira política” do ex-chefe do Executivo.

A reportagem do periódico espanhol destaca ainda a dificuldade do ex-presidente em obter êxito em um possível recurso, tendo visto que os ministros do TSE também compõem o Supremo Tribunal Federal (STF), com destaque para a “sentença exemplar” de Alexandre de Moraes.

“É importante criar um precedente no TSE para combater a propagação do ódio e das falsidades contra o processo eleitoral”, defendeu Moraes.

O The Guardian, veiculado no Reino Unido, destacou que o ex-presidente terá 75 anos quando a sentença terminar e também pôs em cheque a carreira política de Bolsonaro.

“O futuro político do ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, foi posto em dúvida depois que os juízes eleitorais o proibiram de concorrer ao cargo por oito anos por abusar de seus poderes e vender “mentiras imorais” e “terríveis” durante a eleição amarga do ano passado”, publicou o jornalista Tom Phillips.

América Latina

“Bolsonaro foi condenado por abuso de poder ao espanhar suspeitas infundadas sobre o sistema eleitoral brasileiro para embaixadores estrangeiros”, destacou O Clarín, um dos principais jornais da Argentina.

O veículo deu ênfase ao voto do relator, o ministro Benedito Gonçalvez, que na última terça-feira (27) confirmou que Bolsonaro usou a condição de presidente da República para “para degradar o ambiente eleitoral”, “incitar um estado de paranóia colectiva” e fabricar “teorias da conspiração” com “informações falsas” e “mentiras flagrantes”.

O “El Comercio”, do Peru, destacou que o “líder de extrema-direita” se mostra “esperançoso” com a possibilidade do Congresso aprovar um projeto de lei de anistia para condenados por crimes eleitorais em 2022.

Colaborou Ana Gabriela Sales

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