CONFIANÇA ABALADA

Foi mais uma das tantas conversas que tenho tido com pessoas amigas sobre o tempo atual que vivemos.
Em algum momento já havia dito que os problemas que se avolumam, não podem ser creditados à pandemia, mas sim ao ser humano. Como sempre.
E essa conversa me trouxe uma certeza terrível.
Não é só os problemas operacionais que o ser humano tem causado na pandemia.
O problema mais profundo, mais danoso, com consequencias imensuráveis, é o da CONFIANÇA ABALADA.
A pandemia REVELOU O PIOR de grande parcela da população. No Brasil, o processo de 2016 com a ascenção do Bolsonaro, representou e deu representatividade ao lado maléfico da humanidade.
Na educação pública (só falo dela pois é a que conheço mais) mais do que aparecer a face do imperialismo, o que FICA CLARO é a total falta de amor ao próximo, falta de alteridade, falta de compromisso politico com a profissão, peleguismo, e mais profundamente o MEDO, o DESCASO com o futuro de crianças e jovens de famílias pobres, de renda insuficiente e descaso com o desenvolvimento e soberania do Brasil.
E tudo sob o manto da LEI, desvirtuada, distorcida em seu sentido original de garantir a equidade entre os homens.
Sob o manto da legalidade, com embasamento em decretos e resoluções, jovens são ‘alegremente’ com mensagens positivas, lançados ao ANALFABETISMO FUNCIONAL.
Testemunho horas e horas de um ESFORÇO IMENSO, em criar normas (dá trabalho), tabelas, planilhas, preenche-las de notas, presenças, conteúdos, etc, etc, que não revelam a realidade.
Para que tudo isso seja sacramentado, é necessário no final a assinatura do professor e pronto, alunos aprovados, verbas garantidas, férias iniciadas e mensagens natalinas chegando.
Tudo em cores trágicas de filme de terror classe D.
Sem orgulho, sem coragem, sem esperança, sem ideal.
E é disso que estou falando – da confiança no ser humano, que está abalada de forma profunda.
Durante a conversa, falei – agora a covid explodiu e minha amiga levanta a dúvida: será que explodiu agora ou a mídia e governos mascararam resultados para manter as eleições?
O que vocês acham?
Fico com Angela Merkel (Alemanha, 1954 – ), chanceler, primeira ministra da Alemanha, a mulher eleita a mais poderosa do ‘mundo’

Aristóteles disse que por sermos um animal politico por natureza só nos realizamos na interação e no compromisso uns com os outros – ou seja, o BEM COLETIVO deve ser buscado sempre.
Mas, neste cenário terrível, horrendo, há LUZ de pessoas que SE REBELAM E RESISTEM a essa convocação maléfica e focadas e determinadas cumprem na contramão, o seu DEVER no exercício profissional, garantindo de sua parte, o direito e o dever ao CONHECIMENTO para esta juventude.
E finalizo com a imagem de Mahatma Gandhi que iniciou a MARCHA DO SAL (Satyagraha) em 1930.
No dia 12 de março de 1930, Mahatma Gandhi e vários discípulos iniciaram uma marcha em protesto ao domínio britânico na Índia. A caminhada, de quase 400 quilômetros, durou 25 dias em direção ao litoral. Gandhi e seus seguidores paravam de cidade em cidade para descansar, conseguindo assim mais simpatizantes. O protesto foi incitado pelo fato de que, naquela época, os indianos eram obrigados a comprar produtos industrializados do Reino Unido, sendo proibidos inclusive de extrair sal em seu próprio país.
No dia 6 de abril, depois do banho, ritual sagrado para os hindus, Gandhi apanhou um punhado de sal à beira-mar, e seu gesto foi repetido simbolicamente pelos milhares de indianos ali presentes. Em resposta a esses atos, os britânicos prenderam mais de 50 mil indianos, entre eles o próprio Gandhi.
Mesmo com a prisão de Gandhi a marcha continuou, em direção às salinas ao norte de Bombaim. Aproximaram-se em silêncio dos depósitos de sal, guardados por 400 policiais, que investiram contra eles com cassetetes. Os protestantes foram tombando, sem esboçar gestos de defesa. Cada coluna que avançava era igualmente abatida.
E É ISSO QUE EU E MAIS UM PUNHADO DE PROFISSIONAIS ESTAMOS FAZENDO.
TRISTE VER QUE EXERCER O DEVER DO EXERCÍCIO PROFISSIONAL COM RESPONSABILIDADE É HOJE ATO REVOLUCIONÁRIO OU DE RESISTÊNCIA. QUE SEJA!
Sem violência, com determinação, superamos os 25 dias de Gandhi. Estamos resistindo desde 16 de março quando a escola fechou e desde 1 de abril de 2020 quando o ensino à distância foi sancionado (de forma torta, irresponsável, sem nenhum recurso aos professores e alunos).
Alguma coisa vai acontecer.
Esse punhado de professores pode se tornar milhares a lutar primeiro por sua dignidade, honradez, ideal e depois pelo dever no processo ensino-aprendizagem.

Redação

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