Consumo sustentável e a obsolescência programada

Da Carta Maior

Produção e consumo sustentáveis: pelo fim da obsolescência programada

A Associação Brasileira de Organizações Não-Governamentais (Abong) e o Insituto de Defesa do Consumiodor (Idec) promovem dia 22 de junho, às 13h, um debate na Cúpula dos Povos sobre “Produção e consumo sustentáveis: pelo fim da obsolescência programada”. Além do debate, será exibido o documentário “Comprar, tirar, comprar – The Light Bulb Conspiracy”, da diretora Cosima Dannoritzer.

Apesar de todo o avanço tecnológico, que resultou na criação de uma diversidade de materiais disponíveis para produção e consumo, por que hoje nossos eletrodomésticos são piores, em questão de durabilidade, do que há 50 anos? Os produtos são fáceis de comprar, mas são desenhados para não durar, e o consumidor sofre para dar a eles uma destinação final adequada. Esta realidade e as medidas concretas que governos e empresas precisam implementar para mudá-la estarão em debate no evento “Produção e consumo sustentáveis: pelo fim da obsolescência programada”.

A atividade, organizada pelo Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor – Idec e pela Abong, acontece em 22/6, das 13h às 15h, na Tenda Ágora Ambiental (no Museu da República), como parte da programação da Cúpula dos Povos na Rio+20 por Justiça Social e Ambiental. Além do debate, será exibido o documentário “Comprar, tirar, comprar – The Light Bulb Conspiracy”, da diretora Cosima Dannoritzer. O filme conta a história de como a indústria tem trabalhado nos últimos 100 anos para promover o aumento do consumo com a oferta de produtos de qualidade inferior (veja vídeo acima).

Para a pesquisadora do Idec, Adriana Charoux, o evento tem como objetivo organizar uma frente da sociedade civil para pressionar a mudança dos padrões de produção e consumo, de forma a diminuir o descarte desnecessário de toneladas de lixo eletrônico e tóxico no planeta – exigência esta que está descrita na Plataforma dos Consumidores pelo Consumo Sustentável para a Rio+20. “As empresas precisam assumir sua responsabilidade dentro da Política Nacional de Resíduos Sólidos”, enfatiza Charoux.

Ressalte-se que a humanidade já está consumindo 30% a mais do que o Planeta é capaz de repor e temos que reduzir em até 40% as emissões de gases de efeito estufa para que a temperatura não suba mais do que 2ºC. Diante da necessidade de promover uma revolução nos padrões de produção e consumo, é preciso que o Estado regule, fiscalize e induza estes novos padrões e que as empresas tenham transparência, garantindo ao consumidor acesso à informação e assumam a responsabilidade pelo ciclo de vida dos produtos, visando o desenho adequado dos produtos e suas embalagens e o fim da obsolescência programada.

Luis Nassif

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