Princípio seguido – o BRASIL não é um país institucionalmente racista ..AQUI ninguém é proibido e/ou discriminado legalmente, impedido do acesso, por se SER, mas por se TER ..AQUI, quem se atrever, comete um CRIME e esta sujeito ao rigor das leis, e a censura da imensa maioria da população ..ISSO NÃO quer dizer que AQUI não exista do preconceito localizado, do RACISMO partido de algumas minorias, e de TODOS os lados ..e também não estamos negando que hoje não só carregamos o BONUS, mas também o ônus de passivos do passado ..passivos às vezes direcionados, mas noutros, doutros que atingiram e afetaram o destino de diversas etnias, de diversos dos nossos filhos, dos de ontém, até o de muitos nos nossos dias.
O maior problema a explicar o nosso drama social atual NÃO se fundamenta, como em outras Nações contemporâneas, no RACISMO segregacionista. Daí que a NOSSA solução NÃO pode ser dada pelo uso dum método alienígena à nossa DOENÇA ..método que escolhe somente de alguns mas que se esquece de outros tantos inocentes pacientes.
As nossas opções e escolhas tem que passar DISTANTES dos mesmos erros que alguns brasileiros (de maioria portuguesa e monarquista) um dia cometeram.
-Inicialmente tomemos alguns dados de 2009:
Segundo dados colhidos junto ao IBGE, a população de jovens secundaristas, e suas respectivas distribuições na rede de ensino eram as seguintes, em indivíduos mil:
em São Paulo
escola estadual – 1.492,6 (84,9%)
escola. federal – 1,7 (0,1%)
escola. municipal – 20,4 (1,2%)
escola privada – 242,6 (13,8%)
total = 1.757,3 mil indivíduos
no BRASIL
escola estadual – 7.163,0 (85,9%)
escola federal – 90,4 (1,1%)
escola municipal – 110,8 (1,3%)
escola privada – 973,0 (11,7%)
total = 8337,2 mil indivíduos
fonte : http://www.ibge.gov.br/estadosat/index.php
Conclusão parcial
Pelo espectro envolvido, podemos admitir que, grosso modo, o microcosmos de SP se parece muito com o do país, qual seja, que cerca de médios 14% dos secundaristas estudam em escolas privadas, enquanto 86% na rede publica (e aqui, incluso escolas técnicas também).
..e a distribuição por etnia da população GERAL seria:
em São Paulo
branca – 67,9%
preta e parda – 30,5%
amarela – 1,3%
indígena – 0,3%
http://pt.wikipedia.org/wiki/S%C3%A3o_Paulo
no BRASIL
branca – 49,7%
preta e parda – 49,5%
amarela – 0,5%
indígena – 0,3%
http://pt.wikipedia.org/wiki/Demografia_do_Brasil#Grupos_.C3.A9tnico-raciais
Conclusão parcial
Aqui sim podemos ver uma clara diferença entre o Estado de SP e o país, pois enquanto no Estado a população branca e amarela fica em torno de 70,2%, no BRASIL este numero alcançava 50,0% do todo.
dos INSCRITOS na FUVEST – USP – em 2009 (total de carreiras sem treineiros) em %, algumas perguntas e respostas foram colhidas:
– aonde você cursou o ensino médio ?
escola estadual – 33,1% (somados a outros parciais)
escola federal – 1,0%
escola. municipal – 2,6%
escola privada – 63,3 % (somado a estrangeiro)
total = 125,7 mil indivíduos
– qual é a sua “cor” ?
branca – 75,1%
preta e parda – 18,5%
amarela – 6,1%
indigena – 0,3%
– Qual a instrução do seu pai ?
até a 4a série – 10%
4a série a doutorado – 90%
– Qual a renda MENSAL familiar ?
41,9% menor que 5 SM
27,6% de 5 a 10 SM
30,5% acima de 10 SM
Até aqui, por estas, também já dá pra concluir que:
– o “equivalente” a 7,15 % da população de jovens secundaristas de SP prestam FUVEST
– destes, INVERTENDO a proporção de alunos secundaristas que cursaram a rede de ensino publico (uma que dizia que 86% deles estudavam em escolas gratuitas), 63% dos inscritos na FUVEST dizem que vieram de escolas PARTICULARES, e apenas 37% deles das redes do Estado (Estadual, municipal e federal).
ainda
– 19% deles seriam de pretos/pardos e indígenas – que muito provavelmente, a maioria, partido de escolas publicas.
– 90% são filhos de pais MINIMAMENTE instruídos, e de renda familiar, a maioria, acima de 5 SM
Conclusão parcial
Quem chega na USP pra tentar duma vaga, sem qualquer tipo de constrangimento legal, em curso GRATUÍTO , mantido por imposto regressivo (que pega o consumo, portanto, a MAIORIA da renda do pobre), já é de maioria BRANCA, vindo de escola privada e pertencente a uma elite.
..com um detalhe, este cenário tem se mantido “praticamente constante” há anos.
dos MATRICULADOS – aprovados – em 2009 (num total de 11.271 vagas) em %, algumas perguntas e respostas foram colhidas:
– aonde você cursou o ensino médio ?
escola estadual – 25,7% (somados a outros parciais)
escola federal – 3,1%
escola municipal – 1,4%
escola privada – 69,8 % (somado a estrangeiro)
– qual é a sua “cor” ?
branca – 77,5%
preta e parda – 13,4%
amarela – 8,8%
indígena – 0,3%
– Qual a instrução do seu pai ?
até a 4a série – 5%
4a série a doutorado – 95%
– Qual a a renda MENSAL familiar ?
30,1% menor que 5 SM
30,5% de 5 a 10 SM
39,4% acima de 10 SM
Conclusão parcial
Mesmo com as COTAS RACIAIS, que na FUVEST é um percentual que se soma a nota do vestibulando, mesmo assim, quem é aprovado na USP é mais BRANCO (78% dos indivíduos contra 75% dos inscritos), é mais bem preparado pelas escolas particulares (70% do aprovados contra 63% dos inscritos), tem pai ainda mais bem formado (95% dos matriculados contra 90% dos inscritos) e é ainda mais rico (70% tendo renda acima de 5 SM, contra 58% dos inscritos)
fonte – http://www.fuvest.br/estat/qase.html?anofuv=2009
Evidente que quando fazemos qualquer pesquisa, fora dos números colhidos, outras informações não necessariamente catalogadas, mas amplamente sabidas, também passam a fazer parte do nosso “instinto analítico” ..e daquelas que trago comigo, eu diria que aqui eu admito:
-que a maioria dos nossos jovens que, por DESESTRUTURA sócio econômica, quer do meio, como da família, que NÃO concluem o ensino básico e médio, que morrem de forma violenta, que se perdem pelo caminho, a IMENSA maioria é formada de jovens negros e pardos.
-que a maioria dos que sobrevivem, o faz bravamente estudando em escolas públicas, CARENTES de método e de recursos, escolas que não dão a mínima condição de competição quando comparadas às máquinas de aprovar vestibulandos, que são as escolas privadas.
-e esta mesma maioria, quando consegue concluir o ensino médio, quando o faz, já se dedica à parte prática da vida, vai casar ou trabalhar, desistindo de se aprofundar e/ou se aperfeiçoar.
OU SEJA ..pra esta turma que um dia já teria sido maioria ao nascer (de jovens negros e pardos), a IMENSA maioria é vencida por inúmeros motivos que não o racismo implícito, a ponto de somente uma fração deles, insuficiente, poder um dia sonhar em ter seu lugar ao sol.
Resumindo em números, e dentro dum cenário que JÁ é considerado a adoção da COTA RACIAL, temos que em SP, no ano de 2009, o Estado apresentou a seguinte realidade:
Dos 1.757 mil secundaristas, cerca de 536 mil deles eram de negros e pardos, e destes, apenas uma fração deles, cerca de 1,5 mil ou (0,08%) conseguiram entrar na USP ..e APOSTO, que em cursos menos disputados ..e APOSTO, que uma boa fração deles NÃO irá concluir o curso, que por desmotivação, engano ou dificuldades outras.
Assim, o problema da população parda e negra, do jovem pardo ou negro, da IMENSA MAIORIA deles, não esta na redenção desta IMENSA MINORIA, se e quando acontecer, mas sim no atendimento da falta de outros tipos de assistência que a IMENSA da imensa maioria ainda deixa de ter. Assistências como:
-Programas de assistência social
-de incentivo a manutenção escolar
-de melhoria na qualidade do ensino
-acesso a curso preparatório
-de ajuda de custo
etc
E então aqui eu retorno pra perguntar que, diante deste quadro de CONSTATAÇÃO insofismável, será que o BRASIL precisaria ter somado a seus problemas, e/ou ter incluído em seu discurso, este modelo alienígena RACIALISTAS que os cotistas RACISTAS tentam nos vender ?
UMA opção, não redenção, mas um critério muito MAIS justo, LIMPO e digno, as COTAS SOCIAIS.
As Cotas Sociais não fariam favor a NINGUÉM, muito menos buscariam o reparo de INOCENTES VIVOS por pecados de mortos, não usariam de réguas e nem de critérios HUMILHANTES e subjetivos, não olhariam o passado ido, mas o futuro adiante, elas também não adotariam do espelho e não agiriam por aparência.
As Cotas Sociais devolveriam, pelo mérito e interesse, devolveriam as escolas e universidades públicas a quem PAGA por elas.
Por elas, ano a ano, instituição a instituição, curso a curso, as VAGAS seriam reservadas para disputa entre dois grupos distintos de vestibulandos. Dum lado, mais homogêneos um grupo de alunos vindos de escolas privadas, e doutro, dos vestibulandos oriundos da rede publica.
Em números para se entender melhor do que falo..
..para a USP 2009, das 11.271 vagas ofertadas, 36,7% delas seriam reservadas a vestibulandos da rede publica (pelo número de inscrições), o que daria 4.136 destinados a alunos mais carentes ..valor que frente aos dados reais, já daria um acréscimo de 733 vagas ..733 vagas destinadas a alunos que se interessaram, que se dedicaram, que sonham, que sabem que têm DIREITOS IGUAIS como qualquer outro cidadão (independente de..) ..e o melhor, esta conquista seria dada sem atrito, por mérito e justiça, sem o uso da eugenia, ou de qualquer outro tipo de racialismo.
Claro que, em tese, conforme os outros passivos forem sendo sanados (qualidade de ensino, preparo, renda etc) ..mais interesse e procura dos carentes haverá (que hoje são médios 36,7%) ..e mais e mais uma USP por exemplo, uma Universidade Pública, será entregue a quem NUNCA dela aproveitou, mas que SEMPRE a manteve e sustentou.
E como comentário final gostaria de registrar aqui mais um desatino que tal medida poderia ajudar a minimizar: O fato é que, apesar de ser amparado por plano meritório e indistinto, é triste ainda constatarmos que uma boa leva de alunos carentes esta sendo REMETIDA, via PROUNI, às escolas privadas, enquanto as públicas, sabidamente de melhor reputação e qualidade, ficam entregues à NATA da NATA para que dela façam a farra.