Desoneração da folha aumenta competitividade da TI

Os benefícios fiscais da atual política industrial, notadamente a substituição da contribuição previdenciária por um percentual do faturamento, colocaram o país em melhor posição de competir por novos mercados de TI frente a outras importantes economias latinoamericanas, como México, Argentina, Colômbia e Chile.

É o que indica um estudo patrocinado pela Brasscom e pela Apex, que também leva em conta o – ainda pequeno – alívio cambial com as recentes altas da moeda americana em comparação ao real. “A combinação da desoneração com o câmbio trouxe um impacto muito positivo. Estamos falando de um setor em que os custos com recursos humanos representam 60%, até 70% dos preços. E que precisa crescer no mercado internacional”, avalia o diretor de desenvolvimento de mercados da Brasscom, e um dos responsáveis pelo estudo, Sérgio Pessoa.

No retrato feito pela pesquisa, fica claro que as medidas fiscais fazem muita diferença. Antes da troca do imposto sobre a folha de pagamento pelos 2% sobre o faturamento, o Brasil quase empatava com o México na questão tributária – sendo que, por aqui, o salário médio no setor é quase o dobro.

Com a mudança, o Brasil se tornou, entre os seis países, aquele com menores encargos diretos. Ainda assim, o salario médio – indicado pela pesquisa em cerca de US$ 40 mil por ano – é um dos maiores, ao lado do Chile e da Colômbia. Além disso, o Brasil é, de longe, onde a oferta de emprego em TI é maior.

Fica evidente, porém, que há muito o que avançar para que o maior mercado de TI da América Latina – cerca de US$ 23 bilhões por ano – apresente números razoáveis nas vendas de software e serviços para o exterior. O México – ainda que favorecido pelos acordos comerciais com os EUA – tem cerca de 40% de seu mercado de TI nas exportações. Na Índia, as vendas externas representam 60%. No Brasil, não chega a 10%.

“Queremos chegar ao fim da década exportando US$ 20 bilhões, mas há desafios de infraestrutura e de formação de pessoal”, ressalta Pessoa. De fato, o Brasil abre cerca de 1,2 milhão de postos de trabalho por ano, enquanto forma 85 mil profissionais que, muitas vezes, não atendem às necessidades do mercado. Como indica o diretor da Brasscom, há campos importantes em mobilidade, mídias sociais, smart grid, que precisam ser contemplados também pela academia.

Sem contar que a escassez de mão de obra pressiona os salários – mesmo sem o tributo sobre a folha, o salário médio anual é dos maiores entre os seis países estudados – algo como US$ 40 mil por ano. Mas não é só. O custo com energia elétrica também é o maior entre os competidores latinos, sem mencionar as dificuldades de preço e cobertura na oferta de acesso à Internet no Brasil.

Fonte: http://convergenciadigital.uol.com.br/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?infoid=30899&sid=11

Redação

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