Distorção das importações afeta contas externas em março

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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O déficit em transações correntes encerrou o mês de março em US$ 6,9 bilhões e já acumula US$ 67 bilhões ao longo de 12 meses, segundo levantamento do Banco Central. Embora os dados sejam expressivos, eles ficaram dentro do esperado pelo economista Antonio Madeira, da LCA Consultores.

Em entrevista ao jornal GGN, Madeira ressaltou que os números foram impactados pelo registro retroativo de importações efetuadas pela Petrobras, incluindo operações que foram realizadas em 2012. “Houve uma piora significativa da balança comercial, e os dados ficaram distorcidos devido ao registro de importação da Petrobras que está em andamento esse ano”.

Segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), houve um aumento de 785,1% nas aquisições durante a terceira semana de abril em comparação ao movimento das duas primeiras semanas do mês devido à normalização de registros no Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex), referentes às semanas anteriores de abril e a transações realizadas em 2012, devido a mudanças operacionais implementadas pela Instrução Normativa nº 1282/2012 da Receita Federal do Brasil. O impacto dessas operações também será sentido nos dados de abril. “À primeira vista, parece que as importações estão crescendo de forma razoável, mas os dados exigem um ajuste”.

Para o economista da LCA, “o ponto positivo do levantamento é a melhora da rentabilidade das empresas, que fez com que as remessas de bens crescessem de forma forte”. Segundo o BC, as remessas líquidas de renda para o exterior somaram US$3,5 bilhões no mês, comparativamente a US$ 2,4 bilhões ocorridos em março do ano anterior. As despesas líquidas de lucros e dividendos atingiram US$2,7 bilhões, elevação de 39% relativamente a março de 2012, enquanto as despesas líquidas de juros somaram US$ 811 milhões, ante US$ 443 milhões no mesmo período do ano anterior.

 “O financiamento segue com recursos de longo prazo, investimento direto e em ações. As condições [de financiamento] continuam saudáveis”. Para o investimento estrangeiro direto, o quadro ainda é favorável. “Os dados seguem na faixa de US$ 5 bilhões, e a expectativa chega a US$ 60 bilhões para o fim deste ano”, diz Antonio Madeira.

Quanto ao quadro da dívida externa, houve uma melhora no perfil divulgado. De acordo com o BC, a posição estimada atingiu US$ 317,811 bilhões, sendo que US$ 33,337 bilhões representam a dívida de curto prazo, um acréscimo de US$ 754 milhões sobre os US$ 32,583 bilhões registrados em dezembro do ano passado, e a parcela de longo prazo chega a US$ 284,474 bilhões, US$ 4,2 bilhões acima dos US$ 280,316 bilhões apurados ao fim de 2012. Para o economista da LCA Consultores, “o empréstimo de curto prazo paga um IOF de 6%. Por isso, o empréstimo e os lançamentos com prazos de até um ano são inibidos. Os papéis de curto prazo ficam mais restritos a operações de comércio exterior, aí não tem tanto problema”.

 

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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