De O Estado de S. Paulo
PSDB dá poder a sua cúpula para decidir sobre vice de Serra e coligação
Partido abre brecha para adiar escolha e delegar definição para executiva municipal
Bruno Boghossian
O PSDB paulistano abriu uma brecha para que a cúpula do partido tenha o poder de escolher o vice de José Serra e as coligações da sigla na disputa pela Prefeitura de São Paulo. Com a manobra, o partido pretende adiar a decisão sobre a escolha do vice de Serra e sobre a formação de uma aliança eleição para vereador. Os dois pontos são motivo de polêmica dentro do PSDB e com as legendas aliadas.
O edital de convocação da convenção do partido – que vai oficializar a candidatura tucana no próximo domingo, 24 – também delega competência à executiva municipal da legenda para decidir se formará uma coligação com PSD, DEM, PR e possivelmente o PV na eleição para vereador.
O texto assinado nesta terça-feira, 19, pelo presidente municipal do PSDB, Julio Semeghini, coloca na pauta da convenção a nomeação do vice e a decisão sobre as coligações, mas prevê uma “delegação de competência à Comissão Executiva Municipal” para a “escolha de candidatos a vice-prefeito e vereador”, além de uma “deliberação sobre outras coligações”. O edital será publicado no Diário Oficial na quinta-feira, 21.
Os tucanos temem que não haja consenso no partido para a escolha do companheiro de chapa de Serra até o dia da convenção. A definição do partido que vai indicar um nome para a vaga depende de um julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) que pode determinar se o PSD, do prefeito Gilberto Kassab, tem direito a uma fatia maior do fundo partidário e de tempo de TV na propaganda eleitoral.
O julgamento está previsto para quinta-feira. Caso o PSD vença o embate jurídico, ganhará capital para exigir a vice e indicar o ex-secretário municipal de Educação Alexandre Schneider. Nesse cenário, o DEM seria prejudicado e perderia espaço na TV e no fundo partidário. Por outro lado, se o PSD for derrotado, o DEM vai insistir em indicar Rodrigo Garcia para a vice.
Ao abrir espaço para que a executiva municipal decida sobre a coligação de vereadores, a cúpula do PSDB também quer evitar um revés para Serra na convenção do partido. Ao receber o apoio do PSD, do DEM, do PR e do PV, a equipe do pré-candidato prometeu a esses partidos a formação de uma chapa única na eleição para a Câmara Municipal – o que beneficiaria os aliados.
Grupos tucanos – entre eles um time de aliados do secretário estadual de Energia, José Aníbal – faz uma campanha interna contra a coligação de vereadores e ameaça barrar a proposta de formação de uma chapa única na convenção. Eles alegam que o PSDB perderia vagas na Câmara Municipal caso precisem dividir espaço com os partidos aliados. Nesse tipo de coligação, o número de vereadores eleitos por chapa é calculado a partir da soma de votos recebidos pelos partidos que integram a chapa.
Serra pediu que o governador Geraldo Alckmin agisse para impedir uma derrota de sua candidatura dentro do partido, mas ainda não há consenso.
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