Exportação de carnes terá novos protocolos

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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As carnes brasileiras só poderão estampar os rótulos de raça do animal se obedecerem a rígidos procedimentos de controle genético e de registro. Por enquanto, apenas as carnes bovinas da raça angus cumprem esses requisitos, segundo acordo assinado nesta quinta-feira (14) entre a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e a Associação Brasileira de Angus. Segundo as entidades, o novo protocolo trará segurança para o consumidor e estimulará as exportações de carne de qualidade.

As informações sobre a procedência dos animais ficarão armazenadas na Plataforma de Gestão Agropecuária (PGA), banco de dados sobre o agronegócio brasileiro criado em 2009 por meio de parceria público-privada entre a CNA e o Ministério da Agricultura. A plataforma centraliza as informações que antes estavam armazenadas em cada estado e não eram interligadas. O Serviço de Inspeção Federal fiscaliza os procedimentos de registro e a autenticidade dos dados.

Uma circular do Ministério da Agricultura editada em fevereiro estabeleceu os critérios mais rígidos para o registro de rótulos com indicação de raça bovina. Agora, o produtor que quiser certificar a origem da carne precisa estar vinculado a uma associação de raça e deve obedecer aos protocolos determinados por ela. Depois dos produtores de carne da raça angus, as associações das raças nelore natural e wagyu devem ser as próximas entidades a aderir ao novo sistema.

“O cadastro único é o ponto de partida para a segurança da informação. O consumidor agora tem certeza de que está pegando, na prateleira, a carne correspondente à raça”, disse o secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Décio Coutinho. Segundo ele, o novo protocolo impedirá a concorrência desleal de frigoríficos que vendiam carnes de raça sem comprovar a procedência, levando à proliferação de marcas sem a indicação da origem genética dos animais.

Segundo o presidente da CNA, João Martins, a falta de uma legislação específica para a rotulagem de cortes de carne de raça impedia o Brasil de exportar carnes de qualidade para a União Europeia. “Inauguramos uma nova fase na exportação de carne de alta qualidade do Brasil. O protocolo é a ponta de lança para que o Brasil saia de mero exportador de carne para vendedor de carne com certificação de raça”, explicou.

O presidente da Associação Brasileira de Angus, José Roberto Weber, disse que o sistema garante a credibilidade no mercado de carne. “Podemos oferecer carne de qualidade ao consumidor de forma permanente. Sem que ele compre um dia carne de raça e, no outro dia, seja enganado”. Desde 2003, a entidade tem um programa de certificação, que será usado como referência para a comprovação genética das carnes da raça.

 

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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