Extração ilegal de madeira cai 22%

A atividade madeireira ilegal caiu 22% em todo o mundo nos últimos oito anos. O feito é resultado das ações e posicionamento dos produtores, governos e sociedade civil contra  extrativismo ilegal, de acordo com o  estudo elaborado pela instituição inglesa Chatham House, divulgado na última quinta-feira (15/7). O levantamento é anunciado uma semana após a União Européia definir o marco legal para o combate de importação de madeira ilegal, com severas medidas de punição e exigência de documentos que comprovem a procedência da madeira e os responsáveis por cada elo do setor.  

De acordo com o documento “Illegal Logging and Related Trade: Indicators of the Global Response”, a queda na exploração ilegal de madeira no Camarões foi de 50%, na Amazônia Brasileira, ficou entre 50 e 75%, e na Indonésia o recuo foi de 75%. Os três países lideraram o ranking de redução da atividade ilegal, o que, em termos de território, equivale a 17 milhões de hectares, o correspondente a uma área superior a da Inglaterra e o País de Gales juuntos. Essa redução ajudou a impedir a liberação e até 14,6 bilhões de toneladas de dióxido de carbono. Segundo a Chatham House, o levantamento é o mais minucioso já feito sobre o tema.

De acordo com Sam Lawson, um dos autores do relatório, até um bilhão de pessoas mais pobres em todo o mundo dependem das florestas, e as reduções na extração ilegal de madeira estão ajudando a proteger seus meios de subsistência. Ele complementa que o estudo mostra como o interesse dos consumidores e a pressão combinada com a ação dos países produtores pode render resultados muito positivos.

O próprio documento ressalta ter abordado todos os aspectos econômicos da madeira, desde sua partida dos principais países produtores, como Brasil, Indonésia, Camarões, Malásia e Gana, até sua entrada nos cinco maiores mercados consumidores, Estados Unidos, Japão, Reino Unido, França e Holanda. Também foram analisadas as fábricas de transformação da China e Vietnã, que com exigências frágeis, despacham para demais países produtos a base de madeira ilegal.

Mesmo com a expressiva queda, a extração de madeira ilegal ainda é um grande problema.alerta a instituição . Dentre os problemas apontados no estudo estão a emissão ilegal de licenças para plantações agrícolas ou licenças para exploração registradas fora da área concedida. Em 2009, um total de 100 milhões de metros cúbicos de madeira ilegal foi recolhido nos cinco principais países produtores avaliados no estudo.

“Se colocados lado a lado a madeira ilegal que rodeiam o mundo mais de dez vezes mais”, segundo Larry MacFaul, também autor do relatório.

De acordo com a Chatham House, embora a aplicação dos regulamentos e das políticas necessárias em países produtores ainda sejam frágeis, uma série de melhorias significativas em forma de Leis e regulamentação já estão em andamento. Um dos exemplos é o resultado da negociação de Acordos Voluntários de Parceria com os Estados Unidos, que já tiveram sua eficácia comprovada, de acordo com o relatório. Além disso, em 2008, os EUA se tornou o primeiro país a implementar legislação para lidar com madeira extraída ilegalmente. Há indicações de que a nova lei já está colocando pressão sobre os produtores e processadores de madeira ao redor do mundo, diz o instituto.

Redação

0 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador