Extrato bancário confirma pagamentos da equipe de Zambelli a Delgatti

Ana Gabriela Sales
Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.
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Segundo os dados, Delgatti recebeu ao menos R$ 13,5 mil nos meses anteriores e posteriores à invasão do sistema eletrônico do CNJ

O hacker Walter Delgatti Neto e a deputada federal Carla Zambelli. Foto: Reprodução/Twitter Carla Zambelli

Um extrato do banco digital Cora, do hacker Walter Delgatti, foi a principal prova usada pela Polícia Federal (PF) para sustentar a versão dele sobre os serviços ilegais prestados à deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), entre eles a colaboração em um plano golpista envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Foi esse documento, inclusive, que serviu para embasar os pedidos de busca e apreensão e de quebra de sigilo contra a parlamentar e os envolvidos na trama, autorizadas pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, no início de agosto. 

Uma cópia do extrato bancário, obtida pelo site Metrópoles, mostra uma lista de quatro transações, via Pix, de pessoas próximas à deputada. Segundo os dados, Delgatti recebeu ao menos R$ 13,5 mil nos meses anteriores e posteriores à invasão do sistema eletrônico do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). 

Delgatti foi preso em razão da invasão. Em depoimento à PF, ele afirmou ter recebido ao menos R$ 40 mil da parlamentar pelo serviço.

De acordo com o extrato, ao menos três pagamentos vieram de Renan Goulart, assistente parlamentar no gabinete do deputado estadual Bruno Zambelli, irmão da congressista, na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp)

Já o secretário parlamentar de Zambelli, Jean Hernani Vilela, foi o autor de um repasse de R$ 3 mil. Segundo Delgatti, no entanto, outros pagamentos foram feitos em dinheiro vivo.

Reprodução/Metrópoles

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Participação de Bolsonaro

Em depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos golpistas, Delgatti relatou que recebeu um pedido diretamente de Bolsonaro, durante um encontro intermediado por Zambelli, para assumir um grampo contra Moraes, também presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). 

Ainda, segundo Delgatti, durante uma reunião com assessores de campanha do então presidente e candidato à reeleição, foi sugerido a criação de “código-fonte falso” para colocar em xeque a lisura da urna eletrônica. A ideia era que o hacker pudesse gravar um vídeo da fraude, que seria divulgado à população em um evento no 7 de Setembro, a fim de deslegitimar o processo eleitoral.

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