Governo de Minas alerta contaminação do Rio Paraopeba

Lama atinge região de 20 municípios, e técnicos de secretarias orientam a população a não utilizar água para consumo humano e animal
 
Rio Paraopeba. Foto: MAB
 
Jornal GGN – Três secretarias do estado de Minas Gerais divulgaram nesta quinta-feira (31) uma nota conjunta sobre o resultado do monitoramento de qualidade do Rio Paraopeba. Saúde (SES-MG), Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) alertam que o corpo hídrico “apresenta riscos à saúde humana e animal”.
 
“Diante disso e por segurança à população, os órgãos citados não indicam a utilização da água bruta do Rio Paraopeba para qualquer finalidade, até que a situação seja normalizada”, solicitam. A contaminação do Rio Paraopeba aconteceu após o rompimento da Barragem B1 (Mina do Feijão), em Brumadinho (MG), no dia 25 de janeiro.
 
Segundo as secretarias do Estado, o contato eventual com as águas do rio não causa risco de morte. “Para os bombeiros, que têm trabalhado em contato mais direto com o solo, a orientação da Saúde é para que utilizem todos os equipamentos de segurança”, afirmam em nota.
 
Para garantir o abastecimento à população, o Governo do Estado mineiro exigiu à Vale que forneça água potável às comunidades afetadas. Depois de passar por Brumadinho, a pluma de rejeitos vem atravessando algumas cidades. Passou por Juatuba, no dia 29, e está em direção a Pará de Minas. 
 
A foz do rio, ou seja, o final, está na represa de Três Marias, no município de Felixlândia. De lá, o corpo hidrico se integra ao Rio São Francisco. 
 
A nota das secretarias de Minas Gerais aponta que os detentores de direitos de captação da água, afetados pela tragédia, podem solicitar ao Igam (Instituto Mineiro de Gestão das Águas) autorização prévia para intervenção emergencial em outro rio ou uma nova captação alternativa, “a fim de minimizar impactos sociais e econômicos”.
 
“Servidores da Secretaria de Agropecuária estão percorrendo a região de 20 municípios para dar orientações de não utilização da água destes cursos”, completam os órgãos.
 
As secretarias recomendam, ainda, que qualquer pessoa que tiver tido algum contato com a água bruta do Paraopeba, incluindo a ingestão de peixes, após a chegada dos rejeitos, e apresentar algum mal-estar como náuseas, vômitos, coceira, diarreia, tontura, ou outros sintomas, deve procurar a unidade de saúde mais próxima e informar sobre esse contato. Os órgãos aconselham também que a população mantenha distância de 100 metros de cada lado da margem. 
 
A orientação é válida para as cidades que estão localizadas desde a confluência do Rio Paraopeba com o Córrego Ferro-Carvão até Pará de Minas. Nesta última cidade existe outro manancial que serve de alternativa para o abastecimento.
 
Já segundo um comunicado da Defesa Civil, divulgado na Agência Brasil, o abastecimento de água disponibilizado para a população está assegurado. 
 
“Não há nenhum indicativo de falta de água. A todo momento a água está sendo monitorada”, afirmou o porta-voz da Defesa Civil, Flávio Godinho. Ainda, segundo informações da agência de notícias do governo federal, o porta-voz do Corpo de Bombeiros, tenente Pedro Aihara teria acrescentado que “em Brumadinho, não haverá falta de água potável”. 
 
Godinho teria dito, também, que o sistema Paraopeba está “totalmente íntegro”. O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) divulgou uma nota hoje sobre a contaminação do recurso hídrico, afirmando que membros da organização estão fazendo o percurso da bacia do Paraopeba.
 
“Desde o dia do rompimento da barragem da mina Córrego do Feijão, o Movimento está na região de Brumadinho e distritos,  auxiliando os atingidos. Ontem (30) os militantes chegaram a cidade de Pará de Minas e nos próximos dias segue o curso do rio”, escreveram, confirmando o trânsito da pluma de rejeitos. 
 
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Redação

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