Ideal seria acabar com o sistema de deputados-despachantes

“E não serão gambiarras eleitorais que tornarão [nosso modelo representativo] mais funcional.”Na mosca, Nassif. Peço vênia para publicar essa afirmação capital na assinatura dos meus comentários.

Ontem, nosso amigo André Araújo já tinha postado uma fórmula, não lembro onde, falando, em vez de reforma política, em reforma do Congresso. Perfeito. Não adiantaria nada melhorar o sistema eleitoral sem alterar o funcionamento do Congresso. Seria como mudar as moscas. A reforma básica, primordial devia ser essa. Depois, se for o caso, modificar o sistema eleitoral-partidário. Se for o caso, porque pode muito bem ser que, reformando o modus operandi do Congresso, isso já acarretaria uma modificação natural do sistema partidário. Quanto ao sistema eleitoral, na essência não é tão mau em si, tirante alguns ajustes indispensáveis como o financiamento das campanhas.

A reforma principal seria acabar com esse sistema de deputados-despachantes, o que passa, entre outras coisas, pela modificação da forma de elaborar o orçamento da União, que deveria se limitar a questões de interesse nacional, jamais local; acabar com as famigeradas emendas paroquiais, etc. A briga — arquilegítima — por verbas locais deveria se limitar ao plano regional ou estadual. Se não me engano, já tem alguma coisa em andamento nesse sentido no Congresso Nacional. Ou terá sido engavetado?

Centrar a discussão no modelo eleitoral acaba sendo, de propósito ou sem querer, dá na mesma, uma maneira de desviar o foco do problema central. Ao que os deputados-despachantes agradecem.