Impopularidade de Temer no Congresso e nas ruas

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Manifestação em São Bernardo do Campo, no dia 15 de março – Foto: Adonis Guerra/SMABC
 
Jornal GGN – Se as reivindicações contra o governo de Michel Temer se intensificam a cada dia, o reflexo da insatisfação popular no Congresso também deixa registros. Desde o fim do último ano, a aprovação das medidas políticas como saídas econômicas vem caindo, com uma porcentagem de menos 12 pontos desde julho de 2016 até abril deste ano.
 
A informação foi contabilizada pelo Basômetro, do Estadão, fazendo um balanço das votações nominais realizadas na Câmara, em comparação com as orientações formais do governo. O ápice da modificação visível nos apoios ocorre em paralelo à tentativa das aprovações das reformas previdenciária e trabalhista.
 
Se nas primeiras vinte votações colocadas em pauta pelo Planalto, 92% dos parlamentares seguiram a orientação de Temer, nas últimas vinte, foram apenas 68% dos deputados. Dessa forma, a falha na principal estratégia para condução do governo – a extensão da governabilidade do peemedebista na Câmara e no Senado – mostra uma real crise política.
 
Os próprios peemedebistas e base aliada admitem a instabilidade. Se a postura recente do líder do governo no Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), já mostrou a insatisfação desde o início do ano, na Câmara, o vice-líder Darcísio Perondi (PMDB-RS) também revela a origem da queda no apoio.
 
Segundo o deputado, o apoio ficou mais difícil quando o governo Temer exigiu compromissos que reformas impopulares, tanto nos eleitores, quanto nos próprios parlamentares. “As propostas ficaram mais duras e mais transformadoras. Precisa de mais entendimento (por parte dos parlamentares). Não é fácil isso”, disse.
 
Já o líder da minoria na Casa, o deputado José Guimarães (PT-GE), defende que o erro esteja na falta de diálogo e aprofundamento da crise política, associada à falta de perspectivas dos parlamentares para 2018. “Nunca um governo teve um nível de aprovação tão baixo como o Temer. É um governo que não tem quem defenda. Como o deputado vai defender?”, questionou.
 
Se a crise de governabilidade da gestão Temer chega a seu maior patamar, entre a população a rejeição permanece alta. Se os últimos dados de levantamento, em março, já mostravam os 89% de rejeição nas redes sociais, e na última semana a Vox Populi mostrava um índice de 5% de aprovação do governo, as reformas são evidentemente o que mais concentra baixas para a imagem do mandatário.
 
O levantamento encomendado pela CUT, feito pela Vox Populi, mostrou que 93% dos entrevistados são contra o aumento da idade mínima da aposentadora e 80% reprovam a Lei de Terceirização.
 
É nessa insatisfação massiva que a grande greve anunciada para esta sexta-feira (28) deve impactar ainda mais o Planalto e alertar Michel Temer das reivindicações. Espera-se uma grande adesão à greve geral, que traz como principal pauta a negativa à reforma da Previdência e as mudanças na legislação trabalhistas.
 
Convocadas por movimentos sociais e sindicatos, as manifestações ocorrem entre diferentes categorias de todos os Estados da Federação. O objetivo é paralisar o país.
 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

17 Comentários

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  1. O que chama a atenção

    O que chama a atenção nesta história toda é que a mídia e o empresariado defende estas reformas como se fossem a salvação da lavoura, sendo que fica muito claro que vai ensejar uma piora visível na qualidade de vida do trabalhador.

    Tivesse a nossa elite um pingo de bom senso, reprovaria tudo isso e repensava suas planilhas.

    1. Essa elite do Brasil não quer
      Essa elite do Brasil não quer perder um centavo no meio de uma crise que é mundial. Ao contrário, querem ganhar mais e mais. É insustentável. O trabalhador não vai pagar.

    2. A “elite” brasileira é

      A “elite” brasileira é escravocrata, nunca deixou de enxergar os trabalhadores manuais como escravos. O desejo de quase todos os empresários do seu país é um trabalhador que não precise ser pago, que trabalhe sem parar e que quando este morrer de exaustão possa ser facilmente substituído por outro trabalhador.

      Essa “elite” não enxerga você ou qualquer outro trabalhador como um ser humano com os mesmos direitos e deveres que ela.

  2. Se os Estados Unidos e a

    Se os Estados Unidos e a Coréia do Norte forem às vias de fato com armas nucleares, depois do conflito, sobrará mais recursos naturais nesses países do que  n”Essa Porra”, após o desgoverno pmdb-psdb-midia-judiciário-militar-evangélico.

  3. Aberração

    É uma aberração sem tamanho o Sr. Presidente tampão com o apoio de congressistas calhordas e seus partidos realizarem reformas tão profundas e cruéis com a população mais carente.

    1. O povo está hipnotizado pela

      O povo está hipnotizado pela mídia (leia-se, Globo).

      Há menos de 2 anos os coxinhas estavam nas ruas clamando pelo impeachment da presidenta em nome do combate a corrupção.

      Agora que os golpistas foram desmascarados nas delações da Odebrecht, os paneleiros continuam com seus olhos vidrados na Globo que só fala de sítio de Atibaia, triplex de Guarujá, Lula, Lula, Lula e mais Lula.

      Os paneleiros, com suas camisas da CBF na Paulista, colocaram Temer no poder apenas por ódio de classes, e se mantêm hipnotizados a ponto de perderem direitos sem reclamar.

       

  4. Volta ao passado

    É estranho me sentir como se estivesse em um país latino-americano qualquer no início do século XIX observando a elite de meu país se agarrando à metrópole espanhola que o explora. Haverá inevitavelmente a ruptura e muitos cairão pela brecha que se alarga, daí o pânico da chamada elite compradora (de matérias primas e serviços baratos, para vender à metropole). Conheço muitos capiaus ignorantes do interior que se consideram mais ingleses do que brasileiros (e, talvez por isso, façam questão do R retroflexo!). A disputa é entre nacionalistas e entreguistas; os primeiros, cônscios de que sua identidade e força vêm da gente que habita seu país; os segundos, enfeitiçados pela metrópole, se suicidando sem saberem e querendo levar junto o país inteiro. 

    Viagem no tempo é divertida, desde que possamos voltar ao presente…

  5. Embora preocupada por estar

    Embora preocupada por estar com passagem aéria marcada par o próximo 28, muito me alegra ler sobre a adesão de mais e mais sindicatos e organizações de múltiplas classes. Pelo visto vai ter de tudo um pouco. Linhas de ônibus; taxistas; professores até mesmo de escolas privadas; bancários, católicos,etc.

    Enquanto isso, MBL e Vem Pra Rua tão cabisbaixos por falta de “quorum”.

    A coisa vai pegar, e espero em Deus que seja tudo nos conformes, sem aqueles incêndios, black bloques; que tudo corra na base do papo-reto, na santa paz.

     

    1. Greve geral

      Também espero que tenhamos uma grande adesão em todas as grandes cidades, porém estou convicto de que dois fatos poderão ser constatados com facilidade onde quer que ocorram as paralisações:

      – Rede Globo Golpista estará “cobrindo” todo o país com sua “técnica informativa pela disseminação da mentira”, ou seja, com câmeras estratégicamente colocadas para mostrar como “fracasso”, via fechamento do ângulo das câmeras de tv, os locais de maior adesão e mostrar “a triste realidade buscada por sua manipulação diuturna” nos locais onde a adesão for menor do que o esperado….isto é tão certo como 2+2 somam 4

      -Segundo e mais preocupante fato a merecer atenção especial dos organizadores locais, será o aparecimento dos chamados “black blocks” oficiais, previamente combinados com as partes podres da segurança estadual ou municipal, visando repressão ao menor sinal de tumulto na manifestação, não sendo surpresa para mim se surgirem os homens (ou mesmo mulheres) da inteligência das FFAA, como naquele caso do oficial (capitão do EB) que se infiltrou entre os jovens da manifestação em São Paulo e orientou as forças de segurança da capital paulista, dedurando os mais de 20 jovens que acabaram presos.

      Espero que as redes sociais estejam atentas, onde possam estar presentes, visando mostrar especialmente para fora de nossas fronteiras os registros de áudio e imagem da dimensão das manifestações populares, de tal forma a permitir que compare imagens e sons mostrados pela mídia altamente comprometida com este governo ´ilegítimo, usurpador, golpista e corrupto da quadrilha de Miguel Elias Lulia.

  6. Nessa devastadura ditadura

    Nessa devastadura ditadura implantada em 2016, 90% dos deputados federais e 90% dos senadores são golpistas comprados e régiamente pagos para continuarem aprovando o que quizerem. O restante, mais ou menos 10% dos deputados e 10% dos senadores, nem estorvos são tamanha a sua insignificância e inoperância, e mesmo dando os contras que os golpistas querem e tanto necessitam, não servem nem para pano de fundo. Toda essa movimentação provocada pelo “governo” com ajuda da grande imprensa golpista parceira, é apenas para dar uns ares de democracia para os trouxas continuarem dormindo. Falar em impopularidade de temer no seu próprio congresso é uma piada. Falar em impopularidade de temer nas ruas é discurso de golpista tentando passar a impressão que existem preocupações e respeito com a população que teve seus votos recentemente roubados. Cagaram na cabeça de todo mundo, continuam cagando e assim continuarão, PRINCIPALMENTE AOS QUE COLABORAM COM OS GOLPISTAS.

  7. Nessa devastadura ditadura

    Nessa devastadura ditadura implantada em 2016, 90% dos deputados federais e 90% dos senadores são golpistas comprados e régiamente pagos para continuarem aprovando o que quizerem. O restante, mais ou menos 10% dos deputados e 10% dos senadores, nem estorvos são tamanha a sua insignificância e inoperância, e mesmo dando os contras que os golpistas querem e tanto necessitam, não servem nem para pano de fundo. Toda essa movimentação provocada pelo “governo” com ajuda da grande imprensa golpista parceira, é apenas para dar uns ares de democracia para os trouxas continuarem dormindo. Falar em impopularidade de temer no seu próprio congresso é uma piada. Falar em impopularidade de temer nas ruas é discurso de golpista tentando passar a impressão que existem preocupações e respeito com a população que teve seus votos recentemente roubados. Cagaram na cabeça de todo mundo, continuam cagando e assim continuarão, PRINCIPALMENTE AOS QUE COLABORAM COM OS GOLPISTAS.

  8. Ele está sendo ótimo….para

    Ele está sendo ótimo….para quem apoiou o golpe: globo, lavajateiros, mbl, vem pra rua e penduricalhos, petroleiras estrangeiras, parlamentares e otoridades corrompidas como dalanhois, maias, moros, et caterva, stf, janot,  sanguessugas do mercado e escravocratas…e isso basta para que ele tenha o que Dilma não teve: governabilidade…

    1. Prezado colega, não reduza

      Prezado colega, não reduza gente que tem ideias diversas das suas a bandidos imorais, embora possam existir, como em qualquer grupo. O que você chama de golpe não o foi, para começar. E para terminar, queiramos ou não, a reforma previdenciária é necessária e inevitável, não podemos esperar virar um grande Rio de Janeiro, para só então pensar em resolver o problema.

      E Dilma não governava por pura teimosia, arrogância e inépcia, tantas vezes aqui expostas pelo próprio Nassif. Política pressupõe planejamento, metas e muito diálogo e negociação, atividades estranhas à ex-presidente. Quem tem saudades de Dilma? Estatisticamente falando, ninguém…

  9. De novo: Temer não está

    De novo: Temer não está preocupado com sua popularidade junto ao povo.

    Temer está preocupado, sim, com o Congresso. Que, sem receber cargos e sem conseguir explicar pros seus eleitores porque privatizar a Previdência e reintroduzir a escravidão é uma boa para eles, estão ameaçando o jogo.

  10. Neoliberalismo escrito a fogo

    Neoliberalismo escrito a fogo na constituição, ele não precisa aprovar mais nada.

    Pode dar o poder para o Lênin que ele vai ter que fazer um governo neoliberal bonitinho, senão roda.

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