Institutos criam métodos para acertar no 2º turno e superar erro nas abstenções dos eleitores

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Institutos de pesquisa têm testado novas estratégias de previsões. Quaest criou metodologia inédita, que será divulgada hoje

Foto: Divulgação/TSE

Determinante para o resultado final das eleições, as abstenções têm sido uma das principais dificuldades para os institutos de pesquisa detectarem e, assim, chegar ao resultado mais próximo do que será visto no próximo 30 de outubro.

Também tem sido um obstáculo identificar que aqueles que dizem votar em “branco e nulo” ou os “indecisos” realmente não escolherão um dos dois candidatos – fenômeno que ocorreu no 1º turno, quando Jair Bolsonaro captou boa parte dos eleitores “branco e nulo”.

Assim, os institutos de pesquisa nesta segunda rodada do pleito eleitoral têm testado novas estratégias de cálculo e previsões.

Alguns apostam no chamado “interesse pelas eleições”. A pesquisa IPESPE, por exemplo, divulgada nesta terça (11) revelou dois números: as intenções de votos totais e os votos somente entre os que afirmam ter “muito ou algum interesse na eleição”.

O primeiro resultado garantiu a Lula 54% contra 46% de Bolsonaro. Mas ao excluir os que não tem “muito ou algum interesse”, diminuiu essa diferença, com Lula obtendo 51% e Bolsonaro 47%.

Já o IPEC divulgado ontem (12) preferiu calcular somente os votos válidos, ou seja, excluindo os votos brancos, nulos e indecisos. Nesta perspectiva, Lula obteve 55% e Bolsonaro 45%.

Modelo Likely Voter

Nesta quinta (13), será a vez da Quaest divulgar os resultados eleitorais. E de forma inédita, o instituto decidiu criar um modelo de cálculo desenvolvido internamente para tentar se aproximar do resultado final, ultrapassando as dúvidas sobre indecisos e abstenções.

O diretor do Instituto, Felipe Nunes, informou como esse modelo, chamado “Likely Voter” foi desenvolvido pela Quaest “para identificar os brasileiros com maior probabilidade de votar”.

“Esse procedimento visa minimizar os efeitos que a abstenção não-aleatória entre os sub-grupos do eleitorado têm causado na capacidade dos institutos estimarem votos nas urnas”, explicou, nas redes.

Isso, porque, segundo ele, “muito mais gente diz que vai votar do que realmente vota, então não é suficiente perguntar às pessoas se elas vão votar e subtrai-las da amostra para se obter estimativas precisas”.

Os fatores

O método desenvolvido pelo instituto combina 3 diferentes fatores para se chegar à estimativa.: o interesse na eleição, o que declara sobre a intenção de votar e o seu comportamento eleitoral anterior, ou seja, se compareceu às urnas no dia 2 de outubro.

“O nosso modelo de likely voter foi construído a partir de dados do comparecimento real no 1º turno da eleição de 2022 e de pesquisas anteriores da Quaest”, informou o pesquisador, que ainda espera “que os resultados contribuam para o aprimoramento do campo de pesquisas no Brasil”.

O resultado da pesquisa Quaest será divulgado às 14h desta quinta-feira e trará as intenções de votos brutos totais e as intenções de votos calculados por esse modelo “Likely voter”.

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Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

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