Italiana Enel arremata Celg-D por R$ 2,1 bilhões

Jornal GGN – A empresa italiana Enel Brasil S.A. arrematou a distribuidora de energia elétrica Celg-D por R$ 2,187 bilhões em leilão de privatização realizado hoje (30), na BMF&Bovespa. O valor representa um ágio de 28% sobre o preço mínimo de R$ 1,708 bilhão, e o processo de venda da distribuidora foi conduzido pelo Ministério de Minas e Energia, com apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

A Enel foi a única empresa a apresentar proposta no leilão para adquirir 95% das ações da distribuidora. Segundo o BNDES, a transferência efetetiva das ações vai acontecer em janeiro do ano que vem, após aval da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e do CADE.

A Celg-D atende 237 cidades no Estado de Goiás, o equivalente a 98,7% do território goiano e foi eleita pela Aneel como a pior distribuidora do país por dois anos seguidos, em 2014 e 2015.

A Eletrobras, que detinha 50,93% da empresa, receberá R$ 1,065 bilhão, e o governo de Goiás receberá o restante do valor.

O processo de venda da distribuidora goiana teve início no primeiro semestre de 2015, quando ela foi incluída Programa Nacional de Desestatização (PND). Inicialmente, o leilão foi agendado para agosto, mas teve sua data alterada devido à falta de interessados.

Na próxima etapa do processo, será ofertada o 5,09% das ações para empregados e aposentados, em um valor total de R$ 82,6 milhões. O BNDES diz que este dois públicos terão 10% de desconto na ação. Caso existam sobras, o novo controlador é obrigado a adquiri-las.

Carlo Zorzoli, diretor da Enel no Brasil, disse que o negócio fará a empresa aumentar sua base de 7 milhões para 10 milhões de clientes no país. A companhia italiana possui distribuidoras no Ceará e no Rio de Janeiro, com ativos em geração de energia. Segundo a agência Reuters, a empresa anunciou pretende investir 3,2 bilhões de euros no Brasil até 2019. As empresas Enel Rio e Enel Ceará atendem cerca de 6,5 milhões de clientes – equivalentes a 8,5% do mercado nacional.

A Eletrobras pretende privatizar seis distribuidoras de energia em 2017, incluindo empresas do Piauí, Alagoas, Acre e Amazonas.