Jimmy Carter anuncia que está com câncer

Jornal GGNAtravés de um comunicado divulgado pelo Carter Center, o ex-presidente dos Estados Unidos Jimmy Carter anunciou que está com câncer e que fará tratamento na cidade de Atlanta.

Carter foi o 39º presidente dos Estados Unidos e exerceu seu mandato entre 1977 e 1981.

Do Valor

Ex-presidente dos EUA Jimmy Carter anuncia que está com câncer
 
O ex-presidente americano Jimmy Carter disse que está com câncer e se submeterá a tratamento em Atlanta. O anuncio foi feito por meio de um comunicado divulgado pelo Carter Center nesta quarta-feira à tarde.
 
Carter, que tem 90 anos, passou por uma cirurgia para remover uma pequena parte em seu fígado no início deste mês, quando a biopsia da operação revelou o câncer. 

 
O ex-­presidente disse que irá reorganizar sua agenda para tratar a doença. Segundo o comunicado, uma declaração pública mais completa será emitida na próxima semana, quando mais detalhes forem conhecidos.
 
Carter foi o 39º presidente dos Estados Unidos, exercendo seu mandato entre 1977 e 1981. Depois de deixar a Casa Branca, ele fundou o Carter Center em 1982, com o objetivo de promover a democracia defender questões humanitárias.

 

Redação

3 Comentários

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  1. Foi este canalha que passou a

    Foi este canalha que passou a utilizar os “direitos humanos” como o fundamento prioritário da política externa dos EUA para pressionar governantes estrangeiros a fazer o que era bom para os negócios norte-americanos. Carter é o verdadeiro pai das “guerras humanitárias” da era Bush Jr. Vai tarde. Não sentiremos falta dele. 

    1. Acho que entendo o ponto de

      Acho que entendo o ponto de vista de você. De qualquer maneira, descordo completamente. Nunca vou me sentir bem em comemorar o câncer de quem quer que seja, ainda mais de alguém que tem idade para ser meu avô. Se de algum presidente estadunidense sinto falta, esse presidente é Carter. A meu ver, no período que vai entre F.D. Roosevelt e Obama, Carter foi, de longe, o melhor presidente dos EUA. E foi também o presidente estadunidense mais à esquerda nesse período. Infelizmente para os EUA — e para o mundo –, Carter não se reelegeu. Ele era muito impopular em 1980; com efeito, os EUA passavam por problemas econômicos difíceis, a inflação havia saído do controle. Ele não foi um bom comunicador, tem um jeito de falar que é difícil de entender, ele tinha grande dificuldade em ler discursos ou em falar de improviso. Ele quase não  teve a indicação do Partido Democrata na época de sua reeleição, tamanha era sua impopularidade. Uma das coisas que o tornou impopular foi justamente a coerência e as implicações de sua política de direitos humanos. A impressão, do estableshment estadunidense de então, era que os EUA estavam se curvando frente à URSS, que com Carter, o socialismo iria vencer a guerra fria. Em 1980 pouca gente poderia imaginar que a URSS estava à beira do colapso e que os países europeus de economia planificada estavam em uma crise interna tão forte. Há outros detalhes bizarros, que até hoje não entendo, como, por exemplo, o fato de que o sequestro na embaixada estadunidense de Teerã (que a direita estadunidense explorou ao máximo para denunciar a fraqueza e os equívocos da política exterior de Carter) simplesmente cessou com a vitória de Reagan.

      Não tenho razão para duvidar da sinceridade de Carter em sua política exterior pautadas pela defesa dos direitos humanos. É verdade que a defesa dos direitos humanos justificaram praticamente todas as guerras que os EUA participaram desde Reagan até G. W. Bush, e ainda servem de justificativa para as intervenções estadunidenses em qulquer lugar do mundo, de acordo com interesses nada humanistas. Não obstante, seria injusto condenar Carter pelas guerras dos outros presidentes, sobretudo de Papa Bush e Baby Bush. É preciso esclarecer que houve uma terrível mudança nos EUA com a derrota de Carter em 1980 e, a consequente, vitória de Reagan. Venceu o que havia de pior nos EUA. Toda a herança social dos anos F.D.Rossevelt foram perdidos. Além do desmonte do Estado, os EUA esforçaram-se, mais do que nunca, em impor ao resto do mundo suas teses. Se Carter tivesse vencido em 1980, o mundo seria outro. Se alguém como Carter tivesse sido presidente dos EUA na época em que Gorbachev tentava implantar suas reformas, creio que, provavelmente, uma reforma radical na URSS, que teria salvado a URSS, teria tido lugar. No entanto, foi exatamente o desmonte da URSS, as conspirações que Washington nos anos 1980 fizeram contra Moscou, alimentando o golpismo de Yeltsen e de parte dos dirigentes “comunistas”, e comprando “aliados” na KGB e nas Forças Armadas, que implodiram o mundo socialista. No fim, nem mesmo Gorbachev não era mais socialista. E não tenho nenhuma dúvida que foi o fim da URSS que tornou o mundo bem mais complicado, em vários aspectos, pior, muito pior. Mas tudo isso não é culpa de Carter. 

      É verdade que Carter era presidente dos EUA e, por isso, ele teve que defender e promover sempre, em primeiro lugar, os interesses estadunidenses. Trata-se da atribuição primeira do presidente. E os interesses dos EUA não são altruístas nem humanistas. Não obstante, é preciso reconhecer as consequências positivas de sua política de direitos humanos. Brizola, p.ex., não foi preso nem vítima de nenhum atentado, graças a uma intervenção direta do então presidente Carter. É preciso ter muita imaginação para supor que Brizola tenha se tornado um agente da CIA ou coisa do tipo. Ademais, pelo que me consta, Brizola não mudou radicalmente depois do asilo que lhe foi oferecido por Carter. Não tenho nenhuma razão objetiva para duvidar da siceridade de Brizola e de Carter nesse episódio. Acho que é sintomático o fato de que, assim que Reagan venceu as eleições, um dos primeiros contatos do então recém-eleito presidente foi com Pinochet, tranquilizando-o, pois os tempos de Carter terminaram. Em sua posse, Regan foi extremamente grosseiro com Carter e com o que Carter representava. Frases estúpidas, mas de grande efeito, do tipo “Government is not the solution to our problem, government ‘is’ the problem” foram proferidas. Essa ideologia ficou tão forte, que mesmo Clinton, teoricamente um adversário do legado de Reagan, teve que dizer “The era of big government is over”. Ainda bem que Obama está mais próximo de Carter do que de Clinton. Parece-me que agora, na sua segunda administração, ele tenta corrigir a trajetória dos presidentes anteteriores, que, a nível interno, trouxe a miséria e a extrema-pobreza para o interior da sociedade estadunidense, e que a nível externo destruiu qualquer simpatia que uma pessoa de bom senso possa vir a ter pelos EUA. Há, nos EUA, uma — há dez anos inimaginável — expansão do Estado. E não falo apenas do Obamacare. Sem falar da decisão de normalisar as relações com Irã e Cuba.

      Por falar em Cuba, o acordo intermediado pelo papa Francisco entre Cuba e EUA, segue ipsis litteris as sugestões que Carter havia desenvolvido anos atrás, em cooperação com outros líderes de esquerda latino-americana. Mesmo Hugo Chavez participou dessas negociações. Pena que ninguém em Washington estava preparado para ceder. Chamou-me muita a atenção o bom relacionamento que Carter mantém com Fidel Castro. Assim, Brizola não foi o único líder esquerdista latino-americana que contou com a amizade de Carter; pode-se citar Hugo Chavez e Fidel Castro.

      Por que classificá-lo como “canalha”, então?

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