João Grandino Rodas, atual reitor da USP, não foi o mais votado na eleição de 2009!

João Grandino Rodas, atual reitor da USP, não foi o mais votado na eleição de 2009! – por Marcos Doniseti! 

A atual polêmica envolvendo a ocupação da reitoria da USP por um grupo de estudantes da instituição e um comentário de um amigo e colega de trabalho a respeito do atual reitor da USP, João Grandino Rodas, me levaram a fazer uma rápida pesquisa (através do Google, é claro) sobre o atual reitor da Universidade.

E o que descobri é que o mesmo, João Grandino Rodas, que apesar de ser muito qualificado, não foi o mais votado na eleição para reitor da USP realizada em 2009.

Naquela eleição, o físico Glaucius Oliva (ver foto abaixo) foi o mais votado, com 161 votos, contra 104 votos dados a João G. Rodas (ver link: http://noticias.r7.com/vestibular-e-concursos/noticias/usp-eleicao-para-reitor-termina-com-glaucius-oliva-como-candidato-mais-votado-20091111.html).

Mas, apesar disso, o então governador José Serra escolheu o 2o. colocado na eleição, João Grandino Rodas, para ser o novo reitor da USP.

Esta foi  a primeira vez em que isso aconteceu desde o fim da Ditadura Militar.

Na época, uma matéria do ‘Estadão’ dizia que a razão de Serra não ter escolhido Glaucius Oliva como o novo reitor da USP é que ele, Serra, ‘não o conhecia bem (ver link: http://www.estadao.com.br/noticias/suplementos,serra-escolhe-rodas-o-2-da-lista-para-reitoria-da-usp,465650,0.htm).

Bem, em função disso, continuei a minha pesquisa sobre Glaucius Oliva, esse ilustre deconhecido, e rapidamente obteve informações que mostram a elevada qualificação deste professor da USP.

Entre outras infomações, descobri o seguinte a respeito de Glaucius Oliva (ver link: http://www.usp.br/imprensa/?p=7064):

1) Oliva graduou-se como engenheiro eletrônico em 1981 pela USP, fez mestrado em física também na USP e doutorou-se na Universidade de Londres, em 1988, na área de cristalografia de proteínas;

2) Seus principais interesses de pesquisa estão centrados em biologia estrutural e suas aplicações no planejamento e desenvolvimento de novos fármacos, com particular ênfase em doenças endêmicas brasileiras;

3) É membro titular da Academia Brasileira de Ciências e comendador da Ordem Nacional do Mérito Científico;

4) É o atual presidente do CNPQ.

Quer dizer… Se eu, que não sou governador de SP, descobri tão rapidamente tantas coisas sobre Glaucius Oliva, não seria difícil para o então governador José Serra obter informações precisas sobre as inúmeras qualificações deste brilhante profissional da USP e da Ciência brasileira.

Ou será que um cientista se torna presidente do CNPQ à toa?

Além disso, encontrei um outro link que dá informações pouco lisonjeiras a respeito do atual reitor da USP, como: (ver link: http://universidadeparaquem.wordpress.com/2009/06/20/joao-grandino-rodas-da-toga-a-farda/)

1) A candidatura do Rodas para diretor da Faculdade de Direito da USP, em 2006,  “foi articulada pelo grupo de professores titulares que dirige a São Francisco, encabeçados por Celso Lafer, professor de Filosofia do Direito, sucessor e cria de Miguel Reale, tucano gabaritado, ex-ministro, atual presidente da FAPESP e, principalmente, herdeiro de uma linhagem quatrocentona paulistana que ocupa lugar de destaque nas entidades empresariais.”.

(Obs: Miguel Reale, para quem não sabe, foi um líderes mais importante do Integralismo, junto com Plínio Salgado e Gustavo Barroso, que foi um movimento político muito forte no Brasil dos anos 1930 e que tinha características muito semelhantes às do Fascismo italiano; ver link: http://integralismo.org.br/novo/?cont=109&vis=).

2) “Foi durante a ocupação da reitoria em 2007 que colocou as mangas da farda de fora e manifestou sua postura militarista e linha dura, angariando apoio de vários setores mais conservadores da universidade que se opuseram à ‘passividade’ da REItora, incluindo o governador José Serra.
No entanto, o episódio mais simbólico foi quando, em agosto 2007, um dos momentos altos da Jornada Nacional em Defesa da Educação Pública, organizada por uma ampla frente de esquerda que há muito não se via em conjunto, ocorreria na São Francisco. Era uma ocupação de um dia, com várias atividades culturais e acadêmicas programadas. Consumada a ocupação, após as indignações de praxe dos alunos de direita, a faculdade foi tomada pelas cores das bandeiras e pela energia militante de inúmeros movimentos e organizações.
A pedido do Rodas, o então vice-diretor, acompanhado de um policial, entrou nas dependências da faculdade e conversou com o movimento, incluindo diretores da gestão Fórum da Esquerda do XI de Agosto, que apoiavam a ocupação. Após constatar que nada fora danificado, que somente estava ocupado o pátio central e que sairíamos logo na manhã seguinte, garantiu que, caso continuássemos desse modo, não haveria maiores problemas, ou seja, deu-nos sua palavra de que não haveria violência policial.
Quando eram quase duas horas da madrugada, chegaram mais de 120 homens da polícia militar, inclusive da tropa de choque, que desocuparam à força a faculdade, fichando e levando todos à delegacia, com um tratamento ofensivo sobretudo aos militantes dos movimentos populares.
Organizamos um ato no Largo de São Francisco na tarde do dia seguinte, mas a faculdade foi fechada por determinação do Rodas que, posteriormente, em uma audiência pública convocada pelo XI de Agosto, disse que a Faculdade “era sua casa”, evidenciando que na sua visão aristocrata, o espaço público não passa de um quintal.
Após esse episódio, setores da direita iniciaram uma campanha para destituir uma gestão de esquerda, eleita democraticamente para o XI, e contaram com franco e aberto apoio do Rodas, que cedeu até mesmo o Salão Nobre – tido como algo intocável na São Francisco – para uma assembléia fraudada arquitetada pelos grupos de oposição da direita. Aí notamos que o Rodas também fazia movimento estudantil.
Isso deve ser bem lembrado, porque após as barbaridades que transformaram a Cidade Universitária em um campo de guerra, tem-se ouvido uma insistente proclamação do ineditismo da invasão da USP pela PM no ‘período democrático’ brasileiro. Ainda que do ponto de vista tático isso ajude a frisar a gravidade do que ocorreu, não podemos esquecer que a truculência como técnica de gestão de conflitos políticos na universidade foi usada já em 2007 pelo Rodas. 
A São Francisco foi o laboratório dessa forma – nada nova – de tratar lutas sociais e sindicais como questão de ordem pública e policial dentro da Universidade, pois a rigor as periferias nunca conseguiram esquivar-se dessa violência constante e cotidiana.”.
Isso mostra que a forma de atuação do reitor da USP, João Grandino Rodas, bastante repressiva e que usa de uma postura militarista na forma de se relacionar com outros segmentos da Universidade, não é novidade para os estudantes da USP, pois ele já agiu dessa maneira quando foi diretor da Faculdade de Direito da mesma.
E o atual reitor, quando tomou posse como reitor da USP disse o seguinte:

“Durante a cerimônia, Rodas disse que faltam dois aspectos fundamentais para haver planejamento futuro na sua atuação como reitor: respeito à instituição pública e o fim do confronto entre a universidade e os alunos. Os debates deram lugar à força na universidade, de acordo com o novo reitor. O instrumento da violência é justificado por ideais, o que vai contra a função universitária:
– Não estou aqui para dizer quem começou isso [a violência na universidade]; é um círculo vicioso. É necessário sair deste círculo vicioso para um círculo virtuoso.”. (ver link: http://noticias.r7.com/vestibular-e-concursos/noticias/tres-sao-presos-durante-a-posse-do-novo-reitor-da-usp-20100125.html).

Será que o reitor da USP esqueceu do que disse em sua cerimônia de posse? Parece que sim… 

E outra informação bem interessante sobre João G. Rodas é que ele foi considerado ‘persona non grata’ pela própria Faculdade de Direito da qual ele foi Diretor (ver link:  http://m.estadao.com.br/noticias/impresso,reitor-da-usp-e-considerado-persona-non-grata-pela-faculdade-de-direito-,779287.htm).

E também não é novidade que o sr. José Serra foi muito pouco democrático ao escolher Grandino Rodas para reitor da USP, pois ele não foi o mais votado na eleição, mas o professor Glaucius Oliva, atual presidente do CNPQ.
Tivesse o sr. José Serra, então governador de SP, respeitado a vontade democrática da comunidade universitária e esses lamentáveis conflitos que ocorrem na USP, atualmente, poderiam estar sendo evitados.  
Baseado neste breve histórico  pode-se dizer, com certeza, que a atitude de escolher Joao G. Rodas como reitor da USP foi mais uma decisão equivocada do ex-governador de SP.
Link:

http://guerrilheirodoentardecer.blogspot.com/2011/11/joao-g-rodas-o-polemico-e-criticado.html

Redação

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