Jornais abordam as consequências do ataque de Israel ao hospital Al-Shifa

Renato Santana
Renato Santana é jornalista e escreve para o Jornal GGN desde maio de 2023. Tem passagem pelos portais Infoamazônia, Observatório da Mineração, Le Monde Diplomatique, Brasil de Fato, A Tribuna, além do jornal Porantim, sobre a questão indígena, entre outros. Em 2010, ganhou prêmio Vladimir Herzog por série de reportagens que investigou a atuação de grupos de extermínio em 2006, após ataques do PCC a postos policiais em São Paulo.
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Israel agora está disposto a considerar uma "pausa operacional" na sua ofensiva. Hamas não se intimida conforme o esperado

Após o ataque e tomada do maior hospital de Gaza, o Al-Shifa, que além de atender vítimas dos ataques alberga milhares de civis palestinos, Israel estaria disposto a considerar uma “pausa operacional” na sua ofensiva contra a Faixa de Gaza. 

De acordo com o Financial Times, que primeiro veiculou a informação, as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) pretendem aproveitar a pausa para analisar informações obtidas nos interrogatórios dos capturados no ataque. 

Conforme declarou nesta quarta-feira (15) Omar Zaqout, supervisor de emergência do Al-Shifa, os soldados das FDI levaram alguns médicos e deslocaram pessoas “amarradas e vendadas” para “locais desconhecidos”. Além disso, o Exército israelense quer reforçar as linhas logísticas no enclave e depois concentrar-se no leste e no centro de Gaza.

Ao mesmo tempo, a pausa também faz parte das condições de um acordo entre o Hamas e Tel Aviv, que está sendo negociado com a mediação do Qatar. 

Libertação de reféns

Nesta quarta, foi noticiado que o Hamas tinha concordado em liberar 50 reféns israelenses em troca de um cessar-fogo de três dias na Faixa de Gaza. 

Além da cessação, o acordo incluiria também a libertação de algumas mulheres e crianças palestinas das prisões israelenses e um aumento na quantidade de ajuda humanitária entregue ao enclave.

Segundo artigo do The New York Times, que cita autoridades israelenses, as autoridades do país hebreu acreditam que a apreensão de Al-Shifa irá pressionar o Hamas para chegar a um acordo. Assim, na opinião de Israel, o Hamas perdeu ontem um ativo fundamental e está mais inclinado para uma troca de reféns”.

Ataque a hospital irritou o Hamas

Entretanto, o Financial Times observa que, de acordo com autoridades israelenses e norte-americanas, há questões não resolvidas nas negociações e ainda não está claro se um acordo poderá ser alcançado nos próximos dias. 

Uma fonte informada sobre o assunto enfatizou que o ataque ao complexo médico pelas tropas israelenses irritou o Hamas e poderia complicar as negociações atuais.

Nesta quinta-feira (16), o jornal israelense Yedioth Ahronoth noticiou que o líder do Hamas na Faixa de Gaza, Yahya Sinwar, recusou manter conversações com Israel sobre as suas ações contra o Al-Shifa. 

Por sua vez, um alto funcionário israelense disse ao Yedioth Ahronoth que o fato de Sinwar “continuar a estabelecer condições e cortar contato mostra que não estamos exercendo pressão suficiente sobre o Hamas”.

Com informações do Financial Times, The New York Times, Yedioth Ahronoth e agência RT

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Renato Santana é jornalista e escreve para o Jornal GGN desde maio de 2023. Tem passagem pelos portais Infoamazônia, Observatório da Mineração, Le Monde Diplomatique, Brasil de Fato, A Tribuna, além do jornal Porantim, sobre a questão indígena, entre outros. Em 2010, ganhou prêmio Vladimir Herzog por série de reportagens que investigou a atuação de grupos de extermínio em 2006, após ataques do PCC a postos policiais em São Paulo.

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