A grande presença de militares como atores políticos é marca do governo de Jair Bolsonaro (PL). Contudo, estratégias econômicas de sua gestão ainda proporcionaram que toda a categoria fosse beneficiada, principalmente os servidores de alta patente, mesmo diante do corte de gastos com o funcionalismo desde 2019. As informações são da Folha de S. Paulo.
Em 2018, houve um declínio de 8,4% nos gastos do Executivo com servidores civis da ativa. Já em 2021, sob o governo Bolsonaro, essa queda foi de apenas 3,3%, apontam os dados do Tesouro Nacional já corrigidos pela inflação medida pelo Índice de preços no consumidor (IPCA).
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No ano passado, os militares do serviço ativo custaram aos cofres públicos 5,7% a mais em relação a 2018. Em valores nominais, o gasto com o grupo subiu 26,8%, enquanto o civil registrou um aumento de 9,9%.
Algumas manobras favoreceram a categoria. Uma delas foi a iniciativa do Ministério da Defesa de reforma da carreira e da Previdência do setor, aprovada em 2019 pelo Congresso. A ação favorece diretamente os militares de alta patente, com o aumento dos conhecidos penduricalhos.
Além disso, uma portaria de Bolsonaro editada em abril do ano passado favoreceu cerca de mil militares, a maioria que possui cargos no governo, como ministros e o próprio chefe do Executivo.
Apesar das críticas da própria categoria, os militares também foram incluídos no reajuste de 5% ao funcionalismo, anunciado pelo governo em abril.
Enquanto isso, os servidores públicos civis seguem na luta após três anos sem reajuste de salário.
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