Marco Villa é o retrato da desonestidade intelectual

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O militante serrista que se traveste de historiador publica um livro chamado Década Perdida, sobre os primeiros dez anos dos governos de Lula e Dilma; neste período, o Brasil saiu do colo do FMI e acumulou mais de US$ 300 bilhões de reservas, reduziu o risco-País de mais de 2 mil pontos para o chamado grau de investimento, cortou o desemprego pela metade e retirou dezenas de milhões da pobreza, entre vários outros avanços, reconhecidos até pelos adversários que ainda têm seriedade e respeito pelos fatos; por essas e outras, Lula foi chamado por Barack Obama de “o cara”, mas Villa vê dez anos perdidos e recebe, em Veja, elogios de Augusto Nunes

247 – De falta de senso de ridículo, Marco Antonio Villa jamais poderá ser acusado. Palestrante do Instituto Millenium, colunista de jornais conservadores e autor do livro “Mensalão”, o militante serrista, que se diz historiador, acaba de lançar um novo livro, chamado “Década perdida”. A obra trata, obviamente, dos primeiros dez anos de poder do Partido dos Trabalhadores, com Lula e Dilma. A questão é: pode ser chamado de “historiador” alguém que classifica desta forma um período de profundas transformações sociais e econômicas, reconhecidas até pelos adversários?

Apenas para refrescar a memória de Villa, eis algumas das mudanças ocorridas no Brasil a partir de 2003:

* O risco-Brasil caiu de mais de 2 mil pontos para menos de 200. Com isso, o Brasil atingiu o grau de investimento, reduzindo o custo de captação para empresas e o próprio governo.

* A taxa de desemprego foi reduzida pela metade, caindo de 11% para 5,2%. Apenas na indústria naval, o pessoal empregado saltou de 2 mil para mais de 70 mil pessoas nos estaleiros.

* Mais de 40 milhões de brasileiros – o equivalente a uma Espanha – foram incorporados à chamada “nova classe média”.

* O Índice Bovespa subiu de 14 mil pontos para mais de 60 mil pontos (hoje está na casa dos 50 mil), valorizando empresas nacionais e gerando riqueza para acionistas públicos e privados.

Por essas e outras, o ex-presidente Lula foi classificado como “o cara” por Barack Obama. O economista Jim O’Neill, que criou a expressão BRICs (que reúne Brasil, Rússia, Índia e China), o definiu como o maior estadista global nos últimos trinta anos.

Falhas, omissões e erros, evidentemente, aconteceram. Mas “década perdida” é um rótulo inaceitável para alguém que se diz historiador. Prova apenas a desonestidade intelectual do autor, assim como sua militância política.

No entanto, o livro, medíocre, foi lançado em grande estilo por Veja, numa resenha de duas páginas escrita pelo insuspeito Augusto Nunes. “Nunca antes neste país tanta gente foi iludida por tanto tempo”, diz Nunes.

Simplesmente, patético.

http://www.brasil247.com/pt/247/cultura/121707/Marco-Villa-%C3%A9-o-retrato-da-desonestidade-intelectual.htm
Redação

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