‘Marte ainda não é lugar para crianças’, diz líder de projeto de colonização

Jornal GGN – O líder do projeto que quer dar início, em 2023, à primeira tentativa de colonizar o planeta Marte afirmou, nesta semana, que o planeta não é, “ainda, “lugar para crianças”. A afirmação do holandês Bas Lansdorp, que coordena o projeto Mars One, é uma resposta à ideia de que os astronautas participantes da missão poderiam gerar descendência no planeta vermelho, uma vez que não há previsão de retorno.

Para ele, ter filhos em Marte seria algo “irresponsável”. “Não vamos dizer às pessoas o que fazer, mas os astronautas são pessoas muito responsáveis”, disse Lansdorp, na última terça-feira (21), durante a conferência de tecnologia Expo 2013. “Quando eles [astronautas da missão] percebem que estão vivendo em um lugar perigoso, eles vão saber o que fazer, que não é certo”, completou.

Nem médicos nem cientistas sabem ao certo quais os impactos, nos fetos, de uma eventual gestação fora das condições da Terra, já que a gravidade de Marte é cerca de 38% à do nosso planeta. Outra preocupação está nos níveis de radiação presente no planeta vermelho, que são muito mais altos por causa da atmosfera menos densa.

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O projeto Mars One tem como meta realizar, em 2023, uma missão para levar 24 astronautas – em equipes de 4 integrantes – para uma viagem sem volta a Marte, que deverá iniciar um audacioso projeto de colonização. A volta da tripulação está descartada porque encareceria demais o projeto, que prevê um investimento inicial de US$ 6 bilhões. Para cada nova equipe enviada, mais US$ 4 bilhões serão necessários.

No dia 23 de abril, o Mars One abriu inscrições para os interessados de qualquer parte do mundo, que serão submetidos a testes transmitidos mundialmente – em uma espécie de “reality show”. No primeiro dia de inscrições, foram mais de dez mil e-mails e, em apenas duas semanas, mais de 80 mil, de acordo com Bars Lansdorp, líder do projeto sem fins lucrativos.

Planos de colonização

Durante a conferência desta semana, Lansdorp deu novas informações sobre as etapas do projeto. A missão planeja pousar um robô no planeta vermelho em 2018 para tentar identificar uma boa localização para a instalação da colônia. Dois anos depois, módulos não tripulados seriam enviados para iniciar o processamento do solo marciano. Eles funcionariam como “refinarias” ao extrair componentes que ajudariam na sobrevivência dos humanos, principalmente água, que também seria usada na agricultura, por meio de estufas.

Após o envio da primeira equipe de quatro astronautas, em 2023, novas equipes serão enviadas a cada dois anos, até que um assentamento permanente no planeta vermelho esteja completo. Lansdorp também informou que mais empresas privadas já se uniram ao projeto para dar consultoria e tecnologia necessárias. “Estamos muito animados por ter empenhado nossos primeiros parceiros neste empreendimento”, disse.

Redação

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