Metrô

Uso biclicleta, trem (CPTM) e metrô todos os dias. No caos da cidade de São Paulo não há solução que não passe pelo transporte de massa eficiente. Incentivar mais carros de uso individual é um egoísmo irracional. Não cabe mais nada. Motocicleta é suicídio e biclicleta ainda é uma utopia que amputa braços e pernas pela deseducação. Esse é o óbvio.

Somente no metrô somos 4 milhões de usuários todos os dias, em média gastando 6 reais, o que significa, grosso modo, uma entrada diária de 24 milhões. Além da superlotação, há panes a cada 5 dias (pelos dados oficiais, razoável??). Sem adentrar nas questões políticas, mais do que panes, sinto uma sensação de pânico cada vez que o trem para entre duas estações. Aperto, calor, sensação de sufocação, desconforto no limite.

Na última semana um trem da linha 3, vermelha, parou por 15 minutos entre duas estações. Faltou energia e ventilação. Alguns passageiros começaram a passar mal por falta de ar. Janelas foram quebradas e os passageiros saíram do vagão e caminharam pela lateral da via desenergizada. Todo o sistema parou. Para a empresa, o pânico foi culpa dos passageiros, acreditem.

Meu pânico de cada dia se deve ao óbvio: apesar da propaganda oficial, não há como negar que o sistema está SUCATEADO. Meu primarismo em economia me diz que, pela lógica de mercado, quanto mais lotado, maior o lucro da empresa. Chamam isso de sustentabilidade. Ainda na lógica do mercado e no que experimento todos os dias, conforto e segurança são secundários. Meu pânico se deve a uma expectativa de tragédia (anunciada?). Se acontecer, no máximo, será apenas motivo de mútuas acusações na mesquinhez absurda das disputas políticas.

Redação

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