mulheres

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
[email protected]

da Agência Brasil

Especial – Mulher

Mulheres na música: conheça 15 instrumentistas brasileiras

Criado em 07/03/15 18h36 e atualizado em 09/03/15 09h18 
Por Luanda Lima Edição:Ana Elisa Santana e Anderson Falcão Fonte:Portal EBC

Quantas vozes femininas marcaram e seguem marcando a música brasileira? Muitos nomes podem vir à memória de imediato. No entanto, ao se perguntar sobre as instrumentistas do país, será que as conhecemos o suficiente? No fim do século XIX, Chiquinha Gonzaga foi uma das artistas que desafiaram um ambiente musical que não apenas excluía mulheres, como olhava com preconceito para aquelas que ousavam se dedicar à música.

Prevaleceu o talento e a coragem de Chiquinha, que além pianista, se tornou a primeira maestrina brasileira. Desde então, mulheres vêm conquistando espaço crescente no cenário musical brasileiro, ainda predominantemente masculino. Na semana em que se celebra o Dia da Mulher – comemorado neste domingo (8) -, oPortal EBC reuniu um time de peso, que tem algumas das nossas mais importantes instrumentistas. Você também pode contribuir com nossa lista indicando mulheres que, com seus instrumentos, enriquecem a música do Brasil.

Badi Assad

Mariângela Assad Simão nasceu em 1966 e é paulista de São João da Boa Vista, mas cresceu no Rio de Janeiro. Começou a estudar música estimulada pelo pai, o bandolinista Jorge Assad. Sua formação foi iniciada pelo piano, seguido pelo violão, instrumento pelo qual se tornou conhecida. Aos 15 anos, já conquistou o primeiro prêmio: foi considerada, ao lado de Fábio Zanon, a melhor violonista no Concurso Jovens Instrumentistas, no Rio de Janeiro. Aos 19, recebeu o título de melhor violonista brasileira no Concurso Internacional Villa-Lobos. Apresentou-se ao lado de músicos como George Benson, Bob McFerrin e Hermeto Pascoal, ganhando prestígio internacional com sua versatilidade.

 
 
 
 

 
 
 
 

Fonte: Paratodos/TV Brasil

Cecília Aprigliano

A carioca começou em 1982 seus estudos de viola da gamba, a que deu sequência nos Estados Unidos e na França. Na década de 1990, se tornou a primeira professora de seu instrumento na Escola de Música de Brasília, na qual continua ensinando. Cecília é também integrante fundadora do grupo Estúdio Barroco.

 

Fonte: Divulgação (Cecília aparece à esquerda no vídeo)

Cida Moreira

A cantora e pianista paulista iniciou os estudos de piano ainda na infância, aos cinco anos de idade. Aos seis, cantou pela primeira vez na rádio de Paraguaçu Paulista, onde viveu com a família até os 12 anos. Sua carreira, no entanto, se interrompeu até os anos 1970, quando ela estreou como atriz, já depois de concluir a faculdade de psicologia. A arte dramática influenciaria o trabalho musical de Cida, tanto nas escolhas de repertório quanto em suas apresentações. Sua discografia tem homenagens a artistas diversos como Chico Buarque, Yoko Ono e Bertolt Brecht.

 
 
 
 

 
 
 
 
Creative Commons – CC BY 3.0 – Cida Moreira – Sem Censura

 

Fonte: Sem Censura/TV Brasil

Clara Sverner

A pianista, que nasceu em São Paulo em 1936, estudou em Genebra e Nova Iorque e iniciou sua carreira na adolescência. Realizou parcerias com artistas como Paulo Moura e João Carlos de Assis Brasil. Gravou composições de Chiquinha Gonzaga e Glauco Velásquez, além de ter se dedicado a mestres como Mozart e Chopin. O trabalho da pianista tem 25 títulos e dois deles, o volume 3 de “Mozart Por Clara Sverner” e o “Chopin por Clara Sverner”, foram indicados ao Grammy Latino.

 
 
 
 

 
 
 
 
Creative Commons – CC BY 3.0 – Clara Sverner – De Lá pra Cá

Fonte: De Lá pra Cá/TV Brasil

Cristina Braga

Carioca, a harpista e cantora nasceu em 1966 e é primeira harpista da Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, além de professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Desde a infância, já demonstrava interesse em tocar a arpa, e sua intensa relação com o instrumento a projetou internacionalmente. “A harpa tem a forma do mapa brasileiro, é como ter o Brasil nas mãos, tocar o Brasil”, diz. Versátil, já apresentou sambas de Noel Rosa e tocou com Nara Leão, Chico Buarque, Zizi Possi, Lenine e outros artistas.

 
 
 
 

 
 
 
 
Creative Commons – CC BY 3.0 – Cristina Braga – Musicograma

Fonte: Musicograma/TV Brasil

Dona Edith do Prato

Raspando a borda de um prato com uma faca, Edith Oliveira Nogueira descobriu que podia fazer música. A baiana, que viveu entre 1916 e 2009, ficou conhecida cantando samba-de-roda em sua cidade natal, Santo Amaro da Purificação. No entanto, dona Edith só pisou em um palco no início dos anos 1970. Em 2002, aos 86 anos, lançou seu primeiro álbum, que teve a participação de Caetano Veloso – de quem foi mãe de leite – e Maria Bethânia.

Fonte: Itaú Cultural

Inezita Barroso

Nascida na capital paulistana em 1925, Inezita se apaixonou ainda na infância pela cultura caipira. Começou a cantar e aprendeu a tocar violão e viola. Apresentou-se em rádios, atuou em filmes e passou a ensinar música, vendo sua carreira deslanchar na década de 1950. Recebeu diversos prêmios, como o Troféu Roquette Pinto e o Prêmio Sharp. Entre 1980 e 2014, apresentou o programa Viola, Minha Viola, da TV Cultura. Faleceu no último domingo (8), Dia Internacional da Mulher. No dia 4 de março, havia completado 90 anos e foi homenageada pelo Repórter Brasil, da TV Brasil.

Fonte: Repórter Brasil/TV Brasil

Joyce Moreno

Nascida em 1948, Joyce começou a tocar violão na adolescência observando o irmão, amigo de músicos da Bossa Nova. De forma autodidata, progrediu na prática do instrumento e chegou a dar aulas, mesmo sem nunca ter estudado música – ela passou a ter aulas formais somente após os 18 anos. Renomada no Brasil e no exterior, a artista carioca teve ao seu lado nomes como Vinicius de Moraes, Gal Costa e Caetano Veloso. Suas músicas foram gravadas por Elis Regina, Milton Nascimento, Ney Matogrosso, entre outros artistas.

 
 
 
 

 
 
 
 
Creative Commons – CC BY 3.0 – Joyce Moreno – Samba na Gamboa

Fonte: Samba na Gamboa/TV Brasil

Lan Lan

Baiana, Elaine Silva Moreira nasceu em 1968 e, desde a infância, viveu cercada por artistas, observando-os em ação para aprender a tocar. Tornou-se multi-instrumentista, conhecida no cenário musical por seu trabalho como percussionista, compositora e cantora. Lan Lan já tocou com Cássia Eller, Nando Reis, Marisa Monte, Tim Maia, Cyndi Lauper e outros nomes. Tem dois álbuns solo, além de ter formado as bandas Lan Lan e os Elaines, em 2002, e Moinho, em 2004.

 
00:00
 
04:11

 
 
 
 
Creative Commons – CC BY 3.0 – Lan Lan – Estúdio Móvel

Fonte: Estúdio Móvel/TV Brasil

Maria Teresa Madeira

Pianista com apresentações ao lado da Orquestra Sinfônica Brasileira e da Orquestra Filarmônica do Rio de Janeiro, entre outras, a carioca também tem em sua carreira trabalhos no exterior. Nascida em 1960, Maria Teresa é professora e participou de espetáculos teatrais, tanto como pianista quanto como diretora musical. Acompanhou cantores como Lenine, Alcione e Zé Ramalho.

 
00:00
 
00:00

 
 
 
 
Creative Commons – CC BY 3.0 – Maria Teresa Madeira – De Lá pra Cá

Fonte: De Lá pra Cá/TV Brasil

Nilze Carvalho

Albenise de Carvalho Ricardo nasceu em Nova Iguaçu (RJ) em 1969 e, ainda na infância, já tocava cavaquinho e bandolim. Aos 15 anos, começou a fazer turnês internacionais e, em 2000, fundou com colegas o grupo de samba Sururu na Roda. Nilze já tocou e cantou com Zeca Pagodinho, Olívia Hime, Jair Rodrigues, entre outros artistas.

 
00:00
 
00:00

 
 
 
 
Creative Commons – CC BY 3.0 – Nilze Carvalho – Samba na Gamboa

Fonte: Samba na Gamboa/TV Brasil

Odette Ernest Dias

A flautista francesa nasceu em 1929 e veio para o Brasil em 1952 para integrar a Orquestra Sinfônica Nacional. Com as orquestras da Rádio Tupi, da Rádio Mayrink Veiga, da Rádio Nacional e da TV Globo, gravou com artistas da música popular. Já ensinou no Conservatório Brasileiro de Música, Universidade de Brasília, Universidade Federal de Minas Gerais, Universidade do Texas e outras instituições. Recebeu da Funarte e do governo do Distrito Federal a Comenda de Mérito Cultural. Um de seus focos mais recentes de pesquisa foi a formação da música brasileira.

 
 
 
 

 
 
 
 
Creative Commons – CC BY 3.0 – Odette Ernest Dias – Estúdio Móvel

Fonte: Estúdio Móvel/TV Brasil

Rosinha de Valença

Nascida em 1941 e sobrinha do músico Fio da Mulata, de quem recebeu as primeiras aulas de violão, Rosinha ganhou seu nome artístico graças à sua cidade natal, Valença (RJ). Desde os anos 1960, acompanhou artistas como Eliana Pitman, Nara Leão, Jorge Ben Jor, Maria Bethânia e Martinho da Vila, além das estrelas internacionais Stan Getz, Sarah Vaughan e Henry Mancini. Morreu em 2004, após 12 anos em coma. Pouco depois, foi homenageada com o álbum Namorando a Rosa, que contou com a participação de artistas como Hermeto Pascoal, Maria Bethânia e Yamandu Costa.

 
00:00
 
00:00

 
 
 
 
Copyright – Rosinha de Valença – TV Cultura

Fonte: imagens cedidas por TV Cultura/São Paulo

Simone Sou

Simone Bento de Souza nasceu em São Paulo em 1970 e começou a carreira na década de 1990. Teve experiências com o piano, o violão e o baixo elétrico, mas se fixou no trabalho com a bateria. A percussionista já tocou com artistas como Chico César, Zélia Duncan, Os Mutantes, Itamar Assumpção e Elba Ramalho, com apresentações em diversos países. Ao lado de Guilherme Kastrup, criou o duo Soukast em 2009. Em 2010, acompanhou o acordeonista russo Oleg Fateev em diversos shows. Simone também formou um duo com a musicista Camila Lordy.

Fonte: Sesc/SP

Zabé da Loca

A peculiar história de Isabel Marques da Silva torna a pernambucana com mais de nove décadas vividas uma personagem única na música brasileira, homenageada por Chico César com a música Zabé. Natural de Buíque, a tocadora de pífano viveu por anos em uma pequena gruta (ou loca) em Monteiro (PB), até receber sua primeira gravação pública e ganhar notoriedade em 2003. Em 2008, recebeu a Ordem ao Mérito Cultural, do Ministério da Cultura. No ano seguinte, foi escolhida como Revelação no Prêmio da Música Brasileira.

Fonte: TV Itararé

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

0 Comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador