Nova Serrana, a cidade que cresce na crise, por Luís Nassif

Em meio à maior crise da história, há uma região que continua contratando: o polo calçadista de Nova Serrana, 800 empresas na cidade, mais 300 nos onze municípios do entorno. Todo dia, às 11 horas e às 17, a cidade, pacata, é tomada por filas de carros e ônibus, de trabalhadores indo almoçar ou saindo do trabalho. Abriga trabalhadores de várias partes do país, que para lá correram atrás de emprego.

Por trás desse dinamismo, está um dos mais bem-sucedidos exemplos de APLs (Arranjos Produtivos Locais), modalidade de organização empresarial importada da Itália e que se disseminou pelo Brasil a partir dos anos 90.

A história dos APLs

Nos anos 90 teve início num novo modelo de organização das pequenas e micro empresas: os chamados clusters ou Arranjos Produtivos Locais.

Ajudei a estimular o movimento. Em um almoço na Folha, o Ministro da Indústria e Comércio da Itália narrou os milagres ocorridos na nova Itália, pequenas cidades fora do eixo Roma-Milão – que havia sido arrasado pela Operação Mãos Limpas. Elas haviam mudado a face da Itália. Só depois vieram os economistas e desvalorizaram o câmbio, dizia ele, e saíram apregoando que eles tinham recuperado a economia.

Escrevi algumas colunas sobre o tema.

Na época, recebi um telefonema de Clóvis Carvalho, Ministro-Chefe da Casa Civil de Fernando Henrique Cardoso, pedindo mais dicas. O governo decidira enviar uma comitiva à Nova Itália para entender melhor o fenômeno e aplicá-lo no Brasil.

A receita genérica era:

1.     Juntar um grupo organizador inicial, para pensar conjuntamente estratégias de produção e comercialização.

2.     Visitar grandes centros consumidores para conhecer, de perto, o gosto dos clientes.

3.     Identificar as vulnerabilidades do cluster e trabalhar com as prefeituras formas de supri-las

4.     Recorrer às organizações de apoio, como Sebrae e Federações de Indústria e universidades locais.

Foi um período riquíssimo, no qual diversas entidades se organizaram para servir de retaguarda para a nova forma de organização. O Sebrae se organizou nacionalmente. Surgiram presidentes de Federações de Indústria bastante inovadores – como Stefan Salej, em Minas, Rocha Loures, no Paraná, Osvaldo Douat, em Santa Catarina, o Senai se tornou um instrumento importante de modernização da manufatura.

O caso Nova Serrana

De todos os APLs que conheci, o mais inovador foi o de Nova Serrana, que visitei recentemente.

A história de Nova Serrana está ligada à expansão da pecuária por Minas. Havia a Fazenda Barro Grande do Cercado, caminho de tropeiros. Para atendê-los, em 1850 a fazenda construiu uma hospedaria e uma oficina para consertar selas, botas e arreios.

Quando o governo federal descobriu o conceito de clusters, Nova Serrana se candidatou ao posto de plataforma tecnológica. E acabou escolhida pela FIEMG para projeto piloto.

Por trás do “milagre” de Nova Serrana, há a figura de um extraordinário empreendedor social, Edson Baptista, que estudou e trabalhou em Brasília e, aposentado, voltou para Nova Serra com o desafio de modernizar a indústria de calçados local, até então muito arcaica.

Em 1991 fundou o Sindicato da Indústria, englobando a Associação Comercial, e se tornou seu primeiro presidente.

O primeiro passo foi transformar a quadra poliesportiva da Associação Comercial em um Centro de Desenvolvimento Empresarial (CDE).

Depois, Edson entrou em contato com o Sebrae e em 1996 organizou um seminário de sensibilização. Em troca do apoio do Sebrae, ofereceu a possibilidade de um aumento da formalização do emprego na cidade.

Com recursos dos seminários, investiu na construção de um centro de desenvolvimento, com a criação de uma inteligência estratégica para disseminar conhecimento. Feito isso, recorreu à FIEMG (Federação das Indústrias de Minas Gerais) para definir um planejamento estratégico de cinco anos.

O planejamento foi montado em cima de quatro balanced scorecard – metas de desempenho para não perder o foco -, aplicado por dois pioneiros da área, Heloisa Menezes e o futuro prefeito de Belo Horizonte Márcio Lacerda, presidindo o IEL.

Para fundamentar o planejamento foi realizado um censo com as 600 empresas da época, para identificar as principais vulnerabilidades.

Havia problemas com o analfabetismo dos trabalhadores. Um acordo com a prefeitura ajudou a enfrentar o problema. Acertou-se um pacto com o Sebrae. Em troca de apoio técnico, haveria a redução da informalidade. Em pouco tempo, Nova Serrana passou a ter o maior número de empresas clientes da Sebrae Tec, o braço tecnológico do Sebrae.

Com o apoio de Salej, o inovador presidente da FIEMG, o CDE adquiriu duas máquinas de CADCAM (computadores que ajudam a desenhar plantas e moldes), na época as únicas da América Latina. A instalação de uma escola do Senai garantiu a formação de modelistas e outras especialidades da indústria de calçados.

Também se investiu na construção de uma sede moderna para o CDE. Até então, quando saiam a campo para vender, os fabricantes mostravam instalações bastante rústicas para os compradores. Com a nova sede, Nova Serrana passou a ter seu cartão de visitas para o exterior, principalmente depois que montou um show room para os visitantes estrangeiros.

Finalmente, houve dois pactos de formalização com o governo de Minas. Houve uma redução das alíquotas de ICMS, que resultaram em expressivo aumento da arrecadação, devido à formalização.

De frente para o futuro

Hoje em dia, o ambiente da cidade tem um conjunto de características extremamente favoráveis para a incorporação de novas tecnologias e novas tendências.

Primeiro, a abertura para pesquisas tecnológicas.

Em 2007 Nova Serrana montou projetos de tecnologia pioneiros com a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) para desenvolver tênis para caminhada. Criaram equipe transdisciplinar, biomecânica, terapia ocupacional. Foram dois anos de pesquisa, do protótipo para produto final.

Depois, o aprofundamento da especialização.  Em 2011, foi inaugurado o Centro Tecnológico do Calçado pelo Senai da cidade. Visou a formação de mão de obra e a consultoria para design. Antes, a maior parte do desenvolvimento vinha de fora para prestar consultoria.

Mas, principalmente, devido a algumas características típicas da cidade, fundamentais para o sucesso de um APLs.

Há enorme flexibilidade das empresas, com capacidade para mudar a linha de fabricação – de tênis para calçados femininos, por exemplo – em pouco tempo.

Depois, o clima de colaboração entre os empresários.

Quase todos saíram do chão de fábrica, tendo trabalhado como empregados antes de montar a sua própria fábrica. Montaram grupos de WhatsApp através do qual trocam informações sobre máquinas, insumos, mão de obra.

Essa colaboração nasceu das vicissitudes do Plano Cruzado. Houve uma quebradeira generalizada. Através da Associação Comercial teve início um mercado de troca de matérias primas.

Na venda, é cada um por si.

Luis Nassif

18 Comentários

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  1. Am?

    Só faltou falar que a cidade é uma das mais desiguais de Minas (passe pela 262 e vai ver apenas casas pobríssimas, sem sequer reboco) e violentas da região.

     

    Muito dinheiro no bolso de poucos empresários não é riqueza.

    1.  
      Felipe RH, é assim mesmo

       

      Felipe RH, é assim mesmo cara. Agora, é sentar e esperar o “bolo crescer.”

      O curioso é que ao iniciar a leitura do excelente  texto, cheguei a pensar que o pessoal de Nova Serrana, tinha ousado e avançado mais, adotando uma experiência de Cogestão e Gestão Participativa.

      Por falar em experiência laboral coletiva, o Nassif poderia nos presentear trazendo o tema à lume, quando possível. Fica a sugestão/apelo.

       Orlando

       

  2. Geralmente eu não me
    Geralmente eu não me manifesto em reportagens assim, mas dessa vez não foi possível.Nova serrana não está crescendo na crise , dia após dia ouvimos falar de fábricas fechando e deixando várias pessoas desempregadas . E como uma cidade cresce sem ter ao menos um hospital decente , a saúde pública e particular em Nova Serrana é uma vergonha .

  3. é de extrema importância nos

    é de extrema importância nos reconhecermos em iniciativas bem sucedidas (principalmente quando rebate acusação de que o polo da cidade estava destruído com importação chinesa, como lemos algures há algum tempo).

    ocorre que socialmente a cidade não tem nada de novo que o resto do país não sofra, quando se é pobre.  

    1. é de….

      Não conheço Nova Serrana,masentão mudem a regra que perdura no país.Usem desta riqueza de empresas, empregos e salários e transformem seus Impostos e Poder Público em melhorias sociais. Só depende de seus moradores e mais ninguém.O voto é livre. Cargo Politico é eleito. Votem em vocês mesmos, nos seus vizinhos, em gente que se obrigue a usar o Poder adquirido em transformação social. Ou não votem em ninguém. Sem 50% dos votos,todos terão que deixar muito claro seus projetos para serem eleitos. E cobrem. Poder Político não é PoderAbsoluto. Deixemos de fatalismo e vitimização. A responsabilidade é apenas nossa e de mais ninguém.   

  4. Cara de um certo Brasil

    Os comentaristas do blog já mostraram a verdadeira face desse desenvolvimento. Como tudo que “deu certo” no sinistro governo fhc, a riqueza de Nova Serrana vai parar nos bolsos de meia dúzia. Deixa para o grosso da população salários de miséria e uma qualidade de vida deplorável e cheia de violência. 

  5. Na verdade nova serrana era
    Na verdade nova serrana era um polo de calçados falsificados. De tão bem falsificados e cançados de combater a falsificação que umas empresas contrataram empresas da região para produzir os originais, o resto é conversa para boi dormir.

    1. Observação importante, mas precisa de complementos

       

      Manu bhz (segunda-feira, 14/08/2017 às 12:59),

      Não foge muito do que diz Luis Nassif neste post dele “Nova Serrana, a cidade que cresce na crise, por Luís Nassif” de segunda-feira, 14/08/2017 às 09:49, mas um texto mais denso e preciso sobre o que ocorreu em Nova Semana pode ser encontrado no seguinte endereço:

      http://www.scielo.br/pdf/neco/v15n3/v15n3a04.pdf

      Trata-se do artigo “A indústria de calçados de Nova Serrana (MG)” de autoria de Wilson Suzigan (Professor do Instituto de Geociências da Unicamp), João Furtado (Professor da UNESP e da Escola Politécnica da USP), Renato Garcia (Professor da Escola Politécnica da USP) e Sérgio E. K. Sampaio (Mestrando em Desenvolvimento Econômico – UFPR), e que fora publicado na revista Nova Economia, Belo Horizonte,15 (3), páginas 97-116, de setembro-dezembro de 2005.

      Sem fazer referência ao almoço na Folha de S. Paulo, nem ao telefonema de Clóvis Carvalho, no texto há essa passagem que faz bem sucinta descrição da evolução do desenvolvimento industrial de Nova Serrana. Transcrevo a seguir trecho que vai do final da página 102 até o início da página 104:

      – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – –

      “O primeiro surto de rápido crescimento da indústria de calçados de Nova Serrana ocorreu entre os meados das décadas de 1970 e 1980. Após uma viagem dos fabricantes locais a Novo Hamburgo (RS), em 1971, viagem essa que, segundo Almeida (1996), “constituiu-se em mola propulsora dos eventos futuros”, e a fundação da Associação Comercial e Industrial de Nova Serrana (ACINS), em 1974, os fabricantes locais de calçados se organizaram, para intensificar o aprendizado, incorporar novas tecnologias e melhorar a qualidade dos produtos e o gerenciamento das empresas. A produção diversificou-se com a fabricação de mocassins e sandálias de couro. Das 48 fábricas existentes em 1972, pulou-se para cerca de 400 em 1985. O auge do crescimento parece ter ocorrido no ano de 1986, com o Plano Cruzado, mas a crise subseqüente, que marcou o fim do plano, atingiu profundamente a indústria local.

      É nessa época que se verifica uma mudança radical na trajetória da indústria de calçados de Nova Serrana, isto é, o início da fabricação de tênis. Essa mudança representa verdadeira bifurcação na evolução da indústria por três razões:

      1. muda o patamar de taxas de crescimento da produção;

      2. altera radicalmente a base tecnológica da produção;

      3. modifica também a forma de organização da produção industrial.

      A pergunta que intriga é a seguinte: o que levou a indústria local, que já havia acumulado significativo conhecimento na fabricação de calçados de couro, a mudar radicalmente o produto, a base tecnológica e a organização industrial?

      Crocco et al. (2001, p. 344) oferecem duas justificativas relevantes:

      1. o aproveitamento pelos fabricantes locais da “janela de oportunidade” oferecida pelo boom do material sintético;

      2. a simplicidade na fabricação de tênis em comparação ao calçado de couro.

      Sem entrar no mérito dessas justificativas, mesmo que verdadeiras, elas não respondem à pergunta feita acima. O que parece ter ocorrido é que, em reação à crise dos anos oitenta, um empresário imitador local, burlando as regulamentações de marcas e patentes, iniciou a produção de “similares” de marcas famosas de tênis, especialmente a Nike. O sucesso comercial desse tipo de produto deu origem a um processo, que, por fim, se revelou virtuoso, de aprendizado e disseminação de conhecimento na fabricação de tênis. A partir dessa origem obscura, a fabricação de tênis atraiu muitas outras empresas, e a história do pólo mudou, verificando-se uma guinada em sua evolução. Hoje a produção de tênis responde pela quase totalidade da produção de calçados de Nova Serrana, que participa com cerca de 55% da produção nacional. A falsificação foi reduzida a cerca de 3% da produção, o que equivale a cerca de 10 mil pares/dia.”

      – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – –

      Como eu disse, a sua observação é importante, mas ela precisa de complementos e que eu encontrei neste trecho do artigo “A indústria de calçados de Nova Serrana (MG)” que transcrevi acima. E do trecho transcrito duas passagens me chamaram atenção. A primeira passagem é a seguinte:

      “Das 48 fábricas existentes em 1972, pulou-se para cerca de 400 em 1985. O auge do crescimento parece ter ocorrido no ano de 1986, com o Plano Cruzado, mas a crise subseqüente, que marcou o fim do plano, atingiu profundamente a indústria local.”

      E a segunda é o motivo da recuperação:

      “O que parece ter ocorrido é que, em reação à crise dos anos oitenta, um empresário imitador local, burlando as regulamentações de marcas e patentes, iniciou a produção de “similares” de marcas famosas de tênis, especialmente a Nike. O sucesso comercial desse tipo de produto deu origem a um processo, que, por fim, se revelou virtuoso, de aprendizado e disseminação de conhecimento na fabricação de tênis.”

      E no final do trecho que eu transcrevi há a informação de que já no início do século XXI (o artigo foi publicado em 2005), a falsificação estava reduzida a 3% da produção.

      E lembro ainda um texto de Fernando Henrique Cardoso que não teve a merecida divulgação. Trata-se do artigo “Originalidade da cópia: A Cepal e a idéia de desenvolvimento” que foi publicado em “As ideias e seu Lugar”. Embora este texto de Fernando Henrique Cardoso não traga uma idéia original, realça a importância da cópia. E o artigo “A indústria de calçados de Nova Serrana (MG)” mostra o quanto a cópia na indústria serve como um aprendizado imensurável.

      Clever Mendes de Oliveira

      BH, 16/08/2017

  6. BEATRIZ PEREIRA — Prove que sua Cidade está uma vergonha!

    Em vez de palavras vagas, nhe nhen nhen, traga matérias que provem que Nova Serrana está uma droga. Que não é nada disso. Quem não tem saúde, segurança, emprego etc .. Você pode contrapor este post do Nassif. Acho legal. Isso é jornalismo! Mas por favor, prove. Faça isso com material. Vá na web, capture matérias da mídia local e mande para nós! Não é possível que a mídia local não tenha feito reportagens endossando o que você está falando. Né? Ah..se a mídia está “vendida” aos poderes locais, vá num posto de saúde aí de um bairro, que esteja problemático, fotografe…entreviste em “off” alguém dizendo que não tem médicos, remédio etc. Com educação faça a mesma coisa: fotografe uma escola..entreviste um professor. Mande para nós! Com segurança, mostre que as pessoas estão com medo de sair nas ruas por falta de segurança. Que a criminalidade aumentou etc… MAS, BEATRIZ PEREIRA: proteste com documentos (matérias) por favor!

    1. Resposta a ALEMINAS
      Não estou aqui para provar nada a ninguém , só digo o que vejo é sofro como moradora de nova serrana .Nasci nesta cidade tenho 20 anos.Mais sim posso citar fatos que comprovam o estado em que a cidade se encontra e quem é morador da cidade pode comprovar também ,trabalho em um comércio e sofro todos os dias com o medo pela falta de segurança que sim tem melhorado após a posse de Euzebio Lago mais continua deixando a desejar como em todos os lugares do país.Quem vê de fora e fala das boas condições com certeza nunca teve um parente internado em um upa lotado com crianças e idosos doentes expostos a doenças contagiosas em quartos com 10 ou mais pessoas, nunca teve que correr atrás de um dinheiro para comprar um medicamento caro que o sistema de saúde do upa não pode oferecer para salvar a vida de um ente querido que espera por transferências para cidades vizinhas porque nova serrana não tem uti e nem aparelhagem suficiente para fazer os exames necessários .Estatísticas que vemos no papel não se comprovam na prática .

  7. Como morador de Divinopolis,

    Como morador de Divinopolis, vizinha de Nova Serrana, Acho que a cidade cresceu muito rapido mas ficou muitas coisas para tras como segurança e saúde. Daqui para frente a cidade tem que melhorar sua infraestrutura e segurança. Divinopolis tem mais que o dobro da população de Nova Serrana, é bem menos violenta!

  8. Até entendo que o post se

    Até entendo que o post se destina a ressaltar um case de sucesso empreendedor. Olhando tão somente por este prisma, é mesmo um sucesso do ponto de vista de crescimento industrial acompanhado de crescimento demográfico, ainda mas quando se leva em conta que nos idos de 1993 esta cidade tinha cerca de dez mil habitantes apenas, e hoje, segundo a sazonalidade, pode estar perto dos 150 mil habitantes.

    Mas quando se conhece de perto a realidade, falta dividir o bolo com a população.

    A urbanização é tão caótica, conduzida por interesses de um empresariado local, que entre os íntimos Nova Serrana é chamada de “Cabeça de Porco”, em homenagem a lendária favela carioca pré-urbanização do centro do Rio.

    Fora a inovação, o grande pulo do gato, se me permite a licença, foi ter conseguido a ponte entre a produção local e os compradores externos, criando uma dinâmica cadeia de exportação, por sinal, repleta de pequenos empresários chineses que visitam frequentemente o local. Aí ficou fácil vender em doláres e pagar um salário (mínimo) em real. Toda vez que o dólar dispara, como nos picos dessa crise política, Nova Serrana contrata. O básico, mas em uma região sem nenhuma tradição nesse jogo, provocou uma revolução.

    Portanto, é um case de empreendedorismo, mas não deixa de ser também um exemplo de caos urbanístico. 

    1. Impressionante que em tão
      Impressionante que em tão poucas palavras você disse uma realidade. Não sou de Nova Serrana, sou do Rio de Janeiro e em poucos dias na cidade já deu para perceber tudo isso que você mencionou no seu comentário. Concordo plenamente.
      Morei aqui na cidade há 8 anos atrás de lá pra cá, essa cidade cresceu demais e só se preocuparam em crescer.

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