Novo partido de Bolsonaro deve favorecer legendas de centro

Saída do presidente brasileiro do PSL vai rachar bancada do partido na Câmara dos Deputados - o que vai dificultar ainda mais as negociações sobre projetos de interesse do Planalto

Jornal GGN – A saída do presidente Jair Bolsonaro do PSL não só vai rachar a bancada do partido na Câmara dos deputados, como abre uma tendência de fortalecimento das forças de centro no Congresso – trazendo ainda mais dificuldades na relação com o Legislativo.

Projeções elaboradas pelo jornal O Globo mostram que 24 dos 53 deputados federais do PSL devem migrar para a Aliança pelo Brasil, ao passo que 27 indicam sua permanência na legenda e outros dois ainda não decidiram seus rumos.

Uma possível migração vai mexer com a negociação política. Atualmente, o PSL é o segundo maior partido da Câmara, e as migrações reduziriam a sigla para a nova bancada caso os indecisos decidam continuar. A Aliança pelo Brasil ocuparia o 12º lugar, ao passo que o PL, integrante do centrão, seria a segunda bancada, ficando atrás do PT. O bloco informal detém mais de 250 votos na Casa.

Jair Bolsonaro tem declarado que vai trazer aproximadamente 30 deputados para sua nova sigla, mas que ainda existem dificuldades e garantias para a saída dos insatisfeitos do PSL, que recebe aproximadamente R$ 110 milhões de fundo partidário, e fundem uma nova sigla até as eleições municipais.

O presidente brasileiro anunciou sua saída do PSL na terça-feira, e fez questão de pedir aos aliados que não ataquem a legenda. Por sua vez, o partido presidido por Luciano Bivar informou que ainda não recebeu o pedido oficial de desfiliação do presidente, e mostrou sua posição de confronto ao registrar que “não cederá a nenhum tipo de achaque ou desvirtuamento da legalidade ou da moralidade”.

Dirigentes do PSL já indicaram que vão brigar pelo mandato dos dissidentes na Justiça, o que é mais um entrave para a negociação de uma saída que agrade a todos. Os parlamentares não podem ficar sem partido ou trocar de sigla fora do que é previsto em lei sem perder o mandato.

Redação

3 Comentários

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  1. Eu tenho uma pergunta para a qual eu penso que eu já sei a resposta, mas eu gostaria de ouvir a explicação de vocês.

    Como que todas as “reformas” destrutivas do Bolsonaro passaram sem muito questionamento no congresso brasileiro se a maioria dos parlamentares seria do PT? E isso sem contar os partidos aliados (ou supostamente aliados) como o PDT e o PSOL.

    1. Não sei de onde você tirou essa informação de que a maioria parlamentar é do PT. Na Câmara, o PT tem 54 deputados, 10,5% do total. Contando os parlamentares dos partidos aliados seriam mais 18 (10 do PSOL, 8 do PC do B). Ainda que se pudesse dizer que o PDT (27 deputados) é aliado, seriam 99, ou 19%, no total. Isso está longe de ser maioria.
      No Senado o quadro é ainda pior: apenas 6 senadores do PT (7,4% do total). Somados os 4 do PDT daria pouco mais de 12%

  2. O Bolsonaro está dando uma banana ao PSL porque não quer ter o abacaxi de ver sua imagem vinculada ao partido da laranja, tá tirando enquanto pode, o pé da jaca. Vai criar o partido das tâmaras e figos. Carambolas!

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