O Brasil a caminho de uma nova ditadura, por Sergio Saraiva

brasil dos ricos 1

Por Sergio Saraiva

Mais que uma luta de classes, temos no Brasil uma guerra entre dois povos que ocupam o mesmo território. Não sendo capazes de formar uma única nação, por irreconciliáveis, é inevitável um governo de dominação de um povo sobre o outro.

Em setembro de 2017, ficamos sabendo por um relatório da ONG britânica Oxfam que os 5% dos brasileiros mais ricos detém 50% da riqueza do Brasil. Restando para os 95% da população dividirem os outros 50% restantes.

Assim, uma fração de 10 milhões de pessoas detém tanta riqueza quanto os outros 190 milhões de brasileiros somados.

Trata-se de uma excrecência. Na prática trata-se de um país à parte – o país ”Brasil dos ricos”. O outro Brasil, por exclusão, é o “Brasil dos pobres”.

Não é ocioso questionar sobre quem são os habitantes do ”Brasil dos ricos”.

Imaginaria se ser os grandes empresários que com risco e audácia mais trabalho duro ganharam fortunas. A tão propalada meritocracia. Talvez até eles existam. Mas, no país dos ricos, existem mais pessoas do que os seis brasileiros que juntos concentram tanta riqueza quanto a soma dos 100 milhões de brasileiros mais pobres. Não haveria um país de 6 habitantes.

A maior parte do que chamamos de classe média mora na verdade no “Brasil dos pobres”. Ainda que comungue os valores do “Brasil dos ricos”. O domínio cultural de uma país hegemônico sobre outros países periféricos sempre se dá pela cooptação da “elite” desses países. Não seria diferente nos casos dos dois Brasis.

Nos 10 milhões de habitantes do “Brasil dos ricos” moram uma parte significativa dos que têm renda mensal medida com 5 dígitos ou mais. E um grupo mais específico – o dos que têm renda mensal de seis dígitos acima. E nesse estrato está a cúpula do Poder Judiciário e do Ministério Público.

É no “Brasil dos ricos” que está, por óbvio, o poder real. No outro país, o “Brasil dos pobres”, no entanto, está o poder democrático.

A partir daí ocorre a divisão do Brasil em dois países irreconciliáveis. O “Brasil dos pobres”, que detém o poder democrático, faz os poderes Executivo e Legislativo. O “Brasil dos ricos” se faz representar pelo poder Judiciário e pelas forças de repressão que possa subordinar.

brasil dos ricos 2

E essa é a questão primordial do momento atual em que vive o Brasil. Momento que se inicia com a chegada de Lula ao poder e que deverá viver seu instante crucial no seu provável impedimento às eleições de 2018.

Mais que uma luta de classes, temos no Brasil, uma guerra entre dois países irreconciliáveis por um mesmo território. Essa guerra está em pleno desenvolvimento, neste instante.

Isso porque, irreconciliáveis do nascimento à morte, há um único momento e local onde os habitantes dos dois países se tornam iguais: nas eleições, diante da urna, cada homem vale exatamente a mesma coisa, um voto, independentemente de seu saldo bancário.

um homem, um voto

A reação ao resultado das eleições de 2014 – a quarta vitória consecutiva petista – é um ponto de ruptura. Uma declaração de guerra do “Brasil dos ricos” contra o “Brasil dos pobres”.

Logo depois dessas eleições, chegou-se a apresentar o Brasil dividido como que realmente em dois países: Brasil do Sul e Brasil do Norte. Mas a ilusão separatista não resolve a questão dos dois brasis. A divisão não é entre dois Estados, mas entre duas nações compartilhando o mesmo território.

O clima de beligerância e ódio vivido a partir de então não é episódico é próprio de uma guerra. O golpe de 2016 é o que é: uma batalha vencida pelas forças do “Brasil dos ricos”.

Ocorre que a divisão do Brasil é real, mas não é institucional. Assim, para existir como país entre outros países, o Brasil necessita realizar consultas periódicas e simultâneas aos dois povos – as eleições presidenciais. Esse é o flanco fraco do “Brasil dos ricos” do poder real. Só pode se legitimar frente ao mundo, através dessa concessão ao “Brasil dos pobres” do poder democrático.

Logo, uma nova batalha se aproxima. As eleições de 2018.

Após um período de atordoamento, a resistência do “Brasil dos pobres” passa a se reorganizar em torno do seu líder natural – Lula.

Em uma guerra real, esse líder seria eliminado. Em uma guerra simbólica, esse líder deve ser inviabilizado.

Os generais do Judiciário capturarão Lula. Lula deverá ser preso. Não pode participar das eleições nem como cabo eleitoral. Já está consolidado que Lula tem capacidade de levar um candidato apoiado por ele para o segundo turno. O “Brasil dos ricos” não tem um candidato viável, por isso, Lula deve ser preso. Livre em campanha pedindo votos fará o presidente.

O que ocorre com Lula preso? Uma revolta popular? Não creio.

Mas a guerra surda entre os dois Brasis ganhará um mártir e prosseguirá. E Lula fará a presidência. Não imagino Bolsonaro como caudatário do voto interditado do “Brasil dos pobres”. Ainda que ele tenha forte aceitação por parte do único poder que se basta por si próprio – o militar – e até por isso, não há solução.

Ao patrocinar o Golpe de 2016 o “Brasil dos ricos” cometeu um erro fatal. O governo petista teria de perder a confiança do “Brasil dos pobres” para que o “Brasil dos ricos” impusesse democraticamente um seu representante. E isso só viria se o povo pobre se sentisse traído por Lula.

Lula e seu povo

Uma década de acusações não retiraram de Lula a condição de líder – ele não traiu seu povo. Sua inviabilização eleitoral e sua prisão não inverterão o resultado de 2018. Mas inviabilizarão o governo, qualquer que seja, no qual Lula não esteja de alguma forma presente. Não haverá legitimidade. Bastou dois anos de um governo ilegítimo para destruir a economia do Brasil. Como manter o país até 2022 com mais um governo sem legitimidade?

Não importará mais o resultado das eleições.

Não sendo capaz de se legitimar nas urnas, por não deter o poder democrático, logo após a prisão de Lula, ao perceber que qualquer vitória nas eleições de 2018 é inviável, só restará ao “Brasil dos ricos” a dominação do “Brasil dos pobres” instituindo um governo de ocupação.

Virá uma nova ditadura.

 

PS: Oficina de Concertos Gerais e Poesia: um otimista é alguém mal informado.

Redação

26 Comentários

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  1. Ganham o equivalente a MIL

    Ganham o equivalente a MIL botijões de gás para ameaçar com prisão os que se revoltam por utilizar lenha para cozinhar :

    Resultado de imagem para encontro de magistrados

     

    1. Lojistas!!!???????
       
      Olha o

      Lojistas!!!???????

       

      Olha o “festejado” ali, sorridente………presidir impeachment e pedir aumento pra tchurma é com ele mesmo, hc pro Lula? Esquece………

  2. Dão apoio irrestrito ao

    Dão apoio irrestrito ao salafrário para a entrega do Pré Sal, Base de Alcântara e outras áreas estratégicas da nação brasileira ao controle externo :

    Resultado de imagem para oficiais militares com temer

  3. Democracia

    Após o regime militar, a democracia retornou ao Bradil após longa e dolorosa batalha dos brasileiros de bem.

     

    E não por conta da ideologia do povo de esquerda 

  4. acredito que a “coisa bruta e ignorante” ou ditadura…

    não virá daí não

    não virá do resultado da eleição não

    virá da incerteza jurídica que, pasmem, está sendo trazida com confiança e alegria pelos próprios juízes

    algo que a todos afeta, pobres e ricos, fragmentado toda a sociedade, incluindo aí qualquer participante do mercado, com injeção direto na veia de desconfiança

    incertezas jurídicas espantam as causas nacionais……………………

    mostram que tudo e todos do país estão prontos – ou seria “bem” preparados pelos juízes? – para se aprofundarem cada vez mais nos processos de decadência

    ( moral, artes, legalidade, letras, industrial, comercial, militar, etc, etc e etc, até chegar na política ou exatemente como se encontra )

  5. “começamos com um ato de destruição e de negação.”

    “…a formação do povo brasileiro… começamos com um ato de destruição e de negação. …duas civilizações se encontram, se juntam, mas uma nega a outra. Os índios são o objeto da primeira negação. Mas logo em seguida vem a segunda, que é a negação do negro… Quando pensamos em “nós, os brasileiros”, temos consciência de que somos um povo multirracial… mas na hora em que alguém, de fato, tem que pensar o que é o brasileiro, não pensa no negro. É um pouco assim: ‘eu sou feito de várias partes, porém só me identifico com algumas dessas partes e não com outras’ ou ‘acho que certas partes não tem o mesmo valor que outras’ Aí reside o problema… reconhecemos uma coisa num plano mas a negamos no outro… não levamos em conta o contingente de alma daqueles que foram dominados. Então, aí se oculta uma sabotagem…a sociedade brasileira está amarrada mas não sintetizada …não houve amálgama, não houve síntese. Por quê? Porque houve uma negação. …importa é o nível onde não houve expressão, reconhecimento, comunhão, e que continua sendo uma dimensão dramática, da qual só podemos ver os efeitos… isso cria um ser mal-resolvido. Cria uma tensão interna em nível profundo… não podemos ser um todo enquanto houver esse tipo de relação entre as partes. Nós precisamos de símbolos de comunhão, de síntese, de junção das partes para a produção de uma nova resultante. Esses símbolos nos orientariam para um tipo de reflexão coletiva que tivesse como objetivo superar esse estado que nos aprisiona. Isso nos ajudaria em termos de superação do subdesenvolvimento e de afirmação do Brasil… Essa situação que vivemos prende energia, impede o aparecimento do novo. É preciso soltar essas amarras para deixar fluir a criatividade cultural e social. Deixar surgir novas formas de sociabilidade, que depois vão virar projetos políticos e sociais. Quando se destrava uma estrutura profunda que aprisiona a energia, essa força vem à tona. É disso que o Brasil precisa.” 

    http://passalidadesatuais.blogspot.com.br/2011/02/outros-500.html

  6. Não virá, já está

    Saiu do Estado Democrático de Direito é ditadura. Portanto já estamos numa ditadura desde aquela circense votação da Câmara dos Horrores que votou pela abertura de impedimento da atual Presidenta Dilma Rousseff.

  7. Restos a pagar…

    O dramático nisso tudo é que as pessoas precisam alimentar pelo menos 2 vezes ao dia e dormir em algum lugar…

    Já nem falo de bens, escola, de qualidade de vida, mas da mais básica sobrevivência!

    Já são 24 milhões de miseráveis!

    Existem portas que depois de abertas, são difíceis de serem fechadas!

    A violência é uma porta difícil de ser fechada!

    E deixar tantas pessoas a mercê da bondade das pessoas, sem suporte do estado, é abrir a porta da violência!

    E dependendo da violência cometida ou sofrida, são portas abertas de difícil fechamento!

    Ai precisamos entender que este desgoverno está criando um “Estoque de violência” que poderá ficar em nossa sociedade por mais uns 30 anos!

    Ao contrário do que eles dizem, ele criam insegurança!

    Essa é mais uma conta pesada nas costas dos coxinhas e golpistas!

  8. E quem sustenta esses 10% de ricos. . .

    E quem sustenta esses 10% de ricos é a classe média, que se sentem como ricos, sustentam não só os ricos, mas também os pobres, já que são os que mais pagam impostos no país. Com uma classe média dessa qualidade, o Brasil nunca tornar-se-á um país desenvolvido.

    1. bem lembrado…

      e eu nunca vi um sentimento de pertencimento, digamos assim, tão desastroso para o conjunto da sociedade, o sentir-se rico sem ser……………………

      psicologia de massas já os identificam como grupos particulares, mas ainda inteiramente dentro do conjunto dos mais atingidos e prejudicados com o golpe e que pretendem se distinguir, pasme, do conjunto da sociedade que inclui até os pobres e miseráveis……………………………………..

      só a Globo, com sua propagandaenganosa, consegue criar tais criaturas com sentimentos e pensamentos mágicos,

      não lógicos

  9. “O que ocorre com Lula preso?

    “O que ocorre com Lula preso? Uma revolta popular? Não creio.”

    Eu também não creio. Uma revolta por uma questão já aconteceu em 2013. Por uma questão pequena, mas aconteceu. E foi imediatamente dominada pela Extrema Direita. Golpe surge aí mesmo. Esgotaram a forma de luta, principalmente com o resultado contrário ao pretendido incialmente. Vai revoltar agora novamente? Para dar tudo errado de novo? Parece que vamos nos “contentar” com anti-candidaturas — e implodir a Direita no poder: só tem sentido popular com Lula… e com Lula não pode ser…

  10. Vocês têm dois povos:

    Vocês têm dois povos: Escravocratas e Escravos. O primeiro considera ser um direito deles o ato de escravizar e se aproveitar dos outros e não conseguem aceitar que os “escravos” tenham qualquer direito.

    Vocês nunca resolveram a questão da escravidão como deveriam.

  11. O golpe não foi um erro, foi
    O golpe não foi um erro, foi uma necessidade, e como ensina o filósofo florentino as necessidades podem ser muitas, mais a mais forte é aquela que te obriga a vencer ou a morrer. O erro foi sim nosso. “Jamais se deve pensar que o inimigo não sabe o que faz”. Deve-se “amar a paz” mas também “saber fazer a guerra”. Nós tardamos muito inclusive en reconhecê-la (tem gente que ainda pensa que algo totalmente assimétrico e arbitrário pode ser entendido como um jogo de xadrez mesmo perdido entre tantas peças estranhas, tantos movimentos esquisitos e mesmo trantando-se de um tabuleiro tão transverso). Por isso mesmo que tratamos como adversários políticos democráticos aqueles que se comportavam abertamente como inimigos, não só nossos mas inimigos da própria democracia, mesmo essa nossa tão franzina e Severina. Faltou prudência, permitimos o cerco, não soubemos nos defender e nem mesmo contra atacar. Mais Maquiavel e menos “guerrilha simbólica e sociológica up to date” teria sido de mais valia.

  12. Evento histórico

    Quem não está percebendo a dimensão histórica do evento marcado para acontecer no dia 24 de janeiro de 2018 será surpreendido.

    Os fatos recentes na Argentina contribuem fortemente para catalisar um movimento de dimensões inéditas no Brasil.  A frase “isto aqui não é Brasil, não!” estalou como um tapa na cara de cada brasileiro e, espero eu, vai arrancar esse povo do torpor em que ele vive há mais de dois anos.

    Há uma sensação generalizada de perda na população.  Os brasileiros se sentem como que expropriados, tungados, não apenas em seus direitos, mas principalmente de sua perspectiva de vida, de desenvolvimento futuro para si e para os seus descendentes.

    A perda do único líder popular que pode representar para esse povo alguma esperança não passará na garganta nem a pau.  Esta perda não será aceita jamais.  E é exatamente isto o que simboliza o “julgamento-enforcamento” programado pelos ilustres representantes da plutocracia para  o próximo mês: cortar o último fio de esperança desse povo.

    Esse sentimento de urgência está explodindo no peito de cada militante.  A necessidade premente de lutar pela própria vida e pelo resgate de nossa pátria está nos impulsionando para esse evento.  Será, sem dúvida, o dia histórico em que o povo brasileiro marchará contra a bastilha da plutocracia.

    Acredite. VENCEREMOS!

  13. Autoridades protagonistas da alta traição

    “… após a prisão de Lula, ao perceber que qualquer vitória nas eleições de 2018 é inviável, só restará ao “Brasil dos ricos” a dominação do “Brasil dos pobres” instituindo um governo de ocupação.”

    Diria que a probabilidade de prisão de servidores públicos envolvidos na conspiração que derrotou o Brasil e alienou sua soberania a potência estrangeira é crescente. Autoridades protagonistas da alta traição à pátria brasileira já devem ter iniciado e algumas até ultimado preparativos para a fuga. Destruição acelerada de provas deve estar em curso. Brasilidade há de se manter atenta.

    [video:https://youtu.be/62LNHtKetUY%5D

    §§

    [video:https://youtu.be/F6TGkpi_vVE%5D

     

  14. A ditadura não virá, pois ela já está.

    Estado de Exceção é o eufemismo jurídico que a Esquerda Democrática está entubando. Na verdade o Brasil já está sob uma ditadura midiático-policial judicial desde o golpe de Estado consumado no ano passado; e mesmo antes dele.

  15. O Brazil está sugando o Brasil

    Já tem sido bastante discutido que existem numerosos tipos de “perdas internacionais” (usando termo do Leonel Brizola) que sugam o Brasil. A economia brasileira é sustentada quase que principalmente pelo pessoal de baixa renda, que consome aqui, que investe aqui, ou que poupa o seu dinheiro aqui, justamente a gente bronzeada. O incremento do salário mínimo e as políticas sociais – como o “bolsa família” – têm contribuído para girar alguma massa monetária dentro do Brasil, mas isso é insuficiente em relação às nossas necessidades e, principalmente, ao comparar com os 520 bilhões que maus brasileiros possuem fora do Brasil.

    Foi falado de corruptos e, em geral, de pessoas mais ricas que, num êxodo rotineiro e desde o tempo colonial, levam as suas economias e sonhos para fora do Brasil. Apartamento em Miami, férias em Disney, conta bancaria fora do Brasil e outros investimentos externos são executados diariamente enquanto o Brasil é sugado dia a dia. Existe gente bem entrosada dentro da sociedade que, aparentemente, não são tão brasileiros assim.

    Pareceria cômico se não fosse trágico, ver esses vende-pátria desfilando com a bandeira do Brasil nas marchas coxinhas, ou mandando a Dilma tnc na arquibancada dos bacanas, na inauguração das olimpíadas, enquanto exploram esta terra de forma metódica.

    Temos aqui dois grupos que contribuem para as perdas internacionais do Brasil, que aqui podem ser destacados:

    DIREITOS AUTORAIS

    Já foi discutida neste blog, que a Lei de Direitos Autorais é uma Lei perversa, que não apenas privilegia a repetição de porcarias em favor dos donos dos direitos – normalmente selos discográficos – mas que também é uma fonte de perdas internacionais, ao impedir que direitos de brasileiros ouvidos (ou lidos) fora do Brasil recebam o seu dinheiro aqui, por conta do maior fluxo de dinheiro que sai para pagar direitos de estrangeiros que são muito mais lidos e ouvidos no Brasil, estancando a compensação do Banco do Brasil.

    Paloma Amado disse que seu pai, Jorge Amado, morou na França e que abriu uma conta em Nova York para receber valores referentes a direitos autorais que vinham de fora do Brasil. Desde 2008, Paulo tem residência suíça e recebe parte de seus direitos autorais no HSBC. Para evitar ser tributado duas vezes, solicitou ao Brasil declarações de que pagava impostos no país.

    Também constam na lista de brasileiros o músico Tom Jobim, que morreu em 1994. Ele dividiu uma conta com a mulher, Ana Lontra Jobim, que, por sua vez, ainda aparece como dona de outras duas contas. Aliás, como o livro da irmã do Tom (Helena – Tom, um homem Iluminado), este artista nunca pagou um único centavo de imposto no Brasil.

    LEI ROANET (LEI DE INCENTIVO À ARTISTAS BACANAS)

    Sempre foi criticado esse fato, de usar dinheiro ou recursos de renuncia fiscal para amparar atividades de artistas já ricos e famosos, que não precisariam desse patrocínio.

    Há bastantes casos de personalidades que, nos últimos anos, por meio de leis de fomento, como a Rouanet e o Fundo Nacional de Cultura, receberam recursos públicos para desenvolver atividades artísticas. 

    O jornal O Globo noticia, tempos atrás, que dezenas de artistas famosos (os seus próprios artistas globais) possuem conta no HSBC da Suíça. A Maitê Proença, uma das tucanas de carteirinha, aparece com contas na Suíça, do HSBC. E não é apenas ela…….

    https://oglobo.globo.com/brasil/lista-de-correntistas-do-hsbc-na-suica-tem-atores-cineastas-musicos-celebridades-brasileiras-15667748

    OS MERITOCRÁTICOS

    Embora desde sempre existissem, depois do golpe contra Dilma e a democracia brasileira, onde foram protagonistas, começam a aparecer os meritocráticos concurseiros, que encontraram no serviço público de alto nível um bom lugar para habitar o “Brazil” virtual. Nos órgãos de justiça, nas promotorias e até na PF, além de cargos bem remunerados em Brasília estão hoje repletos de coxinhas com conta no exterior, imóvel no exterior e com a capital Miami no coração. Juízes comprando casas em Miami, com offshores e tudo. Outros comprando terno em Miami….É um festival de figurão, empregado do governo (nosso empregado) que arrota a cada dia o seu desprezo pela nação que lhe paga o salário.

    AS PERDAS INTERNACIONAIS

    Esses exemplos acima, assim como muitos outros, somados à cultura da Lei de Gerson têm criado uma cultura de exploração do Brasil em favor do Brazil, uma nova casta que se instala em Miami ou em outros lugares, no exterior. O Cid Gomes poderia falara para este povo “soltar o osso”, mas, enquanto isso não acontece, pelo menos devemos informar ao nosso povo quais são os cachorros e quais ossos estão sendo roídos diariamente neste país supostamente de todos.

  16. A caminho?

    A ditadura tá aí.

    Nem precisou muito, só se colocou aquela prática nacional, do “eu tô no cargo, eu mando, vc obedece e a lei sou eu”.

    E a pessoa obedece, diz que cumpriu ordens (bem nazi isso, aliás…) e vai dormir em sono profundo. 

    A presença do Estado de modo decisivo aparece onde tem necessidade de regulação contra abusos. É preciso distorcer e muito até o liberalismo clássico, emuma deslavada má-fé…

    A convulsão socil, entendo, é inevitável. O judiciário faz “em cima” com o Lula, mas o ensaio “por baixo” está vindo, só olhar as decisões da justiça do trabalho com essa “clt”…

    E, por falar nisso, não é o que se fez na Líbia, no Iraque etc., mas numa estratégia diferente, pois o Brasil não é uma Líbia? 

  17. Acreditar categoricamente que

    Acreditar categoricamente que não haverá uma reação popular em uma possível prisão de Lula é contraproducente.

    Acho que pensavam a mesma coisa na época do suicídio de Getúlio Vargas e sobrou para os veículos do jornal golpista o globo (com minúscula mesmo).

    Um clima de comoção canalizado por um sentimento de revolta com a situação que o país está passando pode ter efeitos diversos. 

    Em 2013 ninguém imaginaria que o povo, mesmo manipulado, pudesse cercar o Congresso Nacional como cercou. Só por aí percebe-se como o exército encampou o golpe: nas manifestações contra o Temer ano passado e esse ano cercaram tudo e não deixaram o povo se aproximar como em 2013. Na frente da prefeitura de São Paulo foi a mesma coisa, inclusive com carro da Band pegando fogo.

     O que eu quero dizer é o seguinte: pode até ser que o povo fique resignado e aceite sem maior resistência a prisão do Lula. Mas dependendo da conjuntura em uma eventual prisão pode acontecer o contrário: bastaria uma fagulha para acender uma clima de revolta na população e fazer pipocar manifestações pelo país inteiro. 

    São 13 mihões de desempregados em um país basicamente urbano e caro de se morar e sobreviver, onde as pessoas não desfrutam do direito à moradia, são desassistidas em seus direitos básicos de saúde, além de não desfrutarem de educação de qualidade para os seus filhos. Lembro bem do final da década de 80 quando começaram a pipocar saques aqui e ali no final do governo Sarney e toda aquela hiperinflação.  Não subestimem o poder de reação de um povo que vê falta comida na mesa para dar aos seus filhos.

  18. Já em pleno funcionamento. E
    Já em pleno funcionamento. E agressiva. A “suavidade” pela ausência das FA é ilusória, fabricada, midiática. Prisões recentes são nuvem de fumaça; deleite para o povo com a prisão de ladrões notórios… Puro teatro. E de quebra, tiram uns e outros do caminho. POA pode se tornar o momento de endurecimento se Lula demonstrar toda a sua força. Afrontas “não serão toleradas”. Estes dias num programa um entrevistado repetia a cada 5 minutos – diante da apresentadora visivelmente incomodada – que estamos sob uma cleptocracia. Eu acrescentaria: despudorada,cínica. Um tapa na cara debochado em todos nós a cada dia. Para piorar, há uma sensação – não consigo perceber mas ouço – de que o “governo está nos tirando do fundo do poço”. Ou seja, a campanha aberta do Sr. Meireles esta semana (quase vomitei!) foi só um aperitivo do que vem por aí. E as Org Globo já acertaram os ponteiros com o sr MT. Ou seja, o prognóstico é devastador. Deixemos de ilusões.

    Excelente texto como sempre.

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