Olavo de Carvalho critica direita, esquerda e campanha de Bolsonaro

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
[email protected]


Foto: Reprodução
 
Jornal GGN – Considerado o “guru” do eleito Jair Bolsonaro, Olavo de Carvalho se considera um intelectual de nível único. Além de criticar o próprio movimento conservador brasileiro como “atrasado” e com “inexperiência horrível” e sem “lideranças suficientes”, disse que a esquerda não tem “nenhum crítico”, “só difamadores”.
 
Sobre a crítica à esquerda, Olavo de Carvalho respondeu ao ser questionado em quais aspectos ele acreditava ser “mal compreendido pelos críticos”. “Não tenho nenhum crítico”, apenas figuras que descontroem frases “para dar sentido imbecil”. “Crítico é o sujeito que examina e analisa as ideias do outro, nunca nenhum cara da esquerda fez isso”, disse.
 
Em tom de soberba, também atacou o próprio grupo que representa. “O fato é que [o movimento conservador] faz tudo muito atrasado, às vezes com inabilidde, com inexperiência horrível”. “Mas não tem ainda lideranças suficientes”, acrescentou, antes de se mostrar essa liderança: “Não temos nenhuma intelectualidade pronta. Para não dizer nenhuma, eu formei aí algumas 15, 20 pessoas”.  
 
Sobre a “Cúpula Conservadora das Américas”, um movimento criado por representantes da direita na América Latina, Olavo disse que “eles estão criando resistência conservadora com 28 anos de atraso”, mas “sem ajuda da mídia”. Aproveitou para atacar a Folha de S.Paulo como uma das supostas responsáveis por “manter o Foro de São Paulo em segredo por quase 18 anos”. 
 
Foi quando o repórter da Folha perguntou se criminalizar a mídia não enfraqueceria a democracia. “Não, democracia começou a ser praticada agora”, porque, em sua visão, “todos os canais foram tampados pela esquerda”. “Acha que isso é democracia? É ridículo. É tirania. Sistema de manipulação”. 
 
E, como um dos principais interlocutores de Jair Bolsonaro, de dentro do governo, ameaçou: “Agora acabou. Agora começamos a ter democracia”. Depois, entrou em contradição: “Ninguém vai impedir vocês de falar. Pode falar o que quiser, agora, tem que ser responsável pelo o que diz. Vai instaurar censura? Eu sou 100% contra, combateria até o fim”, se auto-corrigiu.
 
Em determinado momento, Olavo criticou a campanha vencedora que elegeu Bolsonaro: “A própria campanha do Bolsonaro foi um caos”. “Aquilo não tinha coordenação nenhuma, não tinham dinheiro para fazer campanha”, explicou, depois em nova contradição elogiando como “colaboração popular espontânea” que gerou, em sua visão, “a primeira campanha popular da nossa história”.
 
Olavo de Carvalho também ignorou as dezenas de violências praticadas por aliados de Bolsonaro, desde o período pré-campanha, durante os dias de votação e pós eleições, ao dizer que “os grupos da direita truculenta” são “doidos” que “não são pessoas que vão realmente matar alguém”. “Nunca quebraram um nariz de comunista, ficam em casa fazendo homicídios eletrônicos, irrelevantes”.
 
Outros temas polêmicos foram tratados na entrevista à Folha, acesse a íntegra aqui.
 
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

18 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Sir Olaf Von Oak
     

    Philosophen und Patriot , teuto, afro, disíaco-bretão, é, antes de tudo um formador universal de mentes, digo, demente.

    Afirma o jênio:

    “Não temos nenhuma intelectualidade pronta. Para não dizer nenhuma, eu formei aí algumas 15, 20 pessoas”.

    O Brasil e o mundo esperam ansiosos, com a boca escancarada e cheia de dentes pelo eclodir dessa ” intelectualidade pronta” ” para, num breve tempo,  desesperarem ociosos, com a boca cheia de formiga.

    Meu profundo e analítico

    “AAAAAAFFFFFFFF!!!!!!!!”

     

  2. Esse pateta…

    “”Não temos nenhuma intelectualidade pronta. Para não dizer nenhuma, eu formei aí algumas 15, 20 pessoas”.

    …deveria ter uma conversa com George Bernard Shaw. Um cidadão pedante  tentava impressionar o romancista com sua intelectualidade, com quem ele teve o seguinte diálogo:

    – Sabe? Acredito que que todo o conhecimento humano esteja aqui presente em nós dois?

    – Verdade? Diria isso?

    -Sim! Com o senhor todo o conhecimento acumulado da Humanidade, menos a consciência de saber que é um chato – mas isso eu sei.

  3. Me impressiona o espaço e a

    Me impressiona o espaço e a atenção que dão de graça  para esse cabeça de vento.  A FOLHA se permite dar uma grande manchete com sua baboseira de auto elogio hiperbólico. Ele adora, se alimenta disso. O silêncio é a melhor resposta para ele. 

  4. É inteligência demais
    Uma “mente” tão privilegiada só formou 20 em 70 anos? Puxa, professor Girafales e o Raimundo formaram mais!
    E olha que ambos sabem mais de humanidades que o autointitulado “filos-fo” voegelista.
    “Ninguém na esquerda me analisou”, pudera: o que há para analisar senão o fenômeno do emburrecimento geral que ele encabeça. Sociologos, psicologia e psiquiatras está analisando sim, e são cientistas de muitos matizes. Basta se olhar no espelho e vestir a devida carapuça.

  5. Olavo de Carvalho é um zombeteiro que está se divertindo

    Olavo de Carvalho é uma entidade zombeteira que está se divertindo com a imbecilidade generalizada dos seus seguidores. E agora ele está brincando com um país inteiro com mais de 200 milhões de habitantes.

  6. Náusea

    Os “pensamentos” de certas pessoas são tão sem noção, tão repugnantes que nem deveriam ser reproduzidos a esmo. Qual a utilidade de se ruminar uma nulidade malcheirosa?

  7. Olavo é o filosofo do twitter

    Ele tem apenas frases desconexas sobre o que ele pensa ser a realidade.  E curiosamente se irrita com quem  critica seus clichês. Ele gostaria de ser um Bernard Shaw com frases espirituosas , mas seus pensamentos são escatológicos,  apenas pour ÉPATER LE Bourgeois. Desculpem o francês, mas foi apenas para entrar um pouco naquele universo pedante e pseudo intelectual em que Olavo vive. No fundo ele é apenas um ressentido um cara que odeia o conhecimento e a cultura e a civilização. Quando pega algum texto é apenas para torturá-lo. Sempre criticará os outros para esconder o vazio interno.  Ele  não é um guru, disto que está ai, Olavo é apenas uma das manifestações deste obscurantismo. Os seus seguidores não são seguidores, são apenas pessoas que se identificam, e com as quais ele se identifica. Seu ódio se expressa na máxima do ministro da educação, e do embaixador, ” odeio todo este conhecimento que está aí….,  Tudo que eu não sei é obviamente comunista, seja lá  que for isto.

    Olavo não lidera nem guia nada, ele apenas fala as mesmas coisas que todos falam. Ele trabalha apenas pela identificação. Se bobear ele é um seguidor. ( Afinal dá IBOPE)

    1. Era da tortura
       

      Não será por acaso que o recém eleito mandatário danação se identifica e segue a “filosofia” do Olaf Von Oak.

      Se o mandatário ama torturar pessoas, Olaf, em não podendo torturar pessoas, tortura os textos de grandes pensadores, dos quais não pode capturar a essência por absoluta incapacidade intelectual.

      1. Torturar texto de grandes pensadores remete a Paulo Coelho

        O Paulo Coelho disparou contra o James Joyce e seu Ulysses:

        “Os autores hoje querem impressionar seus pares. Um dos livros que fez esse mal à humanidade foi ‘Ulysses’ [clássico do irlandês James Joyce], que é só estilo. Não tem nada ali. Se você disseca ‘Ulysses’, dá um tuíte”

         

        Um Crítico Britânico disse sobre a desqualificação do James Joyce pelo Paulo Coelho:

         “Uma mosca pode picar um cavalo, mas o cavalo continua a ser um cavalo, e a mosca não mais que uma mosca”. O  Larva do Caralho é só uma mosca nojenta.

  8. O Brasil está indo para trás

    Ver esse boçal ser, ou no mínimo se considerar, guru de um presidente do Brasil é constatar que efetivamente estamos de mãos dadas com a desgraça. 

    Vamos deixar de achar…estamos mesmo f_didos.

  9. Em tempos de grave crise

    Em tempos de grave crise moral de paises aparecem os Rasputins. Na Russia Imperial o proprio bruxo-monge-devasso, na Alemanha nazista Alfred Rosenberg, na Argentina de Isabelita Peron Jose Lopez Rega, El Brujo,  todos esses charlatães se enroscaram no poder e dele tiraram proveito enquanto seus “orientados” eram destruidos.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador