Papa Francisco abençoou, numa carta, o grupo LGBT católico Kairos

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Sugestão de Gunter Zibell – SP

Do Portal iG

Papa Francisco abençoa grupo gay católico em carta

Segundo jornal italiano La Repubblica, o líder da Igreja Católica respondeu correspondência da entidade Kairos

Contrapondo o seu antecessor, Bento 16 , o papa Francisco deu mais um sinal de que deseja estabelecer uma relação mais tolerante e aberta com a comunidade gay. A julgar pela informação publicada nesta quinta-feira (10) pelo jornal italiano La Repubblica. De acordo com a publicação, o líder da Igreja Católica abençoou numa carta o grupo LGBT católico Kairos, da cidade de Florença.

Anteriormente, no último mês de junho, o Kairos havia enviado uma carta ao pontífice pedindo que os homossexuais fossem tratados pela Igreja como pessoas e não como uma ‘categoria’ e que o debate fosse aberto com a comunidade gay. O grupo ressaltou na correspondência que a falta de diálogo alimenta a homofobia.

APO papa Francisco tem demostrando ter uma postura mais aberta à comunidade gay do que seu antecessor Bento 16

“Nunca tínhamos recebido qualquer tipo de resposta”, revelou Innocenzo Pontillo , um dos líderes Kairos, que ressaltou o caráter amigável da mensagem do papa. “Ele aprovou de sobremaneira o que escrevemos para ele, chamou a iniciativa de ‘gesto de confiança’”, prosseguiu Pontillo.

O integrante do Kairos ficou espantando com o fato de Francisco ter abençoado o grupo. “O Papa também confiou a nós a sua saudação de benção… Nenhum de nós poderia imaginar nada parecido com isso”, admitiu Pontillo.

Francisco tem dado recorrentes declarações mais tolerantes aos gays nos últimos meses. Em julho, na despedida de sua viagem ao Brasil, o papa defendeu que homossexuais não fossem julgados ou marginalizados por conta de sua orientação sexual.

“O catecismo da Igreja Católica explica isso muito bem. Diz que eles não devem ser marginalizados por causa disso (orientação sexual), e sim que devem ser integrados à sociedade”, declarou o papa Francisco na ocasião.

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

3 Comentários

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  1. É por aí

    Ola,

    Não sou religisoso e não tenho vínculo com nenhuma religião. Mas acho que este papa está conseguindo resgatar o velho sentido da palavra religião, que significa religação. Apesar de todas as “guerras santas” que assolaram e ainda assolam o mundo, COISA BIZARRA. Muitos morreram em “guerras religiosas”. E isso ainda acontece.

    Quando a religião conseguir promover mais a paz e menos a guerra, mais o diálogo e aceitação e menos a discriminação, passarei a respeitar mais todos os que se dizem religiosos, sejam quais forem.

    Sem proselitismo, por favor.

  2. Tendência nos EUA: Evangélicos Ambivalentes

    http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=evangelicos-favoraveis-uniao-homossexual&id=9075

    Evangélicos já se manifestam favoravelmente à união homossexual

    Baseado em artigo de Daniel Fowler – ASA

    Sem fundamentos bíblicos

    A tolerância em relação aos gays e lésbicas está crescendo dentro da comunidade evangélica, tida como um reduto contra a homossexualidade.

    Muitos evangélicos já expressam opiniões ambivalentes sobre o assunto, compondo um grupo emergente chamado “Evangélicos Ambivalentes” – evangélicos que se opõem ao homossexualismo por motivos morais, mas apoiam a igualdade de direitos, tais como uniões civis para pessoas do mesmo sexo.

    Segundo Brandon Martinez, da Universidade Baylor (EUA), a mudança de postura da comunidade evangélica terá fortes implicações para o debate sobre o casamento gay.

    O recente pedido de desculpas à comunidade gay pela entidade Exodus International – um ministério eclesiástico evangélico que há muito defendia o movimento da “cura gay” – e sua dissolução logo em seguida, são a prova da mudança no seio da comunidade evangélica.

    O líder da Exodus International afirmou que a visão de mundo anterior do grupo “não honrava nossos companheiros seres humanos e nem tinha fundamentos bíblicos.”

    Honrando os companheiros seres humanos

    Os pesquisadores descobriram que 24% dos evangélicos se enquadram na categoria ambivalente, apoiando as uniões civis homossexuais, ainda que sejam moralmente contra a homossexualidade.

    A pesquisa, projetada por pesquisadores da Universidade de Baylor e realizada pela Organização Gallup, incluiu mais de 300 questões envolvendo a religião e as atitudes, crenças e valores do público norte-americano.

    “Nós sabíamos que os evangélicos moderados e ambivalentes estavam lá, mas agora eles estão realmente começando a ter uma voz e começando a ser mais políticos,” disse Martinez.

    O grupo que os pesquisadores chamam de “Evangélicos Ambivalentes” tem pontos de vista diferentes dos evangélicos “Opositores aos Direitos Gay”, que se opõem à união civil, e também dos “Progressistas Culturais”, que apoiam o comportamento homossexual e as uniões civis.

    Mas, em termos de religião, “os ambivalentes são semelhantes aos opositores dos direitos dos homossexuais quando se trata de nível de crença, frequência à igreja, a vida de oração, a leitura da Bíblia e ter amigos na igreja”, disse Lydia Bean, coautora do estudo.

    “Eles estão incluídos na igreja e não são periféricos. Você tem pessoas nos bancos da igreja e servindo como professores da Escola Dominical que apoiam a união civil,” complementa Bean.

    Êxodo

    O estudo observa que, em 2004, os grupos de Direitos Cristãos, liderados pelas entidades “Foco na Família” e “Conselho de Pesquisas da Família”, mobilizaram-se para defender o casamento tradicional e um referendo proibindo as uniões civis.

    Segundo os pesquisadores, eles se juntaram à Exodus International, que considerava que a homossexualidade era um pecado, que gays e lésbicas poderiam “superar” a homossexualidade por meio de uma “cura” espiritual, e que a orientação sexual não seria fixada biologicamente.

    Os pesquisadores também observaram que, em novembro de 2012, o pastor evangélico Rick Warren – pastor da maior megaigreja dos EUA e autor de livros campeões de venda – expressou arrependimento por suas declarações públicas de apoio à Proposição 8, que proibia os casamentos homossexuais na Califórnia. 

    “Como uma questão moral, prevemos que a oposição aos direitos civis gays não terá o mesmo poder de permanência que o debate sobre o aborto,” disse Martinez.

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